segunda-feira, 20 de julho de 2015

Dois juízes federais: um, criminal, o outro, cível

José Manuel

Dois juízes federais estão reescrevendo a história do judiciário brasileiro.
O doutor Sérgio Fernando Moro, titular da vara federal especializada em lavagem de dinheiro e crime organizado de Curitiba, está retirando, aos poucos, o país da lama criminosa a que foi jogado nestes últimos doze anos.

A sua determinação em perseguir os crimes de colarinho branco em que pseudo-poderosos, políticos ou não, que se achavam acima do bem e do mal, agora estão atrás das grades, traz à sociedade um alívio psicológico enorme, tal a imundície a que o país foi sentenciado por esses criminosos.

Por declarações de procuradores federais, só a operação Lava-Jato irá se estender por mais dois anos, para que todos os crimes nas estatais sejam devidamente conhecidos.
Pela desenvoltura do que ocorre no momento, provavelmente figuras proeminentes da república com foro privilegiado ou não, serão alvo dos futuros inquéritos.

Hoje começa-se a perceber o porquê dos gastos expressivos no exterior, coisa que não é normal em outros países, mais ricos e adiantados, socialmente, inclusive.

No dia 23-01-2015, foram divulgadas pelo Banco Central as despesas de 2014 no montante de US$ 25,6 bilhões. Se formos fazer o câmbio para Reais, não há zeros que cheguem e fica evidenciada uma gigantesca fuga de capitais. É o maior índice da série histórica desde 1947.

Não é preciso ser um expert em economia, relações internacionais, comércio exterior, etc. para perceber o quanto os crimes de colarinho branco estão envolvidos nestes números macabros para o país. Enquanto isso, a sociedade sofre com uma recessão, que era previsível, tal o volume de malfeitos por bandidos agora presos e os que ainda o serão. Vamos torcer para que o doutor Sérgio Moro consiga levar a cabo esta sua árdua luta, nesta faxina providencial, fazendo com que o país retorne aos trilhos do desenvolvimento.

O outro, na sexta turma do TRF-1, desembargador Daniel Paes Ribeiro, está mostrando à sociedade como se faz justiça social, ao manter em 15 de julho de 2015, apesar de todos os recursos da União através da AGU, a Tutela antecipatória aos participantes do fundo de pensão Aerus.

Não só liberou os recursos provisionados para o pagamento do mês de março, como manteve a tutela, até ao julgamento em definitivo da ação civil pública que também sofre recurso desde a sua sentença favorável aos participantes do Aerus em 13 de julho 2012.

É necessário que seja lembrado que esta decisão histórica chega após uma luta de mais de nove anos, em que os governos estabelecidos nesse período fizeram de tudo, através de recursos e mais recursos, para que não tivéssemos acesso àquilo que nos é de direito.

A faxina que o país vive, certamente irá beneficiar a todos daqui para o futuro, pois a justiça que finalmente condena uns que tanto mal fazem ao país, trás de novo à vida aqueles que foram injustamente condenados a viver em mendicância forçada durante tantos anos.

Ironicamente, aqueles que na sua volúpia mórbida pelo poder nos fizeram ir ao fundo do poço social, são os mesmos que em sua queda vertiginosa e sem retorno, em contrapartida, nos trazem o resgate da nossa condição humana há tanto perdida.
Título e Texto: José Manuel, continuando na luta, agora em âmbito externo, 20-7-2016

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