José Manuel
Esse é o valor dos gastos dos brasileiros no exterior no mês de setembro de 2014, segundo fontes
oficiais.
Brasileiros gastaram 11,1% a mais em setembro deste ano em relação ao ano
passado. Foto: Kena Betancur/Getty Images/AFP/VEJA
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Traduzindo para os nossos
Reais, fica em algo como R$ 5 bilhões e 976 milhões, ou dependendo da
flutuação do dólar, quase Seis bilhões de Reais.
A cada divulgação destes
fatos, volto aqui a escrever porque algo "não bate", ou então
tenho que reformular todos os meus pensamentos econômicos desde os mais
primitivos, tais como administrar financeiramente a minha casa, ou a minha vida
privada.
Eu vejo, como microempresário,
o que acontece neste momento no entorno comercial da minha loja, com lojas
fechando a toda a hora e empresas se desmantelando por não ter condições de
honrar os seus compromissos nos prazos estipulados.
Há uma projeção em que 50% das
microempresas no país estão inadimplentes.
Quando vou mais longe,
em cafés da manhã empresariais, nas câmaras de comércio, ou em federações, o
mesmo reclamo e desta vez por empresas de maior porte.
Os nossos fornecedores hoje
nos oferecem condições inimagináveis há seis anos, com ofertas que
vão do início de pagamento em fevereiro e prazos de até de 180 dias para pagar.
O que está havendo?
O dólar hoje, 24-10-2014, está
cotado R$ 2,46, e as despesas dos brasileiros no exterior continuam subindo?
É preciso urgente saber como
isto está acontecendo e porquê. Não há dinheiro no mercado interno, o povo está
restringindo as compras e sabe-se que até em produtos de primeira necessidade,
mas os gastos no exterior estão subindo?!
Para se ter uma ideia como
isso é danoso ao país, o que foi gasto aqui pelos turistas estrangeiros no
mesmo período é infinitamente inferior, e é da ordem de US$ 493 milhões,
ou seja, pouco mais de Um bilhão de reais, numa queda de 2,4 %
em relação ao mesmo período de 2013. Em contrapartida os gastos brasileiros
subiram 11,1 % no mesmo período.
Os nossos compatriotas
deixaram lá fora para deleite das economias mais fortalecidas, cinco
vezes mais do que se gastou aqui dentro.
Há países que já perceberam
essa fuga em massa de capital e estão investindo massivamente em mimos
turísticos ou comerciais como, por exemplo, a Austrália que acaba de criar um
"visto premium" para milionários, que a
partir de um investimento de US$ 15 milhões, podem ter visto de permanência e
residência no país.
Vai ser uma corrida e um
escoamento de divisas inimaginável, enquanto o país do futuro, das
palmeiras e dos trópicos se afunda cada vez mais.
Por sua vez, os milionários
brasileiros aumentaram os investimentos no exterior no segundo trimestre,
motivados pela percepção da valorização do dólar frente ao real.
O relatório de gestão de
fortunas (Wealth Management) da maior gestora de ativos independentes da
Itália, com mais de 80 bilhões de reais sob gestão, indica que o número de
clientes desses ativos aumentou de 43% para 52% entre o segundo e o terceiro
trimestre.
Algo parecido só aconteceu em
2003, quando havia incerteza sobre a política econômica e monetária com a
vitória de Lula nas eleições daquele ano.
Portanto, estamos outra vez na
mesma ciranda financeira, após doze anos em que não conseguimos nos portar como
uma nação desenvolvida, e o nosso dinheiro só serve para fomentar cada vez mais
os países desenvolvidos.
Queremos nos livrar do estigma
da colonização, mas não somos amadurecidos, nem política nem socialmente para
que deixemos de continuar a ser uma grande colônia.
Título e Texto: José Manuel, 24-10-2014
NdE: Portugal também
disponibiliza o “Visto GOLD”
para:
Todos aqueles que, sendo cidadãos nacionais de Estados terceiros,
exerçam, pelo menos, uma das atividades de investimento previstas na lei:
• Aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros;
• Transferência de capitais no montante igual ou superior a 1 milhão de
euros;
• Criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho;
• Os cidadãos de Estados terceiros de capital social de uma sociedade com
sede em Portugal, ou num outro Estado membro da União Europeia, e com
estabelecimento estável em Portugal que cumpram um dos requisitos acima
enunciados.
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