Cesar Maia
1. Em entrevista a Emil Ludwig
em 1933 (Editora Aguilar/El País - Las
grandes entrevistas de la historia), Mussolini responde sobre os erros de
Napoleão que levaram a seu desprestígio. Emil Ludwig destaca como experiência
de seus onze anos de poder.
2. “A história da vida de
Napoleão me trouxe consciência de seus erros, que não são – em absoluto – fáceis
de evitar.
a) Nepotismo (designação de
irmãos e familiares para os países ocupados).
b) Conflito com a Igreja.
c) Desconhecimento das
finanças e da vida econômica. Ele só era capaz de ver que após as suas vitórias
nas batalhas ocorria um aumento nos preços das ações… Napoleão caiu pelas
contradições de seu próprio caráter. Ao fim e ao cabo, é isso que leva à queda
de um homem.”
3. Lula e Dilma seguiram,
naqueles três aspectos, os erros de Napoleão. O nepotismo em Lula, como em
Napoleão, não era a nomeação de parentes para cargos burocráticos. Napoleão
colocou irmãos e generais amigos em funções de poder real, com todas as consequências
de enriquecimento conhecidas. Lula realizou o mesmo por nepotismo cruzado,
entre seu poder e grandes empresas interessadas.
4. Os conflitos de Lula e
Dilma com as Igrejas ocorreram e ocorrem em função de valores da vida e da família.
Em 2010, Dilma precisou recorrer a lideranças cristãs para explicar um vídeo
com suas declarações em relação ao aborto e se comprometer que não tomaria a
iniciativa. Lula e Dilma apoiaram e estimularam posições flexíveis sobre a
constituição da família. Isso os afastou das direções orgânicas das Igrejas e
das suas bases ortodoxas.
5. O terceiro aspecto, que se
tornou evidente por si mesmo: “desconhecimento das finanças e da vida
econômica”, tanto com Lula quanto com Dilma. Lula e Dilma só conseguiam usar um
termômetro, o da popularidade em função de vitórias em batalhas específicas
contra `as elites´, na linguagem deles.
6. Finalmente, “as
contradições de caráter, que levam à queda de um homem”. E aí estão os fatos. Discursos
contra a corrupção, o patrimonialismo e o clientelismo, enquanto estavam na
oposição. Uma vez no governo, um escrachado patrimonialismo, clientelismo e
recorde mundial de corrupção, destacados no mensalão, petrolão e agora zelotes.
Título e Texto: Cesar Maia, 11-10-2015
A comparação foi muito lucida. É uma pena que a lucidez ainda não seja um presente para todos.
ResponderExcluirQuando eu era menina e escutava os adultos da familia conversando sobre o Brasil, eu os ouvi dizer varias vezes que um país amadurece quando vicencia momentos extremamente dificeis como uma guerra, por exemplo.
Hoje eu penso que um país sem memoria está fadado a vivenciar guerras seguidas até que a dignidade do seu povo fique tão destruida como se vê em tantos lugares pela África. Aí vem o muçulmano faz a 'festa'.
Vejo o Gabeira se posicionar contra a estratégia da direita de deixar o povo 'sangrar' para que o PT seja banido das nossas considerações politicas e penso que só o tempo poderá dizer se vamos acabar como a África ou o quê.
Abs
Circe Aguiar