Luciano Henrique
Precisamos cada vez mais
“mandar a real” a respeito do que significa a encruzilhada na qual se encontra
o governo Dilma. Hoje temos duas opções:
Sem censura: passamos por uma
grave crise, da qual Dilma sairá arranhada, prejudicando seriamente a reeleição
do PT em 2018.
Com censura: passamos por uma
crise ainda maior, da qual Dilma não sairá muito arranhada, com boas chances de
reeleição do PT em 2018.
Não há outras opções
disponíveis. E a encruzilhada é tanto para Dilma, quanto para nós.
Cabe à oposição (qualquer que
seja ela) pressionar para que Dilma fique restrita à opção 1. Pela resolução
totalitária de seu partido, cabe a ela buscar a opção 2.
Obviamente, ela ganha com a
opção 2, pois tendo o direito de censurar a mídia, conseguirá, evidentemente,
esconder os indicadores ruins (assim como os escândalos de corrupção). Dessa
forma ela conseguirá fazer todos nós sofrermos muito mais. Ao mesmo tempo,
conseguirá maquiar a percepção da realidade do povo (temporariamente), por
causa da censura. Assim ela conseguirá fazer com que o seu partido se dê bem
politicamente, mesmo diante do caos.
Caso a forcemos a se resumir à
opção 1, passaremos por maus bocados, mas não tanto quanto o que ocorreria na
opção 2.
Pela opção 1, Dilma será
obrigada a entregar os mínimos resultados para não causar um colapso da
economia.
Será preciso aumentar a
confiabilidade do governo, sem a qual os investidores continuarão fugindo. Mas
para obter essa confiabilidade, ela será obrigada a fazer cortes de gastos
estatais, ao mesmo tempo em que precisará de prudência para não atingir em
cheio nossa economia.
Se Dilma não realizar os
cortes de gastos, nos fará assistir ao estouro da inflação. Com o inevitável
aumento de juros, teremos recessão e desemprego. E aí, é claro, a arrecadação
cai mais ainda…
Mas preste atenção: esses
problemas só precisarão ser enfrentados por Dilma se a forçarmos a permanecer
na opção 1.
Caso ela consiga o presente da
opção 2, não precisará se preocupar com nada disso, pois uma mídia adestrada
irá maquiar a realidade, atribuindo as culpas de nossas mazelas ao
“imperialismo fascista”.
Quem criticar o governo poderá
ser acusado de “pessimista” e, portanto, responsável por fazer os investimentos
fugirem. Milícias poderão ser criadas para dar um “jeito” nesses que
“prejudicam” a economia e, por isso, “violariam os direitos humanos”.
A miséria se tornará endêmica.
Você acha que isso é ruim para um governo bolivariano? Não! É o paraíso, pois
pessoas na miséria poderão ser intimidadas por terrorismo eleitoral, de uma
maneira ainda mais ampla do que ocorreu nas eleições de 2014.
Em suma, o povo, especialmente
aquele mais humilde, perde. Mas o governo vence. Especialmente pelo seu poder
de coação e intimidação, além do uso do terrorismo eleitoral.
Acho que fica bem claro qual é
a grande luta do momento: optar por sofrermos menos, mas forçarmos Dilma a dar
um jeito na economia (da forma e dimensão que ela conseguir), ou sofrermos
muito mais, liberando Dilma de precisar arrumar a economia.
Se deixarmos Dilma censurar a
mídia, pela opção 2, daremos a ela e seus aliados uma vida de sultões, como já
ocorre com Nicolas Maduro e Cristina Kirchner.
Exatamente por isso mesmo
lutar contra a censura de mídia torna-se a maior prioridade. Espera-se da mesma
forma que eles invistam grande parte de seus esforços neste projeto. (Uso de
sovietes e Assembléia Constituinte estão no pacote, mas a maior prioridade é
realmente a censura de mídia)
Estamos diante da maior
batalha da história recente de nossa República.
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