Valdemar Habitzreuter
Quando nos dedicamos a uma
causa, que implica, por exemplo, em suplantar alguma injustiça que nos
persegue, parece que nos tornamos mais fortes e destemidos, face aos obstáculos
que surgem pela frente. Notamos brotar em nosso íntimo um sentimento bem forte
de não conformação pelo que nos angustia e, com isso, valoramos ações que nos
possibilitam vencer o que nos obscurece o espírito.
Vejo isso muito na atitude de
inúmeros colegas aposentados do aerus, incansáveis na insistência de elaborar
planos e alternativas para pôr um fim ao tormento que se abateu sobre a classe,
com a perda dos salários. Mas, as coisas parecem não acontecer como se espera,
embora fique patente a Justiça do nosso lado. Impotência desses incansáveis
lutadores? Talvez, mas insistem na vitória. E ela virá... A esperança os
alimenta.
O que ocorre, por ora? Ocorre
que somos vítimas do esquecimento, do desprezo e de má vontade política
daqueles a quem delegamos poder de governar para o povo e protegê-lo de
eventuais assaltos a sua dignidade de cidadãos. Não lhes passa pela cabeça que
o povo é o soberano e eles os servidores. Invertem o papel e exercem o poder na
contramão da democracia: locupletar-se com o poder e que o cidadão se lixe e se
vire como puder para sobreviver.
Assim, a causa Aerus, que já se arrasta por tantos anos, não é mais só por
garantia de salário, passou também a ser um símbolo, nossa bandeira de luta,
unindo milhares de aposentados clamando por justiça. Este clamor, no entanto,
não deve se dispersar num vazio inerte, mas tem de ser canalizado e
aproveitado; e neste sentido a APRUS, segundo a sugestão de José Manuel e o
blog Cão que fuma, deve gerenciar as
ações que irão nortear as estratégias de luta.
Quem sabe um dia poderá ser
inscrito em nossa bandeira Aerus algo análogo à bandeira das Minas Gerais: victoria justitiae quae sera tamen,
quando a vitória da justiça nos tiver dado o ar de sua graça, embora
tardia...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 19-9-2015
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Caro Habitz, Parabéns, sim, mas à nós, que temos o privilégio, de desfrutar deste Belíssimo Texto.
ResponderExcluirObrigado.
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