Helder Ferreira
Bem sei que uma declaração de
voto num candidato às presidenciais neste blog prejudica mais esse candidato
que o que o ajuda. Mesmo que, como é o caso, só me vincule a mim e a mais
nenhum dos mais de trinta colaboradores d’O Insurgente que terão as suas preferências
naturalmente diferentes das minhas. Cá vai.
Lido no twitter: “Não voto Henrique Neto nem que isso me
fizesse mais rico que o CR7”
É esta a nossa sina e a nossa
desgraça. As qualidades que procuramos nos candidatos a nossos pastores são do
domínio do indizível e só ao alcance de alguém com um QI abaixo de 90. Um homem
que nunca se vergou, com obra feita, que trabalhou, produziu e criou, quase do
nada e sem prejudicar ninguém e apenas à custa dele próprio, que é o único
candidato a um cargo político em 40 anos de democracia, que me lembre, com
Mundo e vida além das sinecuras e rendas do Estado, da Academia e dos Partidos,
é um proscrito. Um homem para quem a ética não “depende” nem “é a lei”. Um
homem cuja autoridade vem do que fez e construiu em mais de 70 anos de vida e
não dos cargos, lugares ou tachos que nunca desempenhou. Os debates têm
mostrado isto mesmo, do lado do Henrique Neto [foto] a simplicidade e o conhecimento
de alguém com vida além do Orçamento e da choldra, do outro lado, gente que não
existe nem presta para coisa nenhuma sem o Estado e a “tacharia” que lhes afaga
a conta bancária.
Há uns anos, o Professor Pedro
Arroja, ainda no blog Blasfémias, definiu o conceito de “autoridade livre”.
Definiu-a como uma autoridade não imposta, livremente aceite por quem se lhe
submete sem a discutir e de que são exemplos a autoridade da mãe e do pai e,
num contexto mais vasto, a do Papa. Pode extrapolar-se esta autoridade para os
que por via de feitos heróicos ou fora do comum a podem deter. Esmiuçando todos
os candidatos, do Professor Marcelo ao Tino de Rans (que foi meu recruta no RE3
em Espinho) só um candidato é detentor de “autoridade livre”: Henrique Neto.
Pelo que construiu, pelo que viveu, pelo que conhece. Mais nenhum.
Por mim, não me resta qualquer
dúvida: Henrique Neto é um dos meus, come como eu, vive como eu, trabalha como
eu, tem mais Mundo que eu e, por isso mesmo, o meu voto. Por muito que discorde
dele em muita coisa que seria importante se ele fosse candidato a PM, bem sei
que não é nada liberal, é um social-democrata. Para o cargo que se candidata,
interessa-me pouco e não me esqueço e sei que o cargo de Presidente da
República é um cargo unipessoal e que o exerce vale-se essencialmente da sua
própria autoridade individual. Não há lugar onde a “autoridade livre” seja mais
importante.
Relacionados:
Sim, o outro voto é o meu!
ResponderExcluir