quinta-feira, 28 de maio de 2015

A bola estourou...

Valdemar Habitzreuter
Rola... rola... rola, bola, ora bolas!

O fascínio que a bola proporciona aos espectadores num estádio de futebol é apaixonante e significativamente impressionante. Há aí uma verdadeira paixão a ponto de ser causa de lágrimas de alegrias e tristezas; causa de contendas que culminam em feridos e mortos; e outras causas por aí afora...

Ao rolar da bola, um turbilhão de emoções dormentes no íntimo de um espectador é extravasado e transformado em delírio ou frustração. Qual o mistério de um objeto redondo a rolar pelos gramados ter tanto poder de apaixonar milhares de pessoas mundo afora, hipnotizando-as a ponto de ficarem alheias ao mundo real? Seria uma fuga da ‘ingratitude’ que julgam obter da vida? Transcender o mundo cão que os assalta? Mas, por que uma bola e não outra coisa qualquer? Boas perguntas e difícil de responder.

Talvez devêssemos simplesmente responder que tudo o que é redondo rola mais fácil. Até cervejas há com rótulo imaginativo de bola com o apelo de descer redondo garganta abaixo. Assim também na vida, achamos que tudo o que se apresentar redondo é mais agradável, mais fácil de lidar, dá mais alegrias e satisfação.

Mas, há na redondeza da bola e da vida seus perigos e ilusões. Assim como a bola, que o jogador de futebol costumeiramente recebe redonda em seus pés, pode quicar em falso e desviar-se de sua trajetória ideal e o enganar, do mesmo modo, a vida muito redonda também tem o seu fascínio, mas que nos pode trazer ilusões e sofrimentos. É bom ficarmos em alerta a tudo o que é muito redondo para não nos deixar levar por seus apelos emocionais que nos desviam da realidade nua e crua.

Assistimos ontem ao desmascaramento dos dirigentes da FIFA que acreditaram que a bola sempre lhes permaneceria redonda e, assim, poderem prosseguir com suas falcatruas (redondas?)...Mas viram que a bola estourou e acabou com a festa. Agora terão que enfrentar um mundo de emoções quadrado, quem sabe?, uma cela quadrada... 
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 28-5-2015

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