segunda-feira, 20 de julho de 2015

Um dedo para a frente, três para trás

Vitor Cunha

'Observador' tem um artigo giro sobre erros humorísticos que turistas estrangeiros cometem em questões colocadas a guias turísticos. Coisas como achar que o rei D. Carlos poderá ter sido assassinado por Salazar são engraçadas e, sobretudo, evidenciam as diferenças entre os erros históricos cometidos por estrangeiros e os cometidos pelos próprios portugueses. Por exemplo, um erro que os portugueses cometem mas que não é mencionado no artigo do Observador sobre os estrangeiros é haver quem ache que foi o actual governo quem chamou a Troika; outro é acharem que a Troika veio por um desígnio diferente do de salvar o país da bancarrota.

Os erros cometidos pelos portugueses são, inclusivamente, muito mais giros que os cometidos pelos turistas. Por exemplo, dificilmente um turista habituado a proteger a carteira dos meliantes comuns cairia no conto do vigário ou, como agora já se pode dizer, no conto do Varoufakis. Porém, vai-se a ver as sondagens, ainda há muitos portugueses dispostos a cair no conto da tralha bancarroteira que viu em António Costa o testa-de-ferro disponível para a conclusão do trabalho.

Sim, os erros cometidos pelos turistas são giros, mas os erros cometidos pelos portugueses, além de giros, têm também a doce tragicomédia da ironia que passa despercebida a uma grande parte dos ’tugas.
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 19-7-2015

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