Reinaldo Azevedo
Ai, ai…
A presidente Dilma escalou
seus múltiplos coordenadores políticos — e quem tem muitos não tem nenhum —
para tentar barrar o avanço do debate do impeachment. Giles Azevedo, seu
assessor pessoal, está na força-tarefa, integrada ainda, segundo informa a Folha,
pelos ministros Gilberto Kassab (Cidades), Kátia Abreu (Agricultura), Ricardo
Berzoini (Comunicações) e Edinho Silva (Comunicação Social). Esses são
ministros que, considera-se, têm um transito suprapartidário.
Convenham: bastaria ter um
chefe da Casa Civil que fosse digno do nome, e a interlocução estaria
garantida. Mas cadê?
A situação de Dilma é de tal
sorte difícil que só restaria ao PT o apoio incondicional à presidente. E não!
Não me refiro a essa bobajada de chamar de golpe a possibilidade do impeachment.
Isso não vai se transformar numa verdade só porque repetido por aí à náusea. O
governo já deve ter percebido, a essa altura, que essa conversa não cola.
O que é realmente
estupefaciente é que, mesmo Dilma no fio da navalha, o PT tenha reunido nesta
segunda seu conselho político para… atacar as escolhas econômicas da
presidente.
Entendam bem: ministros que
nem petistas são, como Kátia e Kassab, empenham-se em tentar convencer
parlamentares da inconveniência do impeachment. O Planalto, por sua vez,
articula o adiamento da votação dos vetos presidenciais. Joaquim Levy, ministro
da Fazenda, vai a Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, tentar
convencê-lo da necessidade imperiosa de aprovar o pacotão.
Não obstante, um certo
“Conselho Político” do PT — formado pelo próprio Lula; pelo presidente do
partido, Rui Falcão, por Fernando Haddad, prefeito de São Paulo; por Tião
Viana, governador do Acre, e pelos escritores Eric Nepomuceno e Fernando Morais
— se reúne para atacar a política econômica da presidente.
Falcão deu a receita do
partido:
“Como PT já havia diagnosticado, é importante
que haja mudanças na política econômica, iniciando com queda da taxa de juros e
promovendo mudanças tributárias maiores do que estão propostas. No médio prazo,
uma grande reforma tributária que torne o sistema mais justo. Que os impostos
incidam mais sobre a propriedade e a riqueza e menos sobre a produção e os
salários”.
Ah, bom, agora ficou claro!
Dilma deveria procurar seus
inimigos dentro do PT, não é mesmo? Os que ele costuma atacar, classificando-os
de golpistas, são apenas adversários políticos, conforme prevê a democracia.
Os sabotadores estão em sua
própria legenda. E o Lula é o chefe. Disso também.
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