sábado, 21 de novembro de 2015

Sibipiruna

Nelson Teixeira
Era o prenúncio da primavera, folhas caídas eram sacudidas pelo vento.
Em dado momento comecei a observar e tentar contar algumas.
Tentei, tentei… Concluí que não adiantava porque mudavam de lugar.

Falei com o vento, não me ouviu, olhei para a minha Sibipiruna e lá estava ela deixando cair sua roupagem amarela.

Olhei para o alto procurando Deus, observei que outras árvores erguiam seus galhos a procurar o infinito como se estivessem de mãos postas agradecendo ao Pai.

Perguntei a mim mesmo: Se a natureza se transforma numa simbiose de amor, por que sofremos com as nossas transformações?

Não mudamos a pele, apenas trocamos de roupa, não mudamos o nosso falar, apenas não ouvimos a nossa voz, não sofremos a transmutação da lagarta que se ajusta para fortalecer os seus membros, somos frágeis para mudanças e reclamamos quando precisamos mudar alguma coisa.

Quando dormimos não estamos hibernando, quando sonhamos não são sonhos agraciados pelo Criador, apenas alguns pesadelos como se o mundo não obedecesse a uma sintonia da troca das folhas e das flores para despertar em novo tempo.

Hei! Você reparou que a sua vida não segue ao sabor das estações e que depende apenas da sua vontade, dos seus caprichos e dos valores que enriquecem sua alma.
Não é assim com as plantas, elas obedecem a uma força invisível.

E você somente acredita no que vê e às vezes nem assim… 
Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 21-11-2015

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