segunda-feira, 18 de maio de 2015

“Pior que tá não fica”...

Valdemar Habitzreuter

Palhaçada… É inconteste que estamos assistindo a uma verdadeira dança desritmada no salão da Casa do povo. Os parlamentares se esbarram um no outro sem noção de como entrar no compasso de bem representar o povo. O que vemos é uma mixórdia de interesses pessoais com fingimento de que trabalham em prol do povo.

Com o enfraquecimento do poder de Dilma e o país quase parando na estação da inércia, com perigo de retroceder, eis que se apresentam figuras ‘palhescas’ (misto de palha com palhaço) vazias de seiva política, verdadeiras palhas secas, mas com vocação circense, querendo ocupar o vazio deixado pela ‘presidenta’. Vazio vezes vazio é igual a vazio, aprendemos no ensino fundamental. O que preside o Brasil é, pois, um grande vazio, ou melhor, dois grandes vazios.

Os que estão à frente da orquestração da palhaçada são os presidentes do Senado e Câmara dos deputados, os dois medindo forças entre si para ver quem se sai melhor na orquestração. Os demais se prestam a figurantes e se divertem. Não faltam xingamentos entre aliados do governo e oposicionistas para delírio de todos. A famosa tirada de um parlamentar: “mulher que bate como homem deve apanhar como homem”, pode servir de mote para definir o ‘hercúleo’ trabalho de nossos representantes. Tudo muito dantesco...

O presidente do Senado, Renan Calheiros, é expert em encenações de enfrentamento às propostas do governo. Fanfarreia como ninguém. Mas na hora H se dobra com as ofertas vindas de cima. Sua atuação no senado é inexpressiva, embora estrondosa - vitrine para inglês ver. Ademais tem o rabo preso com o processo Lava-jato...

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não fica para trás. Homem de verborragia fácil, faz o possível para ser visto como ‘homem da República’ medindo forças com a ‘presidenta’ e, ademais, quer se destacar como figura central na aceleração e condução dos trabalhos pendentes e engavetados na Câmara, e, assim, mostrar a que veio: futuro candidato à presidência. Mas, sua vida pregressa o trai, e seu futuro pode ser lavado a jato...

Tudo isso me faz lembrar o deputado palhaço Tiririca, duas vezes eleito. Está ele lá quietinho em seu cantinho recebendo seu polpudo salário parlamentar e aprendendo sempre mais sobre a arte da palhaçada. Palhaço por palhaço quem é mais palhaço? Ele ou eles, seus colegas parlamentares? Para o povo, só resta concordar com o Tiririca: “pior que tá não fica”. 
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 18-5-2015

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