Luciano Henrique
O maior poder que
os petistas possuem sobre seus adversários não vem do Foro de São Paulo, mas da
extrema habilidade que eles desenvolveram para jogar a guerra política,
enquanto muitos de seus oponentes nem sabem o que isso significa. Isso faz com
que os aspectos que os fazem vencer passem muitas vezes imperceptíveis aos
olhos da grande maioria da oposição. Mas isso já começou a mudar. E pode mudar
muito mais.
Antes, veja o que
Gilberto Carvalho, [foto] mais folgado que colarinho de palhaço, falou ontem, sobre a
oposição:
Vamos sofrendo
todo tipo de acusação, de bolivarianismo, de chavismo, de mais um monte de m…
que os caras falam para poder fazer funcionar de fato o Estado em função da
maioria […] E foi isso que esteve em disputa nessa eleição. Eu morria de medo
do playboyzinho ganhar a eleição porque eu tinha clareza que ia acabar essa
energia que está aqui nesta sala. Isso não tinha condição de continuar porque
não está nesse projeto.
Note que ele faz
mais do que se defender das acusações (justas). Ele impõe rótulos ao oponente,
chamando-o de “inimigo do povo”. Em seguida, apela ao xingamento.
Há mais:
O medo deles não
é isso, não. É essa revolução silenciosa que se opera em todos os quatro cantos
do País quando o povo vai descobrindo que ele é sujeito, autônomo, que tem
capacidade de tocar a vida dele, que não depende mais dos dominadores, que
ganha autonomia. É disso que eles têm medo e é por isso que temos que continuar
nessa linha.
Observe que é um
discurso ensaiado. Há um grupo “do lado do povo” (eles) e outro que
intencionalmente quer ver o povo sofrer (a oposição). Na propaganda, repetição
é a chave.
Embora Aécio não
tenha rebatido os frames focados em “do lado do povo”, reagiu muito bem aos
xingamentos, segundo matéria do Globo.
Aécio Neves
disse:
Os termos que o
ministro se referiu a um senador da República e presidente de um partido só
confirma sua baixa estatura política. Mesmo depois de 12 anos como ministro, a
principal marca da biografia do senhor Gilberto Carvalho será sempre seu
envolvimento com as graves denúncias de corrupção em Santo André, que
culminaram com o assassinato do prefeito Celso Daniel, ainda não esclarecido.
O ministro
Gilberto Carvalho tem mesmo razões para ter medo. Temia que seu eu fosse
eleito, eu iria acabar com a corrupção, colocar ordem no País e acabar com as
boquinhas do seu partido, em especial a dele próprio.
Aloysio Nunes
também tem se saído melhor que a encomenda, depois do fim das eleições. Ele
afirmou:
Trata-se de um
cafajeste! O fato de um ministro de estado se referir nesses termos a um
senador e presidente de partido reflete bem o baixo nível do governo Dilma. Eu
não sei de que ele tinha medo, se Aécio ganhasse. Mas ele sabe onde o rabo dele
está preso. Especula-se muito sobre isso.
Antônio
Imbassahy, líder do PSDB na Câmara, também abordou o “medo” de Gilberto:
O medo do
ministro Gilberto Carvalho é que a presidente Dilma Rousseff faça uma delação
premiada.
Ronaldo Caiado
(DEM-G) afirmou que “É melhor ser chamado de playboyzinho do que de homem do
carro preto que fazia a coleta da propina em Santo André”, em sintonia com o
Pauderney Avelino (DEM-AM): “Melhor ser chamado de playboyzinho do que de homem
da mala de São Bernardo”.
É isso aí!
Mais uma vez isso
tem tudo a ver com o que tenho dito por aqui. É só pressionarmos que, aos
poucos, as demandas por uma efetiva oposição tendem a ser atendidas. Uma dessas
demandas é uma postura de oposição, que algumas pessoas do PSDB e várias do DEM
têm feito.
Título, Imagem e
Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 11-12-2015
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