Hélio Dias Viana
Enquanto o mundo oficial
celebra o acordo de Obama com Raul Castro, através do qual os EUA fornecem um
balão de oxigênio ao regime comunista para que este possa sobreviver e
fortalecer-se, os sanguinários líderes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia), reunidos em local privilegiado daquela ilha de miséria e
opressão, continuam a mandar seus sequazes assassinarem os colombianos. Desta
feita foram “apenas” onze militares, surpreendidos covardemente numa emboscada
no Cauca (sudoeste do país) na noite de 14 para 15 de abril.
Militares colombianos recolhem corpos de soldados assassinados pelos narcoguerrilheiros das FARC durante emboscada na madrugada de 15 de abril |
Este crime, que deveria ser objeto
dos maiores protestos das autoridades civis, militares e religiosas do mundo
civilizado, bem como das organizações dos direitos humanos, mostra mais uma vez
quão falaciosas são as atuais negociações do governo colombiano com a
narcoguerrilha marxista em Havana. Desgastados no seu longo intento de
assenhorear-se do país através das armas, seus atuais líderes esperam o momento
de o fazer guindados pelos atuais governantes a posições-chave do cenário
nacional.
Assim, à mesa das negociações
que se realizam em Cuba com o apoio do episcopado colombiano e de inúmeros
governos, encontram-se, de um lado incansáveis partidários da política de
concessões e do diálogo, que acreditam na boa-vontade e na sinceridade de
mentirosos celerados, e acham que cantando “preparem uma mesa para mim bem na
face do inimigo” e sorrindo-lhes os conquistam. E, do outro lado, esses
adversários sanguinários, soezes e totalmente determinados, que não hesitarão
um só instante em recorrer a não importa que método for, com tal de alcançarem
seus objetivos.
Não passa de medida
político-militar sem maior alcance a ordem do presidente Juan Manuel Santos de
voltar a bombardear objetivos das FARC. Ela parte de alguém de espírito
desarmado, que adotou o lema “a paz a qualquer preço” diante um inimigo
irredutível. O que é preciso bombardear antes de tudo são as conversações
suicidas de Havana e a mentalidade entreguista do governo que as preside. Mas o
presidente colombiano parece não disposto a tal, pois já anunciou que elas
continuarão.
Numa atmosfera de falsa
normalidade, com mais de doze mil militares de todas as patentes presos nos
cárceres colombianos enquanto líderes narcoguerrilheiros negociam com o governo
e impõem condições, ou os colombianos abandonam o seu letargo e voltam a se
manifestar maciçamente nas ruas exigindo uma total mudança de rumo, ou correm o
sério risco de verem seu país ser entregue a inimigos inveterados,
inescrupulosos e brutais.
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