Oscar Bürgel
Desde há muito ouço falar
sobre este mineiro ativista que lutou contra a exploração da coroa portuguesa
sobre nós brasileiros.
Parece-me que o mesmo era do
tipo virador, versátil, fazia de tudo para sobreviver, foi tropeiro, minerador,
comerciante, militar (alferes=sub-tenente) e dentista.
Em todos as frentes que tentou
era explorado pelo governo português, que para cobrir suas mordomias oriundas da
Inglaterra, tirava tudo das colônias habitadas por sub-raças ignorantes, assim
era visto o Brasil.
Virador mas de bom caráter e
percebendo que assim não dava, revoltou-se contra o sistema de espoliação ao
povo.
Foi enforcado e exposto como
exemplo, tipo: “não façam igual, pois vejam o que faremos com vocês, se
quiserem acabar com nossa mamata.”
Trinta anos após o sacrifício
do Tiradentes, pouco tempo, se lembrarmos que os meios de comunicação eram
sinais de fumaça e de tambor, o governo da coroa portuguesa foi deposto e novos
governantes entraram.
Ao perceber que o povo era
omisso começaram a tributar com voracidade, novamente.
Percebemos que o problema não
está nos mandantes, o problema somos nós, os mandados, nossa postura de omissão,
não participação, não envolvimento no cotidiano das coisas ao nosso redor.
Sequer “Joaquins Josés das Silvas
Xavieres” conseguimos deixar crescer atualmente para liderar-nos. Os assuntos
de big brother, futebol, praia, ceva e facebook prevalecem quando estamos
reunidos, não nos permitindo ouvi-los (se é que existem atualmente).
Em épocas de delação premiada,
roubo na Petrobras, onde temos de aturar ver na TV a cara de um ladrão com
privilégios, camisa de grife, talvez as penalidades imputadas ao dentista
seriam bem adequadas a estes criminosos.
Estes ladrões de colarinho
branco roubam os leitos, equipamentos hospitalares, veículos para segurança,
medicamentos, tudo que nos falta, gerando dor e sofrimento à população com sua
ganância insaciável.
Voltar a comparecer nas
manifestações de rua já será um início do exercício de cidadania.
Exigir que nossos filhos
compareçam à aula, mesmo que isto vá conflitar nosso feriadão, no dia/ponte que
antecede o feriado (que existem muitos neste País), e/ou comparecer na reunião
do condomínio ou associação do bairro, já será um bom exemplo para que nossos
descendentes não cresçam com os mesmos defeitos.
Também apenas trinta anos se
passaram desde que fomos às ruas pelas “Diretas já”, quem sabe, este é o tempo
de maturação para mudanças.
Título, Imagem e Texto: Oscar Bürgel, 22-4-2015
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