José António Rodrigues Carmo
A Grécia vai a votos e, se
nada se alterar, o Syriza, o BE lá do sítio, vai ganhar as eleições, com o seu
programa idealista e cheio de socialismo e anticapitalismo e
anti-"neoliberalismo" e "abaixo a troika", e outros slogans
que ficam sempre giros em conversas de vão de escada e manifestações da malta
do costume.
Lamento o que vai acontecer
aos gregos, a coisa não vai acabar nada bem, que uma coisa é a política
estratosférica das boas intenções, outra é a política real, como arte do
possível.
Espera-os o cenário
venezuelano, o que é chato para eles.
Mas gosto muito de Nicolau
Maquiavel e desejo, fervorosamente, que o Bloco de Esquerda grego ganhe mesmo
as eleições e suba ao poder, tal como aconteceu na chamada Primavera Árabe, com
a ascensão da Irmandade Muçulmana.
É que vai ser uma vacina do caraças,
para nós, para os "Podemos", aqui dos nuestros hermanos, etc. Com o exemplo da Grécia em pantanas, vai
ser bastante mais difícil às pessoas deixarem-se ir na esteira dos flautistas
de Hamelin que prometem Montanhas de Açúcar em Países das Maravilhas, algures
já ali, do outro lado do espelho.
É verdade que já temos
inúmeros exemplos das maravilhas a que levam as ideias atoleimadas destes
doidos (Cuba, Venezuela, Albânia de Enver Hoxa, países para lá da ex-Cortina de
Ferro, China de Mao, Coreia do Norte, Bolívia do cocalero, Cambodja de Pol Pot,
Portugal do Vasco Gonçalves, etc), mas o radar das pessoas normais não costuma
ir tão longe.
Uma boa catástrofe aqui à porta, num país que é do nosso bairro, é outra loiça.
Vamos pois torcer para que o
Syriza ganhe as eleições e, já agora, para que os seus homólogos neonazis da
Aurora Dourada, ganhem também muitos votos.
Um bom exemplo de radicalismo
e idealismo aqui mesmo à porta promete ser um espectáculo inesquecível, e uma
excelente vacina.
Viva o Syriza!
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