Vitor Cunha
Nos Globos de Ouro da
SIC/Caras, Diogo Infante, ao receber o objecto dourado, tentou uma piada sobre
a inexistência de um Ministério da Cultura. Aparentemente, esta lacuna
ministerial prejudica severamente este e outros actores que, mesmo assim,
recebem prémios dourados (com ministério até iam à lua).
Ontem, na RTP1, passaram uma
gala da SPA que consistia em autores a premiarem outros autores. Estes
elaboravam sobre a miséria que é o desinvestimento em cultura, mesmo após a
aprovação da enaltecida Taxa Barreto Xavier sobre silício, o 2º elemento mais
abundante no planeta Terra logo a seguir ao oxigénio (este ainda não taxado).
Em Cannes, Miguel Gomes
apresentava o seu filme de 6 horas, “As Mil e Uma Noites”, sobre a austeridade
em Portugal imposta pela Troika, aparentemente sem perceber nem fazer perceber
ao público a ironia que é a produção de um filme de 6 horas sobre austeridade.
O que todos estes têm em
comum* é a falta de vergonha. A república popular portuguesa, com contribuintes
que além de suportarem pensões, rendas, salários, empresas falidas, abortos
gratuitos no SNS – só para mencionar as pacíficas -, têm também que suportar
estes negociantes da indignação cujo lucro deriva da crítica institucionalizada
ao culto da mula de carga que são os contribuintes privados no país dos tolos.
António Costa devia endereçar
já estas preocupações e assegurar que não faltarão fundos para a elite autoral
poder assegurar a continuidade do trabalho endógamo de autores para o público
de autores.
* Não vi o filme do Miguel
Gomes, posso estar a ser injusto ao colocá-lo de antemão no rol de hipócritas
que obtêm receitas no negócio da crítica da austeridade.
Título, Imagem e Texto: Vitor
Cunha, Blasfémias,
26-5-2015
Comentários:
António Torto
26 Maio, 2015 10:56
Todos refilam mas todos mamam:
São actores (ou será atores?)
a atarem num choro desalmado porque querem ainda mais subsídios;
São estagiários que querem ser
eternamente estagiários;
São bolseiros que querem
continuar bolseiros até à reforma;
São produtores que vivem toda
a vida sentados à manjedoura;
São artistas da rádio, TV, que
querem boas reformas depois de se terem “esquecido” de descontar para elas;
Etc. etc. etc.
Em resumo, uma cambada de
parasitas que querem viver à custa dos trabalhadores e que muito justamente se
dizem esquerdistas, eu diria mais, canhotos, é o que eles são.
Defendidos pelos syrisas cá do
sítio.
M. Almeida
26 Maio, 2015 11:18
Victor Cunha,
Sobre o pateta do Infante com saudades do seu PS no governo (aliás perfilou-se logo no apoio a António Costa aquando das primárias, juntamente com o Represas e uns realizadores de cinema e maltinha da cóltura costumeiros do subsidio) acha que disse uma piadinha com muita graça, mas pelo que vi, a sala nem reagiu assim tão entusiasmada. Ainda não perceberam que a maioria já os topou. E pelo que vejo neste link, alguns indignaram-se com o discurso de Filipe Faisca, que , imagine-se, até enalteceu o crescimento da indústria textil e portanto o sucesso da economia do País, e que portanto chocou com o discurso dos subsidio dependentes que andam a vender um País miserável como fez o Miguel qualquer coisa em Cannes. Veja o Trailer.
Sobre o pateta do Infante com saudades do seu PS no governo (aliás perfilou-se logo no apoio a António Costa aquando das primárias, juntamente com o Represas e uns realizadores de cinema e maltinha da cóltura costumeiros do subsidio) acha que disse uma piadinha com muita graça, mas pelo que vi, a sala nem reagiu assim tão entusiasmada. Ainda não perceberam que a maioria já os topou. E pelo que vejo neste link, alguns indignaram-se com o discurso de Filipe Faisca, que , imagine-se, até enalteceu o crescimento da indústria textil e portanto o sucesso da economia do País, e que portanto chocou com o discurso dos subsidio dependentes que andam a vender um País miserável como fez o Miguel qualquer coisa em Cannes. Veja o Trailer.
A revolta dos indignados, que acham que os portugueses não enxergam a realidade e acham que temos todos que ver a miséria que eles, a par de comentadores de serviço andam a vender ao País.
De facto, nada melhor do que os portugueses ouvirem estas coisas por quem trabalha num dos sectores com muito sucesso neste momento em Portugal.
E se lá estivessem outros representantes de outros sectores, diriam o mesmo.
Ora aqui está a razão pela qual António Costa, o PS, e os comentadores ditos da direita à esquerda queriam eleições antecipadas.
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