Valdemar Habitzreuter
As ciências avançam
indefinidamente em seu caminho de desvendar os mistérios das leis da natureza e
dão oportunidade ao homem de criar todo um aparato de proteção e progresso
frente aos problemas da vida. O mistério da vida intriga os cientistas e, inclusive,
tentam criá-la em laboratório. Conseguirão? Tentam dar vida a máquinas.
Conseguirão? Perguntas que, hoje, responderíamos com um categórico ‘não’.
Diriam os crentes em Deus que
este mistério não será revelado ao homem, justamente para preservá-lo, diriam
eles, de não cair em tentação de arrogar-se ser ele - o homem - um Deus. Mas,
se Deus é um ente inteligente, ou a ‘Pura Inteligência’ (segundo Aristóteles),
e fez o homem partícipe dessa Inteligência, então não há por que não utilizar
essa inteligência para galgar sempre mais alto a montanha do saber e dominar as
leis da natureza.
Assim, assiste-se, hoje,
sempre mais pesquisas e tecnologia bem-sucedidas criando mecanismos e máquinas
robóticas que ajudam o homem/mulher a facilitar a vida. Essas máquinas são como
seres pensantes ao executar tarefas. São, por assim dizer, possuidoras de
inteligência, uma inteligência artificial, vindo à lúmen pela engenhosidade do
homem.
Pode-se discutir, se essa
inteligência, num futuro, poderá igualar-se à inteligência natural do ser
humano. No entanto, a criação da inteligência artificial - não idêntica,
propriamente, à inteligência humana -, que desempenha um raciocínio lógico e é
autônoma para interagir no mundo, isso hoje já é viável e já está acontecendo
numa escala inicial. Mas os cientistas se dedicam a algo mais, criar uma
máquina vital emocional pensante. Impossível? Para a maioria de nós sim, será
impossível. Mas não para muitos cientistas.
O Instituto de tecnologia de
Massachussetts (MIT) é o centro de pesquisa o mais atuante e avançado a se
dedicar na criação da inteligência artificial. É lá que renomados cientistas se
entretêm em dar movimentos autônomos a robôs e de conferir-lhes inteligência. E
querem avançar mais, querem produzir homúnculos artificiais tão sencientes e
autônomos quanto o próprio homem. Já pensou, caro leitor, um robô com um
emaranhado de conexões neurais artificiais produzindo pensamento, idêntico ao
cérebro humano e ter vida própria?
Os estudos avançam. Filósofos,
psicólogos, biólogos tentam dar sua contribuição. Mas, por ora as perspectivas
não são animadoras. E não é por menos, dar vida e inteligência a uma máquina é
de uma complexidade tamanha que ainda não está ao alcance do homem, pois ele
mesmo ainda não sabe o que é propriamente a vida e como se originou; não sabe
como se produz o pensamento no cérebro humano e o que é a consciência.
Portanto, como introduzir isto numa máquina se não se apreende o conteúdo desses
conceitos?
Mas, e se um dia o homem vier
a desvendar todos esses mistérios? Seria capaz, então, de dar emoções,
consciência às suas máquinas e serem auto reprodutoras? Uma máquina vital,
pensante e autônoma não seria mais vantajosa em comparação ao frágil corpo
humano que tem apenas umas dezenas de anos de vida? Estaria o homem disposto a
abdicar de sua espécie e dar lugar a uma nova? Por que não, se a evolução da
vida dá chances para novas espécies eclodirem com maior capacidade de se
adaptar às novas exigências ambientais?
Pelo andar da carruagem, o
homem parece sentir-se cansado de sua humanidade por tantas desgraças,
desavenças e incertezas de sobrevivência, e procura orientar-se para uma nova
ordem de vida que não se atém somente a esta restrita humanidade ora em curso,
mas alçar-se a um outro patamar e perpetuar-se numa nova espécie. Assim, como
da animalidade pura irrompeu a humanidade, desta, por sua vez, poderá irromper
a robumanidade – uma humanidade máquina, com perspectivas imortais.
Como ficaria Deus nesta
história toda? Irado com toda esta pretensão do homem? Acho que não, ele
aplaudiria e diria: agora me retiro, pois a humanidade saiu da minoridade para
a maioridade independente. Adeus! Que a robumanidade seja feliz!
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 15-5-2015
Valdemar, teu texto me trouxe à lembrança algo que tenho aqui a tempos.
ResponderExcluirCustei a achar mas encontrei
E se for assim?
Valeria a pena ver?
http://www.kubrick2001.com/index.html
Clique em idiomas e começa
Abraço
Ivan Ditscheiner
PS: Não só Valdemar, mas obvio quem quiser ver
Caro Ivan, gostei. É bem sugestivo, o filme Odisseia no Espaço. Vem de encontro ao post acima. Na verdade, estamos sendo cada vez mais dirigidos por máquinas. Vc já se tocou o que é a internet? É uma máquina abstrata universal sem sede. Uma máquina inteligente. Quem é o dono? Ninguém. Ela está aí difusa em todas as sociedades como um corpus anonimus orientando nossas vidas. É um deus virtual a quem recorremos para nossas necessidades comunicativas, para execução de tarefas as mais diversas, e, sobretudo, estarmos ligados em rede e desfrutar da globalidade cultural, sem barreiras e fronteiras. Esta máquina saiu da inteligência do homem. Assim também a vida robótica com inteligência artificial está em gestação. Daqui a milênios, quem sabe esta inteligência não estará acima da inteligência humana... Mas, cadê o nosso amigo epicurista Rochinha, enciclopédia ambulante, para nos dar suas opiniões valiosas?...
ResponderExcluirValdemar
Não recordo se escrevi, mas lá vai, a inteligência artificial poderá ser milhões de vezes mais rápida que a humana, mas decidir entre o lógico sim e não, não pode levá- la a vitória e a decisão correta.
ExcluirO homem é mais perspicaz e eclético aos imprevistos, sua base de cálculos é baseada na realidade do momento nunca na lógica.
Pra parar o Messi é fácil coloca ele no gol.
Vocês provocam mas gostam.
ResponderExcluirJamais a AI derrotará um humano.
A IBM teve que fazer um computador especial para vencer Kasparov.
O deep blue perdeu 2 e empatou 3.
O deep blue 2 venceu e a UBM não deu revanche.
O deep blue 2 era imenso, na caso dos 33 giga flops.
FLOP é os cáculos por segundo.
A china te um na casa dos 34 PETA flops, com 16 mill nódulos de dois processadores INTEL IVY Xeon de 3 cores cada com 88 gigabites de memória cada um, é um andar imenso.
Só pra comparar:
GIGA FLOPS É 10 ELEVADO A 9
PETA FLOPS É 10 ELEVADO A 15
Para competir com Kasparov montaram um 33 giga flops, o maios do mundo tem 34 peta flops.
A diferença é do tipo de duas pedras discutindo suas idades uma de 300 milhões e a outra de 15 milhões.
O homem pensa nas táticas de vencer, o computador analisa as táticas de não perder.
Nisso somos imbatíveis.
Você pode montar as táticas mais ferrenhas de defesa, aí vem um tal de Lionel Messi e as derruba.
bom dia