domingo, 20 de setembro de 2015

Desesperada, a extrema-esquerda tenta jogar o fracassado governo Dilma para a direita

Era previsível que, uma vez mais, os socialistas tentassem culpar o "neoliberalismo" pelo novo experimento falido da esquerda
Rodrigo Constantino

Dilma, que afaga o comunista do Caribe, agora é “atacada” como se fosse de
“direita” pela extrema-esquerda
Os socialistas são muito previsíveis, pois a canalhice é previsível. Desde o retumbante fracasso soviético que eles vivem pulando de galho podre em galho podre, acusando os vários experimentos esquerdistas fracassados de “desvios” ou até mesmo de serem de “direita”, tudo para preservar intacta a utopia assassina que só produz miséria.

Foi com base nessa estratégia que os experimentos socialistas viraram “socialismo real”, para proteger o comunismo utópico, ou que alguns mais ousados chegaram até mesmo a ensaiar uma acusação de que o bolivarianismo, o tal “socialismo do século XXI”, seria, na verdade, de direita. E é com base na mesma tática pérfida que alguns da extrema-esquerda já falam que o governo Dilma, novo fracasso esquerdista, seria, no fundo, “neoliberal”.

Foi o caso de Verissimo em sua coluna hoje, sempre tentando ser engraçadinho para defender o indefensável. O filho do Érico faz de tudo para preservar o socialismo que tanto admira, de longe, e se Dilma goza de somente 7% de apoio, se seu governo produziu apenas inflação e desemprego, além de muita corrupção, então claro que só pode ser “neoliberal”, na cabeça do filho do grande escritor gaúcho. Diz ele:

Coitado de quem, no futuro, tentar entender o que se passava no Brasil, hoje. A perspectiva histórica não ajudará, só complicará mais. Havia uma presidente — Vilma, Dilma, qualquer coisa assim — eleita e reeleita democraticamente por um partido de esquerda, mas criticada pelo seu próprio partido por adotar, no seu segundo mandato, uma política econômica neoliberal, que deveria agradar à oposição neoliberal, que, no entanto, tentava derrubar a presidente — em parte pela sua política econômica! Os historiadores do futuro serão justificados se desconfiarem de uma conspiração por trás da contradição. Vilma ou Dilma teria optado por uma política econômica contrária a todos os seus princípios para que provocasse uma revolta popular e levasse a uma ditadura de esquerda, liderada pelo seu mentor político, um tal de Gugu, Lulu, Lula, por aí.

Política econômica neoliberal? Das duas, uma: quem diz isso ou não entende absolutamente nada de política econômica, ou age de má-fé, sabendo que mente, para jogar em ombros alheios a responsabilidade pelas trapalhadas “desenvolvimentistas”. Os verdadeiros liberais, novos ou velhos, acusam as medidas do governo petista há anos, mostrando como levariam ao caos atual. Eu mesmo fui um deles.

A reação, hoje, não poderia estar mais longe de uma receita liberal, e o “ajuste fiscal” é uma piada de mau gosto, só com aumento de impostos, coisa que liberal algum defenderia. Mas parece que só a presença de Joaquim Levy no governo, como alertado, é o suficiente para que os safados acusem o governo todo de “neoliberal” para salvar a pele dos inflacionistas da Unicamp. É muita safadeza, eu sei, mas essa gente é assim mesmo.

Logo abaixo da coluna de Verissimo há um artigo publicado por Randolfe Rodrigues, do partido de extrema-esquerda PSOL, acusando diretamente, sem rodeios ou sem piadinhas, o governo Dilma de ser de direita. Ele acha que só porque os bancos nunca lucraram tanto isso faz do PT um partido direitista, ou seja, ou o jovem senador socialista não tem ideia de como o socialismo, na prática, enriquece os “amigos do rei”, ou também age de má-fé. Diz ele:

A crise exige um ajuste? Sim. Os trabalhadores é que devem pagar a conta, enquanto setores como os bancos multiplicam seus lucros? Claro que não.

A indústria recuou mais de 6% no primeiro semestre deste ano, e o comércio teve a maior queda nas vendas desde 2003, mas o lucro dos quatro maiores bancos cresceu mais de 40% no primeiro semestre deste ano, em comparação com os primeiros seis meses de 2014. Ora, por que não se aumentam os impostos pagos pelos bancos?

E, como cada ponto percentual de aumento nos juros básicos tem um impacto de mais R$ 30 bilhões na dívida pública, por que manter as maiores taxas de juros do mundo? Que teoria econômica determina isso?
A verdade é que o governo Dilma optou por apresentar a conta aos mais pobres. E um governo deve ser julgado por suas políticas. Não pela forma como se autodefine.

Por isso, é forçoso reconhecer: o governo Dilma é de direita. O respeito às regras democráticas e à legitimidade de seu mandato não pode nos cegar para a realidade.

São as mesmas ladainhas de sempre! Em primeiro lugar, as medidas que penalizam os trabalhadores são justamente as de esquerda, que ele defende. Em segundo lugar, reduzir na marra as taxas de juros foi exatamente o que fez o governo Dilma, sob os efusivos aplausos desses esquerdistas que, hoje, pedem o mesmo remédio fingindo que o passado não existiu. Não sabem que a inflação chegou a 10% por conta disso? São tão ignorantes assim?

A conta chegou aos mais pobres por causa do esquerdismo do governo petista, como alertado pelos liberais. O intervencionismo estatal na economia, a redução artificial da taxa de juros, o aumento irresponsável de gastos e crédito públicos, o uso político das estatais, o BNDES com sua política de seleção de “campeões nacionais”, tudo isso está no epicentro de nossos problemas atuais. Tudo aplaudido pela esquerda, e condenado pelos liberais.

“Acusar”, portanto, o governo Dilma de ser “neoliberal” e de “direita” é um ato desesperado da extrema-esquerda que deseja, uma vez mais, isentar o seu modelo de culpa pelo inexorável fracasso que produz. A esquerda é incapaz de aprender com os erros, e por isso só sobrevive de duas formas: apelando para a ignorância deliberada ou para a perfídia. O leitor pode escolher qual é o caso nos exemplos acima. 
Título, Imagem e Texto: Rodrigo Constantino, veja, 20-9-2015

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