Helena Matos
[…]
“António Arnaut afirmou,
este sábado, que há “uma direita reacionária” no poder em Portugal, “presidida
por um neoliberal assanhado”, que não tem sensibilidade e “está contra o
Serviço Nacional de Saúde”.
Primeiro eram os fascistas,
mais os reaccionários e os contra-revolucionários que invarivelmente sofriam de
marialvismo e colonialismo. Estas criaturas faziam intentonas patrocinadas
pelos capitalistas, os lacaios do imperialismo e os cães de fila dos americanos.
Os burgueses, os parasitas e os salazaristas também financiavam os fascistas e
os reaccionários nos seus obscuros propósitos.
Desaparecidos estes nefandos
seres (ou parte deles) não ficámos muito mais aliviados pois passámos a estar
rodeados por novos espectros: os provincianos, os atávicos, os saudosistas, os
defensores do lobby disto e daquilo, os feitos com o capital, com o grande
capital e com o capital internacional. Os amigos dos privados, os dependentes
dos mercados… A este grupo juntaram-se depois os parolos, os pirosos, os
atrasados, os sexistas, os racistas, os homofóbicos, os machistas, os
xenófobos, os intolerantes e os ultramontanos.
Depois vieram os liberais, os
neo-liberais, os servidores dos alemães, os conservadores e os ultra-conservadores.
Os salazaristas tornaram-se salazarentos. E agora estamos nos liberais
assanhados. Para a semana há mais.
Todas estas entidades, que em
boa verdade são sempre uma variação sobre o mesmo aleijão básico – não ser de
esquerda – querem sempre o mesmo: fazer negócios ou negociatas, vender o país
umas vezes ao desbarato outras por melhor preço, dar cabo da vida dos pobres,
favorecer os ricos, ajudar o capital (agora va versão angolana e chinesa) e
privatizar as empresas que são nossas.
Atacar as minorias, asfixiar o
Estado Social, destruir o SNS e matar os portugueses à fome são os objectivos
mais recentes deste grupo que começou por querer destruir a revolução à força
de intentonas, golpes e movimentações e agora, simplesmente para agradar aos
alemães, resolve governar com austeridade. É certo e sabido que a austeridade é
a consequência da teimosia e da subserviência que estas pessoas sem
sensibilidade social manifestam perante a Alemanha. Quisessem elas e não havia
austeridade. Éramos todos ricos e pronto.
Com variantes esta é a
história das ideias da nossa democracia contada ao povo, às crianças e aos
adultos e repetida pelos jornalistas. Pode parecer uma patetice – e é – mas é a
nossa patetice. Todos os dias este patetismo é repetido à exaustão. E funciona.
[…]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-