sexta-feira, 24 de outubro de 2014

US$ 2.387 bilhões

José Manuel
Esse é o valor dos gastos dos brasileiros no exterior no mês de setembro de 2014, segundo fontes oficiais.

Brasileiros gastaram 11,1% a mais em setembro deste ano em relação ao ano passado. Foto: Kena Betancur/Getty Images/AFP/VEJA

Traduzindo para os nossos Reais, fica em algo como R$ 5 bilhões e 976 milhões, ou dependendo da flutuação do dólar, quase Seis bilhões de Reais.
A cada divulgação destes fatos, volto aqui a escrever porque algo  "não bate", ou então tenho que reformular todos os meus pensamentos econômicos desde os mais primitivos, tais como administrar financeiramente a minha casa, ou a minha vida privada.

Eu vejo, como microempresário, o que acontece neste momento no entorno comercial da minha loja, com lojas fechando a toda a hora e empresas se desmantelando por não ter condições de honrar os seus compromissos nos prazos estipulados.
Há uma projeção em que 50% das microempresas no país estão inadimplentes.

Quando vou mais  longe, em cafés da manhã empresariais, nas câmaras de comércio, ou em federações, o mesmo reclamo e desta vez por empresas de maior porte.

Os nossos fornecedores hoje nos oferecem condições inimagináveis há seis anos, com ofertas que vão do início de pagamento em fevereiro e prazos de até de 180 dias para pagar.
O que está havendo? 

O dólar hoje, 24-10-2014, está cotado R$ 2,46, e as despesas dos brasileiros no exterior continuam subindo?

É preciso urgente saber como isto está acontecendo e porquê. Não há dinheiro no mercado interno, o povo está restringindo as compras e sabe-se que até em produtos de primeira necessidade, mas os gastos no exterior estão subindo?!

Para se ter uma ideia como isso é danoso ao país, o que foi gasto aqui pelos turistas estrangeiros no mesmo período é infinitamente inferior, e é da ordem de  US$ 493 milhões, ou seja, pouco mais de  Um bilhão de reais, numa queda de 2,4 % em relação ao mesmo período de 2013. Em contrapartida os gastos brasileiros subiram 11,1 % no mesmo período.

Os nossos compatriotas deixaram lá fora para deleite das economias mais fortalecidas, cinco vezes mais do que se gastou aqui dentro.

Há países que já perceberam essa fuga em massa de capital e estão investindo massivamente em mimos turísticos ou comerciais como, por exemplo, a Austrália que acaba de criar um  "visto premium" para milionários, que a partir de um investimento de US$ 15 milhões, podem ter visto de permanência e residência  no país.

Vai ser uma corrida e um escoamento de divisas inimaginável, enquanto o país do futuro, das palmeiras e dos trópicos se afunda cada vez mais.

Por sua vez, os milionários brasileiros aumentaram os investimentos no exterior no segundo trimestre, motivados pela percepção da valorização do dólar frente ao real.

O relatório de gestão de fortunas (Wealth Management) da maior gestora de ativos independentes da Itália, com mais de 80 bilhões de reais sob gestão, indica que o número de clientes desses ativos aumentou de 43% para 52% entre o segundo e o terceiro trimestre.
Algo parecido só aconteceu em 2003, quando havia incerteza sobre a política econômica  e monetária com a vitória de Lula nas eleições daquele ano.

Portanto, estamos outra vez na mesma ciranda financeira, após doze anos em que não conseguimos nos portar como uma nação desenvolvida, e o nosso dinheiro só serve para fomentar cada vez mais os países desenvolvidos.

Queremos nos livrar do estigma da colonização, mas não somos amadurecidos, nem política nem socialmente para que deixemos de continuar a ser uma grande colônia.
Título e Texto: José Manuel, 24-10-2014

NdE: Portugal também disponibiliza o “Visto GOLD” para:
Todos aqueles que, sendo cidadãos nacionais de Estados terceiros, exerçam, pelo menos, uma das atividades de investimento previstas na lei:
• Aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros;
• Transferência de capitais no montante igual ou superior a 1 milhão de euros;
• Criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho;
• Os cidadãos de Estados terceiros de capital social de uma sociedade com sede em Portugal, ou num outro Estado membro da União Europeia, e com estabelecimento estável em Portugal que cumpram um dos requisitos acima enunciados.

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