sábado, 28 de fevereiro de 2015

Crônica de Shangri-La: a lista de Atlas

José Manuel
Oskar Schindler foi um empresário alemão que salvou a vida de mais de mil judeus durante o holocausto, empregando-os em sua fábrica.
Steven Spielberg eternizou-o no cinema com o filme Schindler's list ou, para nós, A lista de Schindler, recebendo nada mais do que sete Oscars e é considerado pela crítica especializada como o oitavo melhor filme já feito.

Enquanto Schindler e seu colaborador Stern fizeram uma lista dos trabalhadores que seriam mantidos longe dos trens de Auschwitz, evidentemente para salvá-los da morte certa, nós aqui em Pindorama aguardamos por uma eternidade a lista de Atlas, diga-se de passagem nada abonadora em contraste com a primeira e com aquele que na mitologia grega é um dos titãs condenado por Zeus a sustentar os céus para sempre, mas que também pode nos salvar politica e socialmente.

Atlas carregando os céus nos ombros
A lista de Atlas, ou daqueles que teriam que sustentar para sempre as suas virtudes, uma vez que foram colocados no poder  pelo povo, é a lista dos nomes dos parlamentares, governadores, ministros, envolvidos no escândalo do Petrolão e que está em poder do Procurador-Geral da República.

A nação está ávida por conhecer os nomes incluídos nessa lista, pois cada cidadão quer saber até aonde vai a sua responsabilidade em ter dado o seu voto a pessoas inescrupulosas, que se utilizam do voto obrigatório para seu enriquecimento pessoal, ao contrário das responsabilidades determinadas a eles por esse mesmo voto.

Essa lista será mais um ingrediente bombástico e será determinante para o prosseguimento de punições, ou o eterno abrandamento imperdoável já tão conhecido, neste que já é considerado o maior escândalo do planeta.

A partir deste momento crucial para a história do país, em que os nomes serão conhecidos, ficará muito claro até aonde pode chegar e como é utilizada "a liturgia do poder" em que o correto é procurar atingir os aspectos mais honestos dos indivíduos públicos, pregando a ética no trabalho público, na disciplina do cargo que ocupa, do respeito à hierarquia a que está submetido e do cultivo à simplicidade, jamais à vaidade exacerbada.

Até onde poderemos confiar naqueles em quem votamos e nessas virtudes essenciais para dirigir uma nação, pois caso contrário apenas seremos mais uma vez ludibriados em nossas boas intenções, por esse esquema perverso da visão apenas pessoal, de cada um dos possíveis envolvidos nessa lista.

Nós, cidadãos, não podemos mais continuar à mercê de ansiedades pela publicação de listas de políticos que infringem a lei. É chegada a hora de darmos um basta a essa mediocridade, diretamente responsável pelos acontecimentos que levaram o país a este estado de coisas.

Nós não podemos ser penalizados em nosso dia a dia pátrio, com aumentos de impostos, inflação cada vez mais em alta, perdas de postos de trabalho, e todas as péssimas notícias que nos perseguem diariamente, sendo responsável por tudo isso apenas o poder concedido e ninguém mais.

Temos que lutar pela adoção do voto facultativo que já é largamente utilizado em países como, por exemplo, Portugal ou Estados Unidos. Isso talvez não erradique de vez todos os problemas que temos, mas certamente irá cortar a certeza da impunidade e do exercício da vagabundagem plena que certos políticos usam e abusam em nosso nome.

O voto obrigatório é imoral, restringe as liberdades individuais, é anti-democrático, é um voto facilmente manipulável e gera indivíduos corruptos como os que agora estão envolvidos nessa lista.

Queremos fazer parte de listas que salvem vidas, que dignifiquem o ser humano.

Não queremos ser reféns de listas que deixam o país paralisado como se encontra neste momento, e que deixam o país arruinado por bandidos travestidos de políticos.

Essa lista certamente não terá um filme, mas poderá receber um Oscar, dependendo como o Procurador-Geral resolverá essa questão, que é acima de tudo, de honra para a nação.
As celas estão aguardando o seu parecer.


Título e Texto: José Manuel, 28-2-2015

Nota: a descritiva nas crônicas por mim publicadas é o resultado de pesquisa em notícias veiculadas em mídia nacional idônea, apenas compondo um pensamento lastreado em liberdade de expressão e ancorado no Artigo 5 inciso IX, da constituição Federal de 1988.

Relacionados:                

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-