Rodrigo Constantino
A revista VEJA desta semana já
nasceu histórica. Primeiro, pela capa, que estampa o ex-presidente Lula,
afirmando que chegou a sua vez. Faz referência ao empreiteiro e amigo (ou
ex-amigo?) de Lula, que resolveu fazer delação premiada e contar tudo que sabe
da participação do ex-presidente no esquema do petrolão e também como seu
filho, Lulinha, ficou milionário.
VEJA cumpre, dessa forma, sua
tradição de coragem, independência e bom jornalismo, pois foi injustamente
acusada de partidarismo e mentira ao estampar na capa, nas vésperas da eleição,
que o doleiro Alberto Youseff tinha dito que Dilma e Lula sabiam de tudo (e
alguém tem dúvidas?).
O senso de dever patriótico
também faz parte dessa histórica capa da VEJA, pois a conjuntura nacional está
mudando rapidamente, com o agravamento da crise política e econômica. A
presidente Dilma tem míseros 7,7% de aprovação, o próprio ex-presidente Lula
perderia para Aécio Neves numa eventual eleição hoje, e os brasileiros estão
muito cansados de tudo que vem do PT, especialmente do cinismo, das mentiras,
da corrupção.
No dia 16 de agosto haverá uma
nova grande manifestação contra o governo, e os líderes do Movimento Brasil
Livre colocarão na pauta, uma vez mais, o impeachment da presidente. São os
ventos de mudança conjunturais, que aumentam a cada dia as chances de o Brasil,
finalmente, livrar-se dessa praga chamada PT, que vem destruindo o país nos
últimos anos com seu populismo, sua irresponsabilidade, sua incompetência e sua
safadeza.
Mas a VEJA desta semana não é
histórica “apenas” pela capa, que já seria muito; ela também é por contar, nas
páginas amarelas, com a entrevista pelo excelente jornalista Duda Teixeira de
meu amigo Bruno Garschagen, autor de Pare de acreditar no governo, livro do qual
tive a honra de escrever a orelha, assim como uma resenha para o GLOBO. E essa entrevista, para
nós liberais, representa mais um claro indício de ventos de mudança, só que
estruturais, de mais longo prazo.
São mudanças na tendência cultural
e política do país. Nas manifestações do dia 16, o impeachment será o grito de
desespero mais imediato, mas haverá, também, faixas com mensagens mais
profundas, que estão acima do desejo compreensível de tirar o PT do poder.
Faixas pedindo menos estado, por exemplo, ou atacando o pedagogo comunista
Paulo Freire como um dos responsáveis por nossa lamentável “educação”. Ou ainda
faixas que pedem mais Mises e menos Marx.
Tudo isso é parte de um
processo mais lento, mas bem mais profundo, do qual o cansaço com o PT é apenas
o sintoma mais evidente. Isso tem tudo a ver com a mensagem central do livro de
Garschagen: cada vez mais brasileiro se dá conta de que não faz sentido
detestar os políticos e idolatrar o estado, que não é uma abstração formada por
políticos angelicais, e sim um instrumento de poder formado justamente pelos
políticos que a maioria rejeita.
O movimento liberal cresce de
forma impressionante no país, despertando a perplexidade e também o desespero
de muitos que dependem do gigantismo estatal para sobreviver. Falam de uma
“onda conservadora reacionária preocupante” ou por ignorância ou por má-fé,
ignorando que o liberalismo é o verdadeiro agente do progresso, enquanto o
“progressismo” é o atraso. E essa mensagem ganha cada vez mais as ruas, como
argumenta Garschagen:
Está acontecendo! A mensagem
liberal está alcançando uma audiência maior todo dia, com bons argumentos, com
fatos, com lógica, desmontando décadas de falácias esquerdistas. Por tempo
demais a esquerda teve o monopólio cultural no país, e também o político. Como
diz Bruno, há os 30 tons de vermelho, e os eleitores não necessariamente votam
mal: eles não têm em quem votar! Os partidos dominantes só oferecem nomes que
pregam mais estado em nossas vidas. Mas isso está mudando, e essa é a boa
notícia estrutural a ser celebrada.
Somando esse clima de mudança
estrutural ao conjuntural conturbado, os brasileiros já se deram conta de que o
PT não fará as mudanças necessárias, não irá reduzir os gastos públicos e o
tamanho do estado. O “ajuste fiscal” de Joaquim Levy passa por aumento de
impostos, algo que os brasileiros não aguentam mais, não aceitam. Também por
isso a rejeição ao PT só aumenta: está claro que o partido vai contra o
verdadeiro ajuste que queremos, como constata Bruno:
Milhões de brasileiros querem
uma só coisa no momento: a saída do PT do poder, com a eventual punição dos
responsáveis por essa roubalheira toda nunca antes vista na história deste
país. Mas milhares, que já se tornam milhões, querem mais. Querem mudanças
estruturais, querem o fim dessa asfixia estatal, dos pesados impostos sem
contrapartida alguma, do domínio esquerdista em nossas escolas e política.
Querem novos ares mais liberais, pois estão compreendendo que é o livre
mercado, não o governo, que possibilita o progresso de uma nação.
Claro que essas mudanças serão
mais lentas, mais graduais. Mas acontecerão! São os ventos de mudança
estruturais, e por isso mesmo até mais alvissareiros. Afinal, não basta
derrotar o PT. É preciso derrotar o pensamento dominante de esquerda, o ranço
socialista e intervencionista que ainda sobrevive com incrível força em nosso
país, que nunca deu uma chance à liberdade. Garschagen conclui:
Faça também sua parte, caro
leitor. No dia 16 de agosto, vá às ruas protestar, e seja um agente das
mudanças conjunturais tão necessárias para o futuro do Brasil. E também invista
em boas ideias, torne-se um associadodo Instituto Liberal, assine a revista VEJA, pois esses ventos de mudança
precisam continuar soprando, cada vez com mais força, se quisermos deixar de
ser um país subdesenvolvido com tanta miséria, violência e subversão de valores
morais. Venha ser também um agente de mudanças estruturais!
Título, Imagens e Texto: Rodrigo Constantino, veja,
26-7-2015
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