Luís Naves
Nos jornais, televisões e
redes sociais, a fragilidade do governo minoritário e o choque com a Comissão
Europeia em torno do orçamento estão a ser desvalorizados por argumentos que
tentam iludir o essencial.
É como se nunca tivesse
ocorrido a pré-bancarrota de 2011, o resgate financeiro e o período de
ajustamento de três anos.
É como se Portugal não fosse
um país sobreendividado. A palavra austeridade é usada com extrema demagogia
por uma franja minoritária. Ela tornou-se sinónimo de políticas irracionais,
que nunca foram necessárias e nunca passaram de capricho ideológico de alguns
lunáticos ultra-liberais. Grande parte da comunicação social aderiu a esta
ideia fantasiosa de que tudo mudou subitamente para melhor, por um qualquer
golpe de magia, só por existir a frente popular que "acabou com a
austeridade".
O contexto europeu é
subestimado pelo poder frágil de um governo que depende do apoio parlamentar de
partidos que insistem na retórica da resistência e numa narrativa neo-realista
do bem contra o mal.
O país publicado ignora
olimpicamente o voto dos portugueses, embora tenha sempre na ponta da língua a
palavra povo. Desta forma, o populismo da esquerda não poderá resolver nenhum
problema.
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