Nelson Teixeira
A lagosta cresce formando e
largando uma série de cascas duras, protectoras.
Cada vez que ela se expande,
de dentro para fora, a casca confinante tem de ser mudada.
A lagosta fica exposta e
vulnerável até que, com o tempo, um novo revestimento vem substituir o antigo.
A cada passagem de um estágio
de crescimento humano para outro, também temos de mudar a nossa estrutura de
protecção.
Ficamos expostos e
vulneráveis, mas também efervescentes e capazes de nos estendermos de modo
antes ignorado.
Essas mudanças de pele podem
durar vários anos.
Entretanto, se sairmos, de
cada uma dessas passagens, entramos num período mais prolongado e mais estável,
no qual podemos esperar relativa tranquilidade e uma sensação de reconquista de
equilíbrio.
Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz,
21-1-2016
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