José Manuel
Dois juízes federais estão
reescrevendo a história do judiciário brasileiro.
O doutor Sérgio Fernando Moro,
titular da vara federal especializada em lavagem de dinheiro e crime organizado
de Curitiba, está retirando, aos poucos, o país da lama criminosa a que foi
jogado nestes últimos doze anos.
A sua determinação em
perseguir os crimes de colarinho branco em que pseudo-poderosos, políticos ou
não, que se achavam acima do bem e do mal, agora estão atrás das grades, traz à
sociedade um alívio psicológico enorme, tal a imundície a que o país foi
sentenciado por esses criminosos.
Por declarações de
procuradores federais, só a operação Lava-Jato irá se estender por mais dois
anos, para que todos os crimes nas estatais sejam devidamente conhecidos.
Pela desenvoltura do que
ocorre no momento, provavelmente figuras proeminentes da república com foro
privilegiado ou não, serão alvo dos futuros inquéritos.
Hoje começa-se a perceber o
porquê dos gastos expressivos no exterior, coisa que não é normal em outros
países, mais ricos e adiantados, socialmente, inclusive.
No dia 23-01-2015, foram
divulgadas pelo Banco Central as despesas de 2014 no montante de US$ 25,6
bilhões. Se formos fazer o câmbio para Reais, não há zeros que cheguem e fica
evidenciada uma gigantesca fuga de capitais. É o maior índice da série
histórica desde 1947.
Não é preciso ser um expert em
economia, relações internacionais, comércio exterior, etc. para perceber o
quanto os crimes de colarinho branco estão envolvidos nestes números macabros
para o país. Enquanto isso, a sociedade sofre com uma recessão, que era
previsível, tal o volume de malfeitos por bandidos agora presos e os que ainda
o serão. Vamos torcer para que o doutor Sérgio Moro consiga levar a cabo esta
sua árdua luta, nesta faxina providencial, fazendo com que o país retorne aos
trilhos do desenvolvimento.
O outro, na sexta turma do
TRF-1, desembargador Daniel Paes Ribeiro, está mostrando à sociedade como se
faz justiça social, ao manter em 15 de julho de 2015, apesar de todos os
recursos da União através da AGU, a Tutela antecipatória aos participantes do
fundo de pensão Aerus.
Não só liberou os recursos
provisionados para o pagamento do mês de março, como manteve a tutela, até ao
julgamento em definitivo da ação civil pública que também sofre recurso desde a
sua sentença favorável aos participantes do Aerus em 13 de julho 2012.
É necessário que seja lembrado
que esta decisão histórica chega após uma luta de mais de nove anos, em que os
governos estabelecidos nesse período fizeram de tudo, através de recursos e
mais recursos, para que não tivéssemos acesso àquilo que nos é de direito.
A faxina que o país vive,
certamente irá beneficiar a todos daqui para o futuro, pois a justiça que
finalmente condena uns que tanto mal fazem ao país, trás de novo à vida aqueles
que foram injustamente condenados a viver em mendicância forçada durante tantos
anos.
Ironicamente, aqueles que na
sua volúpia mórbida pelo poder nos fizeram ir ao fundo do poço social, são os
mesmos que em sua queda vertiginosa e sem retorno, em contrapartida, nos trazem
o resgate da nossa condição humana há tanto perdida.
Título e Texto: José Manuel, continuando na luta, agora
em âmbito externo, 20-7-2016
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