Ano passado, o Congresso aprovou emenda
que garantia o mesmo reajuste. Dilma vetou
Max Leone
Estimativa da Confederação
Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) aponta que pelo menos 323 mil
segurados do INSS em todo o país terão seus vão passar a receber um salário
mínimo (R$ 880) a partir deste ano. O número, segundo a entidade, é resultado
do achatamento dos benefícios que estavam na faixa salarial entre um e dois
pisos e agora entraram no nível do piso. A confederação explica que a
incorporação dessa leva à faixa do salário mínimo foi provocada novamente pela
política diferenciada de reajustes entre quem ganha o piso e acima dele.
A Cobap reclama que os mais de
9,9 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que têm benefícios superiores
ao mínimo ficaram sem reajuste real, ou seja, acima da inflação, em 2016. Por
outro lado, segundo o Dieese, desde 2003 o piso nacional teve ganho real de
77,18%.
A direção da Cobap avalia que
mesmo que a diferença este ano tenha sido pequena — de 0,39 ponto percentual —
entre o reajuste concedido ao salário mínimo (11,67%) e para quem ganha acima
(11,28%), intensificou as perdas que os aposentados tiveram nos últimos anos.
Um outro levantamento da confederação revela que a diferença de reajuste entre
os dois grupos chegou a 85%.
O cálculo leva em consideração
o período entre 1994 e 2016, ou seja, compreende os governos de Fernando
Henrique Cardoso, de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.
No ano passado, o Congresso
chegou a aprovar emenda à MP 672 que garantia o mesmo reajuste a todos os
aposentados do INSS, independentemente do valor do benefício. Mas a presidente
Dilma vetou a iniciativa de igualar o percentual de aumento entre os dois
grupos.
No ano passado, outro estudo
da Cobap mostrava que a política de diferenciação de aumentos fez cerca de 350
mil aposentados e pensionistas do INSS passarem a receber o salário mínimo em
2014. E que as perdas de quem ganhava mais desde setembro de 1994 chegavam a
84,61%.
Para a confederação, a
situação foi agravada com a implementação da política de valorização do salário
mínimo, a partir de janeiro de 2010, no segundo mandato de Lula. As correções
do mínimo passaram definitivamente a ser feitas em janeiro daquele ano, com uma
regra que prevê uma combinação entre variação do Produto Interno Bruto (PIB) de
dois anos antes e do INPC do ano anterior. Aposentadorias acima do piso
continuaram corrigidas apenas pela inflação, considerando o INPC do IBGE.
MIGRAÇÃO
A entidade teme que no futuro
todas, ou quase todas as aposentadorias e pensões do INSS, migrem para a faixa
de salário de um mínimo. Para o assessor econômico da confederação e
responsável pelo levantamento, Maurício Oliveira (foto), após o veto de Dilma
ao projeto que concedia a todos o mesmo reajuste a saída é intensificar a luta
pela aprovação do PL 4.434.
ACHATAMENTO
O projeto propõe recuperar
gradualmente as aposentadorias em números de salários mínimos ao considerar o
valor que o benefício tinha à época da concessão. Se for aprovado, garantirá
correção em cinco anos, após a entrada em vigor até atingir o patamar original.
A Cobap vai reforçar a campanha no próximo domingo, Dia do Aposentado, na missa
em Aparecida-SP.
Título e Texto: Max Leone, O Dia, 17-1-2016
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O DIA - UM JORNAL VERDADEIRO
ResponderExcluirEm letras garrafais na primeira página, o jornal O DIA de hoje, surpreendeu a sociedade do Rio de Janeiro, ao publicar corajosamente a seguinte denúncia, que teima, para regozijo e conveniência de governos incapazes, em ficar oculta:
"MAIS DE 300 MIL APOSENTADOS ENTRAM NA FAIXA DE UM MÍNIMO."
Ganho real do piso nacional chegou a 77,18% em dez anos, de acordo com o DIEESE. A valorização, segundo a Confederação dos Aposentados, foi 85% superior à dos demais benefícios do INSS. Com o novo reajuste, o salário mínimo, de R$ 880, empurrou mais 323 mil inativos para a menor faixa. Proposta no Congresso busca recomposição das perdas em cinco anos. P.10" <<
Na página 10 do Caderno Economia, o brilhante redator MAX LEONE, fez uma detalhada explanação do covarde prejuízo imposto aos aposentados que recebem aposentadorias acima do salário mínimo, mas, alertando que se tal política estapafúrdia permanecer, todos os aposentados ficarão com benefícios nivelados ao salário mínimo. Ressaltou ainda, para esperanças de aposentados oprimidos, que um projeto no Congresso (Pl 4434/08) prevê recuperação de perdas dos benefícios degradados pela atual política lesa-aposentados, em cinco anos.
Efusivos e merecidos parabéns portanto para o jornal O DIA, que mostrou-se, ao contrário de muitos jornais ditos poderosos, mas submissos, ser literalmente independente e autônomo, não hesitando em defender o injustiçado e massacrado aposentado!! Os mais de nove milhões de aposentados, cobaias da sanha governamental, agradecidos e felizes, classificam o DIA como um jornal digno, amigo da verdade e forte aliado dos aposentados do RGPS.
Almir Papalardo.
Sugiro aos amigos aposentados que jamais se conformam com a galhofada que fazem conosco, a enviarem para o redator Max Leone, de O Dia, parabenizando-o pelo brilhante artigo e o incentivando a publicar outras reportagens iguais a esta, denunciando sempre os maus tratos aos aposentados brasileiros. E-mails para o contato: economia@odia.com.br e agencia@odia.com.br
ResponderExcluirAlmir Papalardo.
Boa!
ExcluirPrezado Redator Max Leone,
ResponderExcluirEm primeiro lugar quero parabenizá-lo pelo seu texto no blog O cão que fuma e também no seu jornal O Dia.
Nós aposentados, que tanto construímos e participamos do crescimento do Brasil, não podemos ser culpados e condenados pela Crise no País, nossos Benefícios devem ser assegurados por lei.
O que a União está fazendo, trazendo todos ao piso mínimo, é uma barbárie, não é justo que alguém que durante anos e anos, foi descontado em seu contracheque um valor superior para que tenha uma velhice mais digna, seja tolhido, ceifado, de maneira cruel, para que o Governo equilibre suas contas, isto não pode.
Vamos tentar sensibilizar o Congresso, com argumentos e campanha, para que a Câmara desengavete o Pl 4.434.
Meus Agradecimentos.
Atenciosamente.
Heitor Rudolfo Volkart
Prezado amigo Heitor Volkart, muito boa a sua mensagem ao responsável pela Coluna do Aposentado, senhor Max Leone. Parabenizo-o pela bela iniciativa inteligente de interagir com o Redator de O Dia. Sua mensagem foi por demais objetiva, convincente, o que certamente irá acrescer ao nosso "serviço de formiguinhas", quando estamos degustando o mingau pelas beiradas! Infelizmente, nossa luta é muito desigual contra o governo, quando somos discriminados e desprezados por todos, tendo ainda contra nossos direitos surrupiados, essa maldita crise econômica, o que torna a nossa missão mais espinhosa. Mas tenho esperanças que um dia isso tudo acabe.
ExcluirUm forte abraço.
Almir Papalardo.