terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Papa Francisco e Patriarca da Igreja Ortodoxa declaram projeto de reunificação


Papa Francisco e Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, foto: Filippo Monteforte/AP


Papa Francisco e Patriarca da Igreja Ortodoxa assinam projeto de reunificação da cristandade. Dia histórico! Embora por um lado seja muito bom uma reunificação que acontece depois de 1000 anos, por outro lado eu temo pelo que se tornou a Igreja Ortodoxa, completamente infiltrada, aparelhada e controlada desde dentro por agentes da KGB. Será que essa reunificação marcará um renascimento do cristianismo, ou será que selará a submissão definitiva da Santa Sé ao movimento revolucionário? O que vocês acham dessa notícia? Eu confesso que estou preocupado.
Diogo

Realmente. É preocupante, mas como diz o Eclesiastes ‘não há nada de novo sob o Sol’.
A gênese do conflito entre Filhos da Luz e os Filhos das Trevas perpassa os tempos. Breve memória da gênese do Cristianismo:

“A variedade de seitas judaicas e judaico-cristãs que floresciam no Oriente Médio era evidentemente muito extensa e consideravelmente interrelacionada. Encontramos não só os conhecidos fariseus, saduceus, essênios e nazoreanos, mas também os elquesaístas, sampseanos, ebionitas, hemerobatistas, dositeanos, etc. O empreendimento de catalogá-los e descrevê-los foi, como destacamos, consequência direta do estabelecimento de uma ortodoxia cristã mais rígida.”

A Igreja preocupava-se principalmente com os sectários judeus, considerados um perigo bem maior para os seus dogmas. Os convertidos do judaísmo eram, por isso, cuidadosamente peneirados e compelidos a repudiar quaisquer associações ou simpatias anteriores.

Podemos citar parte de uma profissão de fé de origem oriental exigida dos convertidos do judaísmo, anexada ao Clementine Recognitions: “Eu anatematizo os nazarenos, os teimosos, que negam que a lei dos sacrifícios foi dada por Moisés, que se abstêm de comer coisas vivas e que nunca oferecem sacrifício. Eu anatematizo os oceanos, os mais cegos dentre todos, que usam outras Escrituras que não a Lei...” SCHONFIELD, Hugh. In A Odisséia dos Essênios

Assim, nos primórdios do Cristianismo havia efetivamente uma Fraternidade, a dos Essênios, cujas bases teológicas fundaram não só as religiões, mas também as “Fraternidades Secretas”, daí as similitudes verificadas nas expressões de Hillel, Yeshua, e também de Jesus e, se for além também em Moisés, Buda (Gautama), Maomé (nem tudo, é claro), Buda, Confúcio, Zaratustra...

Nesse cenário de conflito inter-religioso que vem dos primórdios do Cristianismo havia evidências da existência de um Mestre o “Mestre Verdadeiro”, que exerceu as funções de legislador e profeta e ‘combateu’ a lassidão e a apostasia religiosa.

Nesse sentido, uma das revelações dos Manuscritos do Mar Morto foi efetivamente a existência de um notável líder religioso venerado pelos essênios, cujo nome verdadeiro não foi registrado, e até hoje não foi possível identificá-lo definitivamente com qualquer indivíduo na História, sabendo-se, no entanto que foi um homem de grande estatura moral e espiritual.

Sem nenhuma intenção subliminar com a atualidade papal, me parece, em que pese o viés marxista do papa Francisco, verifica-se um esforço sem precedente em cessar o histórico conflito inter-religioso, pelo menos entre os cristãos. E isso é bom.

E, enquanto a “Santa Igreja Católica Apostólica Romana” se mantiver como a maior organização capitalista do Planeta, estamos salvos, não pela fé, mas da má-fé. 
Texto: Rivadávia Rosa, 2-12-2014

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