Luisa Castel-Branco
Na noite do dia 25 de Abril, o
candidato a primeiro-ministro e líder do maior partido da oposição enviou para
o telemóvel particular do director-adjunto do Expresso, João Vieira Pereira,
uma longa mensagem em que o acusava, entre várias pérolas, de “recorrer ao insulto reles e cobarde para
preencher a sua crónica” ou ainda “quem
se julga para se arrogar a legitimidade de julgar o caracter de quem nem
conhece”.
Ora acontece que o dito texto
que tanto enervou António Costa não é mais que uma crítica com base nos
pressupostos económicos que o programa apresentado pelo mesmo propõe para o
país.
E vamos caminhando de espanto
em espanto. Primeiro porque se António Costa se tivesse queixado da opinião do
jornalista de qualquer outra forma pública em vez de através de um SMS para o
telemóvel particular, nada disto teria importância.
Depois porque o Expresso não
só publicou a mensagem do candidato a primeiro-ministro como a resposta do
jornalista. E o que aconteceu? Nada!
Apenas o jornal online O Observador falou do assunto. Não se ouviu nem um único jornalista dizer de
sua justiça, eles que tanto defendem a liberdade de imprensa não vieram agora
chamar a atenção para este absurdo.
Daqui podemos todos tirar as
seguintes lições:
António Costa ainda não é
primeiro-ministro e já tem todos os tiques do tempo de Sócrates no que diz
respeito à comunicação social.
A mesma comunicação social que
anda com ele ao colo, em todo o lado e por todo o lado.
E por último, se fosse o atual
primeiro-ministro, ou qualquer membro do governo a fazer a mesma coisa, o que
se escreveria e comentaria sobre isto.
Dois pesos e duas medidas. E
depois é a esquerda que defende a liberdade de expressão. Deixa-me rir!
Título e Texto: Luisa Castel-Branco, Destak,
8-5-2015
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