Camões, grande Camões,
quão semelhante
Acho teu fado ao meu
quando os cotejo!
Igual causa nos fez
perdendo o Tejo
Arrostar co sacrílego
gigante:
Como tu, junto ao Ganges
sussurrante
Da penúria cruel no
horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que
em vão desejo,
Também carpindo estou,
saudoso amante:
Lubíbrio, como tu, da
sorte dura,
Meu fim demando ao Céu,
pela certeza
De que só terei paz na
sepultura:
Modelo meu tu és... Mas,
ó tristeza!...
Se te imito nos transes
da ventura,
Não te imito nos dons da
natureza.
Bocage
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