Nelson Teixeira
Certa vez, na Índia, um sábio
passava com seu discípulo à margem do rio Ganges, quando viu um escorpião que
se afogava.
Ele então correu e, com a mão,
retirou o animalzinho, e o trouxe à terra firme.
Naquele instante, o escorpião
o picou… Dizem que é uma dor terrível… Inchou a mão do sábio.
Assim que ele o colocou no
chão, pacientemente, o escorpião voltou para a água.
E ele, com a mão já inchada,
debaixo daquelas dores violentas, vai e o retira novamente.
E o discípulo a observar…
Numa terceira vez que ele traz
o escorpião, já com a mão bastante inchada e as dores violentas, ele o põe mais
distante em terra.
Aí, o discípulo já não suporta
mais aquilo, e diz:
– “Mestre, eu não estou
entendendo…este animal…é a terceira vez que o senhor vai retirá-lo da água e
ele pica sua mão dessa maneira. O senhor deve estar sofrendo dores horríveis…”
·
E ele, com a fisionomia
plácida das almas que conhecem o segredo do bem, daqueles que já realmente
conquistaram um território de amor e de renúncia no coração; que têm a visão
das verdades celestes, vira-se para o discípulo e diz:
– “Meu filho, por enquanto a
natureza dele é de picar, mas a minha é de salvar!”
Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 2-1-2016
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