quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

De volta ao Excel

Vitor Cunha

Durante o primeiro ano do governo de Passos Coelho, uma crítica frequente feita pelos recém-falidores era a preponderância de Vítor Gaspar na actividade governativa, encarada na altura como uma sobrevaloração economicista, o primado das finanças sobre a vida das pessoas. “As pessoas não são números” e, posteriormente, “o mundo não é o Excel”. Havia, inclusivamente, quem advogasse que o ministério das finanças existe para passar cheques aos outros ministérios, os ministérios das pessoas e da primazia da vontade humana sobre os números.

Para mim é reconfortante verificar que Varoufakis, em pouco mais que uma semana, tornou-se o centro das atenções em detrimento de Tsipras, o primeiro-ministro talhado para uma existência Rui Tavares desde pequenino. Mais reconfortante será verificar a inevitabilidade da aceitação pelos luso-falidores do Excel como ferramenta bem mais importante para a realidade que qualquer desvario sacado do dicionário de citações de Gramsci. Ninguém deposita mais esperança em Varoufakis, o ministro das finanças, que a esquerda dos unicórnios. 
Título, Imagem e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 5-2-2015

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