Luís Naves
As pessoas ouvem, mas já não
escutam. A verdadeira diferença é andar fora do mínimo denominador comum, mas
isso implica ser ignorado, sobretudo quando há menos certezas do que dúvidas.
Um texto pouco lido será irrelevante. Assim, são privilegiadas as ideias
superficiais e com impacto nas emoções do maior número possível de gente, ou
seja, informação que entretenha. As democracias mudaram. Ao contrário do que
acontecia no passado, tornou-se fácil criticar o poder, daí que os ciclos
políticos sejam cada vez mais curtos. Nas sociedades avançadas, não há governo
que não seja constantemente encurralado pela rapidez mediática e o mínimo
defeito num político pode transformar-se em processo de julgamento na praça
pública. A sobrevivência política está em fazer o menos possível, arriscar o
menos possível, decidir o menos possível. As tecnologias não se limitaram a
arruinar os modelos tradicionais, mudaram radicalmente a relação entre os média
e o poder. A opinião pública insaciável reage de forma imediata a qualquer percepção
de escândalo. Qualquer frase mal medida, um gesto impensado, pode acabar com
uma carreira de décadas.
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