quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Piketty mostra sua verdadeira cara e será assessor do partido radical Podemos

O guru dos invejosos derruba qualquer máscara de moderação
Rodrigo Constantino

Foto: Folha de S. Paulo
Thomas Piketty [foto] virou celebridade na esquerda mundial. Passou a ter o livro mais vendido – e menos lido – da área econômica. O motivo? Uma nova embalagem para o marxismo que, por sua vez, mascara a inveja mesquinha das pessoas que não suportam o sucesso alheio. Claro, tudo vinha disfarçado de muitas estatísticas (e falácias), mas ninguém precisava ler o livro para idolatrar o economista francês – e sua mensagem: vamos taxar mais ainda os mais ricos! Vamos confiscar até 80% do que ganham!

A luta contra a desigualdade é mesmo uma pretensão e tanto para avançar sobre o patrimônio dos outros, ainda que tenham conquistado tudo de forma legítima, por meio de trocas voluntárias no livre mercado. A situação absoluta dos mais pobres não é o que interessa a essa turma, e sim a riqueza relativa, como se a economia fosse estática, um jogo de soma zero, um bolo a ser dividido de forma mais igualitária. Por que ler o calhamaço se é só a conclusão que importa?

Após ser massacrado por várias críticas, Piketty passou a ser defendido pelos “moderados”. Ah, sempre esses “moderados”, aqueles que procuram ver o outro lado de Lenin, Fidel Castro, Chávez, enquanto demonizam Reagan, Thatcher etc. Piketty passava a ser, então, um economista “moderado”, bem diferente de Marx, alegavam seus defensores. “Você não leu o livro para dizer que ele é um neomarxista”, alegavam seus seguidores.

“Ele até defende o capitalismo, só que quer mudanças, reformas, uma cara mais humana, igualitária”, diziam. Ora, Marx também “defendeu” o capitalismo, e isso nunca o impediu de ser seu maior detrator e inimigo. Esse papo de “reformar” o capitalismo e lhe dar um “rosto mais humano” é papo para boi dormir, é disfarce de quem odeia o capitalismo liberal com seus resultados inexoravelmente desiguais, já que os seres humanos são, felizmente, desiguais em habilidades, desejos, capacidades, méritos etc.

Eis que agora a máscara da moderação de Piketty caiu totalmente, foi por água abaixo. O homem será assessor de ninguém menos do que o Podemos, o partido de ultra-esquerda espanhol. Ele será parte de um comitê internacional que vai assessorar o espanhol Pablo Iglesias, e ajudará a elaborar um “plano integral de luta contra as desigualdades”. “Precisamos de novas forças políticas para mudar a Europa”, disse Piketty, durante o anúncio da parceria com o partido nesta segunda.

Não custa lembrar que o Podemos, além do seu radicalismo socialista, já foi até acusado de envolvimento em tráfico de drogas com a Venezuela bolivariana. A ligação da extrema-esquerda latino-americana com o comércio ilegal de drogas é velha e conhecida, e tinha Cuba como um “hub” para escoar a mercadoria, sob o controle direto do regime ditatorial. Faz até sentido: já que o próprio socialismo é uma droga mesmo, por que não expandir o mercado e incluir outras drogas pesadas, como a cocaína?

Mas divago. O fato importante aqui é a aliança entre o “moderado” economista francês e o radical partido socialista espanhol, o que derruba de uma vez a máscara daquele que defende um absurdo, ineficiente e imoral aumento de imposto sobre os “ricos”. Alguém que prega 80% de taxação só pode ser um tarado pelo estado, uma pessoa que detesta os (outros) ricos mais do que ama os pobres. A parceria com o Podemos apenas explicita algo que qualquer pessoa razoável já sabia. Mas dificulta a retórica dos “moderados”… 
Título e Texto: Rodrigo Constantino, veja, 8-9-2015

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