segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Eleições: seus temas e seus candidatos

Cesar Maia

1. Pesquisas sobre as opiniões dos consumidores mostram que uma sensação e percepção negativas, produzem um multiplicador sobre a opinião dos demais, muito, muito maior, que uma sensação ou percepção positiva.

2. No caso de uma eleição com reeleição, mesmo que o candidato do prefeito/governador não seja o próprio governante, mas alguém percebido como conectado a ele, há dois temas que levam inexoravelmente à derrota, e que não são superáveis nem com publicidade, nem com dinheiro, nem máquina.

3. São eles: Educação e Saúde. A razão básica é que os profissionais destas duas áreas têm contato direito com o usuário. Com isso a percepção do usuário coincide com a dos profissionais e a sinergia é explosiva.

4. Paradoxalmente esses temas alavancados por candidatos de oposição ou que não façam parte da lógica da reeleição do governante, por mais que por eles sejam destacados, não são decisivos para o voto do eleitor. As experiências dos eleitores com tantas promessas relativas e frustrações posteriores, levam a desconfiar da exequibilidade. Sendo assim Educação e Saúde são temas legitimadores dos bons propósitos, mas não condutores terminativos do voto.

5. A arte da condução do líder, não está só no que se diz, mas como diz. O político/líder não deixa de ser um ator, mas que representa as ideias que realmente acredita. À diferença do político demagogo, que é um ator representando ideias que não acredita mas imagina que seja o que querem os eleitores.

6. Por isso a questão básica e preliminar de uma campanha eleitoral vitoriosa, é a confiança que o candidato impregna no eleitor. Para isso os temas prioritários que se destacam numa campanha eleitoral, não são prioridades estatísticas ou acadêmicas, mas aqueles que a representação do candidato esteja diretamente vinculada ao perfil do candidato.

7. Em resumo: um governo que é percebido pelas pessoas e enfatizado pelo noticiário cotidiano, como tendo fracassado em saúde e educação, será perdedor, diretamente ou através de seu candidato. Por outro lado, a tentação de usá-los pelo desgaste do governante, como seu tema prioritário e automaticamente, não leva a vitória.

8. Claro, que deverão fazer parte de seu livro de propostas. Mas como lastro. O desenho da comunicação do candidato vitorioso deve destacar os temas que acredita,e que são vinculáveis a seu perfil, elevando - e muito - o patamar da confiança dos eleitores nele.
Título e Texto: Cesar Maia, 4-1-2016

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