sábado, 22 de novembro de 2014

Deu PT... velhinhos e velhinhas do Aerus...


Valdemar Habitzreuter
O confinamento dos colegas em Brasília é digno de reconhecimento por nós que, de uma forma ou outra, nos encontramos impossibilitados de estarmos lá, reivindicando a retomada do pagamento do Aerus. Creio que muitos mais de nós, se não todos, gostaríamos, ao menos em nosso íntimo, estar lá e participar dessa manifestação, na casa de todos os brasileiros, para deixar ver aos nossos representantes a indignação que invade a todos nós pelo descaso com que somos tratados em relação aos nossos direitos – ainda mais em se tratando de pessoas idosas que têm urgência para que o caso Aerus seja resolvido.

Infelizmente, há oito anos que o caso se arrasta nos tribunais da Justiça, e toda vez que achamos que a vitória está ao alcance das mãos somos surpreendidos com inusitadas manobras governistas – ou sei lá que forças diabólicas antagônicas – que inviabilizam a concretude do ressarcimento dos nossos proventos. Macumba? Não sou supersticioso. É má vontade mesmo de quem tem o dever de restabelecer o que nos foi surripiado às barbas das autoridades governamentais, os salvaguardas do nosso Fundo.

Todo esforço da senadora Ana Amélia em convencer seus pares de dar cabo a toda essa celeuma parece fadado a ser em vão, e o prazo para um acordo parece se distender cada vez mais, sem perspectivas de quando podemos contar com o nosso suado dinheiro que outrora depositamos no Aerus e que confiamos nas mãos fiscalizadoras do governo. É uma vergonha que isso possa acontecer em uma sociedade em que o governo se diz estar aí para resolver as injustiças sociais. É afronta atrás de afronta aos velhinhos e velhinhas do Aerus. Isto não é sanar a injustiça que paira sobre nós durante esses anos todos.

Muitos, ao longo de todos esses anos, foram obrigados a se desfazer de seu patrimônio para poder sobreviver e ter um padrão de vida muito aquém do que projetaram na velhice.

Quantos se desfizeram de seus apartamentos por falta do dinheiro para pagar o condomínio!

Quantos não conseguiram honrar as prestações do financiamento pela compra desses imóveis!

Quantos tiveram que abandonar seus planos de saúde!

Quantos se entregaram à custódia dos filhos, sobrecarregando-os e não podendo dedicar-se exclusivamente a sua própria família.

Não é sem razão que, por vezes, deixamos extravasar nossos sentimentos de repúdio à classe política que não está nem aí para o que acontece aos que necessitam de seu auxílio. Não é um auxílio gratuito que pleiteamos. Não é uma 'bolsa família' que está em jogo, mas, sim, a restituição daquilo que arduamente conquistamos com o nosso trabalho.

Se somos necessitados, nesta altura do campeonato, nesta idade avançada, não é por falta de uma benesse gratuita do governo, mas por falta daquilo que nos é de direito e que o governo insiste em nos negar. Não é propriamente repúdio que sentimos aos que nos representam, já passa até a ser nojo por eles. E mesmo isto ainda é pouco...

Bom, deixemos de lado toda esta nojeira que está acontecendo conosco. Não sei porque acabei me desviando do propósito do título acima - DEU PT. Talvez estas duas letras, PT, me suscitam asco, repulsa, vômito.

É um assunto totalmente alheio a tudo isso que se refere ao caso Aerus.

Minha filha sofreu um acidente de carro muito sério. É claro, quando soube da notícia fiquei muito preocupado, já que ela foi levada para o hospital. Como ela mora no Rio e eu nos cafundós de Santa Catarina não tinha como dar alguma assistência de imediato. Mas ela tranquilizou-me dizendo que, felizmente, não teve ferimentos graves, e que logo teria alta.

Depois de alguns dias de repouso em casa, para seu restabelecimento, ela voltou ao trabalho. Aí eu lhe perguntei:
– E o carro?
E ela: – Deu pt.
– Não, minha filha, não vem com essa. Não coloque o PT nesta história. Eu já estou de saco cheio desse PT e você vem e diz que o PT está por trás desse acidente?!
– Não, pai. Pt significa perda total. O carro deu perda total.
– Ah bom, suspirei. Tem de explicar direitinho as coisas para este pai velhinho, os neurônios já não mais estão tão ativos...

Pois, amigos velhinhos e velhinhas do Aerus, não podemos deixar que o nosso Aerus venha a sofrer pt, isto é, perda total. Temos que estar alertas para que esse acidente não aconteça. Daí todo nosso apoio e gratidão aos confinados em Brasília. Conjuguemos nossas forças com estes abnegados companheiros que se predispuseram a ter esta iniciativa… 
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 22-11-2014

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