quinta-feira, 19 de março de 2015

É possível ter saudades do futuro?


Leo Daniele
Avançadíssimo, mas ao mesmo tempo caótico, cinzento, nervoso, vazio, poluído, insípido, inodoro, incolor e sem Deus é o nosso século. Assim a muitos parece.

Ter saudades do passado implica em julgamento do presente? Com certeza. Elas consistem numa comparação explícita ou implícita entre duas situações, a do presente e a do passado, para o qual se inclinam. “São Paulo cresceu, mas tudo morreu”,diz a canção “Lampião de Gás”.

Se saudades são o pesar, a mágoa causada pela privação de algo (cfr. “Aurélio”) e nos sentimos privados de alguma coisa, precisamos reconhecer de modo implícito ou explicito que estamos com saudades. Do quê?

Serão saudades do passado?  A célebre e inspirada música de Inezita Barroso só fala de coisas que já se foram: do bonde aberto, do carvoeiro, do vassoureiro com seu pregão.


Mas será só disso que temos saudades? Ou de algo mais?

Quem sabe se não temos saudades do futuro? Tanto mais quanto Nossa Senhora anunciou em Fátima que “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. Se for assim, serão dias melhores.

Podemos ter saudades desses dias? Podemos e devemos. É uma maneira de nos consolarmos nestes tempos muito aziagos em que vivemos.

O grande são Luís Maria Grignion de Montfort exclamava: “Se eu não tivesse a esperança de que mais cedo ou mais tarde haveis de ouvir este pobre pecador nos interesses de vossa glória como já ouvistes a tantos outros, pedir-Vos-ia do mesmo modo que o profeta: Tolle animam meam” (Levai a minha alma).

“A confiança que tenho em Vossa misericórdia faz-me, porém, dizer com outro profeta: não morrerei, mas viverei e narrarei as obras do Senhor; até que com o velho Simeão possa dizer: ‘Agora, Senhor, despede o teu servo em paz’”. 

Diz o “Livro dos Provérbios”, e com isso encerro: “A esperança que se retarda aflige a alma, porém o desejo que se cumpre é uma árvore da vida”(Pr. 13,12).
Título, Imagem e Texto: Leo Daniele, ABIM, 19-3-2015

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