José Manuel
Como empreendedor e microempresário
tenho o prazer de postar a publicação abaixo, publicada em 14 de outubro de
2014 por professores universitários de Economia.
Sou mais uma vítima
empresarial deste péssimo governo, em especial pelo que aqui está escrito
sublinhado em negrito, o qual venho denunciando há algum tempo nesta revista
virtual.
Também são vítimas milhares de
funcionários e suas famílias pelo colapso fomentado da maior empresa aérea
brasileira, a VARIG, como o próprio Supremo Tribunal Federal acolheu a denúncia de como os empreendimentos na citada empresa aérea podem ser
facilmente corroídos por mudanças inesperadas na regra do jogo.
Tenho o maior prazer em fazer
a delação pública deste artigo que para mim é um prêmio à minha competência,
mas abortada por um governo medíocre, sem rumo e sem futuro.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig,
16-10-2014
MANIFESTO DE PROFESSORES
UNIVERSITÁRIOS DE ECONOMIA
Este texto é um manifesto de
um grupo de 164 professores universitários de Economia, ligados a diversas
instituições no Brasil e no exterior. O nosso objetivo é desconstruir um dos
inúmeros argumentos falaciosos ventilados na campanha eleitoral.
1) Não há, no momento, uma crise internacional generalizada.
· Alguns de nossos pares na América Latina, uma
região bastante sensível a turbulências na economia mundial, estão em franca
expansão econômica.
· Projeta-se, por exemplo, que a Colômbia cresça
4,8% em 2014, com inflação de 2,8%. Já economia peruana deve crescer 3,6%,
com inflação de 3,2%. O México deve crescer 2,4%, com inflação de 3,9%.1
· No Brasil, teremos crescimento próximo de zero
com a inflação próxima de 6,5%.1
· Entre as 38 economias com estatísticas de
crescimento do PIB disponíveis no sítio da OCDE, apenas Brasil, Argentina,
Islândia e Itália encontram-se em recessão.2
· omo todos os países fazem parte da mesma
economia global, não pode haver crise internacional generalizada apenas
para alguns.
· É emblemático que, dentre os países da América
do Sul, apenas Argentina e Venezuela devem crescer menos que o Brasil em 2014.1
3) O atual governo tenta se
eximir de qualquer responsabilidade pelo nosso desempenho econômico pífio e
culpa a crise internacional. Entretanto, como a realidade dos fatos mostra
que não há crise internacional generalizada, a explicação só pode ser outra.
4) Em grande parte,
atribuímos o desempenho medíocre da economia brasileira e a perspectiva de
retrocesso nas conquistas sociais às políticas econômicas equivocadas do
atual governo.
5) O atual governo
ressuscitou os fantasmas da inflação e da instabilidade macroeconômica.
· Uma política monetária inadequada gerou a
suspeita de intervenções de cunho político no Banco Central, que foi fatal
para sua credibilidade.
· A utilização recorrente de truques contábeis
destruiu a confiança na política fiscal.
· Esta combinação de políticas monetária e
fiscal opacas e inadequadas gerou um cenário macroeconômico extremamente
adverso, com inflação alta e crescimento baixo.
6) O governo Dilma
amedrontou os investimentos.
· Houve mudanças constantes e inesperadas de
regras, como alterações arbitrárias de alíquotas de impostos.
· Diante desta instabilidade das regras do jogo,
a desconfiança aumentou e o horizonte dos empresários encurtou.
· O acesso privilegiado aos órgãos
governamentais passou a ser uma atividade mais lucrativa que o planejamento e
investimento de longo prazo.
7) A mudança das regras do
jogo não afetou apenas a iniciativa privada.
· O excesso de intervencionismo nas empresas
estatais, como o represamento artificial dos preços de energia e gasolina,
minou a capacidade de investimento dessas empresas.
· Por conta de empreendimentos questionáveis do
ponto de vista econômico, a capacidade de investimento da Petrobrás foi
comprometida.
8) O atual governo expandiu
a oferta de crédito subsidiado de forma discricionária e irresponsável.
· A distribuição arbitrária de crédito
subsidiado produz distorções na alocação de recursos do país e contribui para
o baixo crescimento econômico.
· Os subsídios envolvidos geram altos custos
fiscais que o atual governo tenta esconder com malabarismos e truques
contábeis. Estes expedientes destruíram a confiança nas estatísticas fiscais
do país.
· Os recursos gastos na forma de subsídios
injustificados poderiam ser utilizados para ampliar programas sociais e
investimentos públicos em educação, saúde e infra-estrutura.
· O Brasil precisa continuar avançando na
direção de uma sociedade mais justa e igualitária, com melhor distribuição de
renda.
· Além de deletéria para o desenvolvimento do
país, a política de distribuição arbitrária de crédito subsidiado para
grandes grupos econômicos é concentradora de renda.
No ambiente econômico
do Brasil de hoje, os frutos de um novo empreendimento podem ser
facilmente corroídos por mudanças inesperadas nas regras do jogo, pela
alta inflação e pelo baixo crescimento econômico. Portanto, não é
surpreendente que o investimento tenha colapsado. Sem investimento, o Brasil
jamais retomará o seu caminho para o desenvolvimento. E sem desenvolvimento,
os avanços sociais obtidos com muito sacrifício ao longo das últimas décadas
sofrerão retrocessos.
O Brasil tem sérios desafios
pela frente e para enfrentá-los precisamos de um debate transparente e
intelectualmente honesto. Ao usar de sua propaganda eleitoral e exposição na
mídia para colocar a culpa pelo fraco desempenho econômico recente na
conjuntura internacional, se eximindo da sua responsabilidade por escolhas
equivocadas de políticas econômicas, o atual governo recorre a argumentos falaciosos.
14 de outubro de 2014
Fontes:
1 Dados
retirados do World Economic Outlook, FMI, Outubro de 2014.
2 Dados retirados do sítio da OCDE (http://stats.oecd.org/).
Recessão definida como variação negativa do PIB real dessazonalizado nos
últimos 2 trimestres com dados disponíveis.
Assinam (em ordem alfabética) os professores abaixo:
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