Cesar Maia
1. Pesquisas sobre as opiniões dos consumidores mostram que uma
sensação e percepção negativas, produzem um multiplicador sobre a opinião dos
demais, muito, muito maior, que uma sensação ou percepção positiva.
2. No caso de uma eleição com reeleição, mesmo que o candidato do
prefeito/governador não seja o próprio governante, mas alguém percebido como
conectado a ele, há dois temas que levam inexoravelmente à derrota, e que não
são superáveis nem com publicidade, nem com dinheiro, nem máquina.
3. São eles: Educação e Saúde. A razão básica é que os
profissionais destas duas áreas têm contato direito com o usuário. Com isso a
percepção do usuário coincide com a dos profissionais e a sinergia é explosiva.
4. Paradoxalmente esses temas alavancados por candidatos de
oposição ou que não façam parte da lógica da reeleição do governante, por mais
que por eles sejam destacados, não são decisivos para o voto do eleitor. As
experiências dos eleitores com tantas promessas relativas e frustrações
posteriores, levam a desconfiar da exequibilidade. Sendo assim Educação e Saúde
são temas legitimadores dos bons propósitos, mas não condutores terminativos do
voto.
5. A arte da condução do líder, não está só no que se diz, mas como
diz. O político/líder não deixa de ser um ator, mas que representa as ideias
que realmente acredita. À diferença do político demagogo, que é um ator
representando ideias que não acredita mas imagina que seja o que querem os
eleitores.
6. Por isso a questão básica e preliminar de uma campanha eleitoral
vitoriosa, é a confiança que o candidato impregna no eleitor. Para isso os
temas prioritários que se destacam numa campanha eleitoral, não são prioridades
estatísticas ou acadêmicas, mas aqueles que a representação do candidato esteja
diretamente vinculada ao perfil do candidato.
7. Em resumo: um governo que é percebido pelas pessoas e enfatizado
pelo noticiário cotidiano, como tendo fracassado em saúde e educação, será
perdedor, diretamente ou através de seu candidato. Por outro lado, a tentação
de usá-los pelo desgaste do governante, como seu tema prioritário e
automaticamente, não leva a vitória.
8. Claro, que deverão fazer parte de seu livro de propostas. Mas
como lastro. O desenho da comunicação do candidato vitorioso deve destacar os
temas que acredita,e que são vinculáveis a seu perfil, elevando - e muito - o
patamar da confiança dos eleitores nele.
Título e Texto: Cesar Maia, 4-1-2016
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