terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O meu voto (e o meu também)

Helder Ferreira
Bem sei que uma declaração de voto num candidato às presidenciais neste blog prejudica mais esse candidato que o que o ajuda. Mesmo que, como é o caso, só me vincule a mim e a mais nenhum dos mais de trinta colaboradores d’O Insurgente que terão as suas preferências naturalmente diferentes das minhas. Cá vai.

Lido no twitter: “Não voto Henrique Neto nem que isso me fizesse mais rico que o CR7

É esta a nossa sina e a nossa desgraça. As qualidades que procuramos nos candidatos a nossos pastores são do domínio do indizível e só ao alcance de alguém com um QI abaixo de 90. Um homem que nunca se vergou, com obra feita, que trabalhou, produziu e criou, quase do nada e sem prejudicar ninguém e apenas à custa dele próprio, que é o único candidato a um cargo político em 40 anos de democracia, que me lembre, com Mundo e vida além das sinecuras e rendas do Estado, da Academia e dos Partidos, é um proscrito. Um homem para quem a ética não “depende” nem “é a lei”. Um homem cuja autoridade vem do que fez e construiu em mais de 70 anos de vida e não dos cargos, lugares ou tachos que nunca desempenhou. Os debates têm mostrado isto mesmo, do lado do Henrique Neto [foto] a simplicidade e o conhecimento de alguém com vida além do Orçamento e da choldra, do outro lado, gente que não existe nem presta para coisa nenhuma sem o Estado e a “tacharia” que lhes afaga a conta bancária.

Há uns anos, o Professor Pedro Arroja, ainda no blog Blasfémias, definiu o conceito de “autoridade livre”. Definiu-a como uma autoridade não imposta, livremente aceite por quem se lhe submete sem a discutir e de que são exemplos a autoridade da mãe e do pai e, num contexto mais vasto, a do Papa. Pode extrapolar-se esta autoridade para os que por via de feitos heróicos ou fora do comum a podem deter. Esmiuçando todos os candidatos, do Professor Marcelo ao Tino de Rans (que foi meu recruta no RE3 em Espinho) só um candidato é detentor de “autoridade livre”: Henrique Neto. Pelo que construiu, pelo que viveu, pelo que conhece. Mais nenhum.

Por mim, não me resta qualquer dúvida: Henrique Neto é um dos meus, come como eu, vive como eu, trabalha como eu, tem mais Mundo que eu e, por isso mesmo, o meu voto. Por muito que discorde dele em muita coisa que seria importante se ele fosse candidato a PM, bem sei que não é nada liberal, é um social-democrata. Para o cargo que se candidata, interessa-me pouco e não me esqueço e sei que o cargo de Presidente da República é um cargo unipessoal e que o exerce vale-se essencialmente da sua própria autoridade individual. Não há lugar onde a “autoridade livre” seja mais importante. 
Título e Texto: Helder Ferreira, O Insurgente, 5-1-2016

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