Era previsível que, uma vez
mais, os socialistas tentassem culpar o "neoliberalismo" pelo novo
experimento falido da esquerda
Rodrigo Constantino
Dilma, que afaga o comunista do Caribe, agora é “atacada” como se fosse de “direita” pela extrema-esquerda |
Os socialistas são muito
previsíveis, pois a canalhice é previsível. Desde o retumbante fracasso
soviético que eles vivem pulando de galho podre em galho podre, acusando os
vários experimentos esquerdistas fracassados de “desvios” ou até mesmo de serem
de “direita”, tudo para preservar intacta a utopia assassina que só produz
miséria.
Foi com base nessa estratégia
que os experimentos socialistas viraram “socialismo real”, para proteger o
comunismo utópico, ou que alguns mais ousados chegaram até mesmo a ensaiar uma
acusação de que o bolivarianismo, o tal “socialismo do século XXI”, seria, na
verdade, de direita. E é com base na mesma tática pérfida que alguns da
extrema-esquerda já falam que o governo Dilma, novo fracasso esquerdista,
seria, no fundo, “neoliberal”.
Foi o caso de Verissimo em sua
coluna
hoje, sempre tentando ser engraçadinho para defender o indefensável. O filho do
Érico faz de tudo para preservar o socialismo que tanto admira, de longe, e se
Dilma goza de somente 7% de apoio, se seu governo produziu apenas inflação e
desemprego, além de muita corrupção, então claro que só pode ser “neoliberal”,
na cabeça do filho do grande escritor gaúcho. Diz ele:
Coitado de quem, no futuro,
tentar entender o que se passava no Brasil, hoje. A perspectiva histórica não
ajudará, só complicará mais. Havia uma presidente — Vilma, Dilma, qualquer
coisa assim — eleita e reeleita democraticamente por um partido de esquerda,
mas criticada pelo seu próprio partido por adotar, no seu segundo mandato, uma
política econômica neoliberal, que deveria agradar à oposição neoliberal, que,
no entanto, tentava derrubar a presidente — em parte pela sua política econômica!
Os historiadores do futuro serão justificados se desconfiarem de uma
conspiração por trás da contradição. Vilma ou Dilma teria optado por uma
política econômica contrária a todos os seus princípios para que provocasse uma
revolta popular e levasse a uma ditadura de esquerda, liderada pelo seu mentor
político, um tal de Gugu, Lulu, Lula, por aí.
Política econômica neoliberal?
Das duas, uma: quem diz isso ou não entende absolutamente nada de
política econômica, ou age de má-fé, sabendo que mente, para jogar em ombros
alheios a responsabilidade pelas trapalhadas “desenvolvimentistas”. Os
verdadeiros liberais, novos ou velhos, acusam as medidas do governo petista há
anos, mostrando como levariam ao caos atual. Eu mesmo fui um deles.
A reação, hoje, não poderia estar
mais longe de uma receita liberal, e o “ajuste fiscal” é uma piada de mau
gosto, só com aumento de impostos, coisa que liberal algum defenderia. Mas
parece que só a presença de Joaquim Levy no governo, como alertado, é o
suficiente para que os safados acusem o governo todo de “neoliberal” para
salvar a pele dos inflacionistas da Unicamp. É muita safadeza, eu sei, mas essa
gente é assim mesmo.
Logo abaixo da coluna de
Verissimo há um artigo publicado por Randolfe Rodrigues, do partido de
extrema-esquerda PSOL, acusando diretamente, sem rodeios ou sem piadinhas, o
governo Dilma de ser de direita. Ele acha que só porque os bancos nunca
lucraram tanto isso faz do PT um partido direitista, ou seja, ou o jovem
senador socialista não tem ideia de como o socialismo, na prática, enriquece os
“amigos do rei”, ou também age de má-fé. Diz ele:
A crise exige um ajuste?
Sim. Os trabalhadores é que devem pagar a conta, enquanto setores como os
bancos multiplicam seus lucros? Claro que não.
A indústria recuou mais de
6% no primeiro semestre deste ano, e o comércio teve a maior queda nas vendas
desde 2003, mas o lucro dos quatro maiores bancos cresceu mais de 40% no
primeiro semestre deste ano, em comparação com os primeiros seis meses de 2014.
Ora, por que não se aumentam os impostos pagos pelos bancos?
E, como cada ponto
percentual de aumento nos juros básicos tem um impacto de mais R$ 30 bilhões na
dívida pública, por que manter as maiores taxas de juros do mundo? Que teoria
econômica determina isso?
A verdade é que o governo
Dilma optou por apresentar a conta aos mais pobres. E um governo deve ser
julgado por suas políticas. Não pela forma como se autodefine.
Por isso, é forçoso
reconhecer: o governo Dilma é de direita. O respeito às regras democráticas e à
legitimidade de seu mandato não pode nos cegar para a realidade.
São as mesmas ladainhas de
sempre! Em primeiro lugar, as medidas que penalizam os trabalhadores são
justamente as de esquerda, que ele defende. Em segundo lugar, reduzir na marra
as taxas de juros foi exatamente o que fez o governo Dilma, sob os efusivos
aplausos desses esquerdistas que, hoje, pedem o mesmo remédio fingindo que o
passado não existiu. Não sabem que a inflação chegou a 10% por conta disso? São
tão ignorantes assim?
A conta chegou aos mais
pobres por causa do esquerdismo do governo petista, como
alertado pelos liberais. O intervencionismo estatal na economia, a redução
artificial da taxa de juros, o aumento irresponsável de gastos e crédito
públicos, o uso político das estatais, o BNDES com sua política de seleção de
“campeões nacionais”, tudo isso está no epicentro de nossos problemas atuais.
Tudo aplaudido pela esquerda, e condenado pelos liberais.
“Acusar”, portanto, o governo
Dilma de ser “neoliberal” e de “direita” é um ato desesperado da
extrema-esquerda que deseja, uma vez mais, isentar o seu modelo de culpa pelo
inexorável fracasso que produz. A esquerda é incapaz de aprender com os erros,
e por isso só sobrevive de duas formas: apelando para a ignorância deliberada
ou para a perfídia. O leitor pode escolher qual é o caso nos exemplos acima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-