domingo, 6 de março de 2016

Já ninguém sabe ou quer grandolar como antigamente

Vitor Cunha
António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa lideram a melhor troika que nos podia acontecer. Tempos houve, no governo de triste lembrança, em que as pessoas sofriam de tal forma que, nos casos muito extremos, desatavam a cantar ‘Grândola, vila morena’ sem motivo terapêutico que não o alívio temporário do doloroso ‘isto não se aguenta’. Lamento, cristãos e humanistas, mas isto assim não era vida.

Desde que a troika da união esquerdista aliou a dupla de centrais Galamba e Mortágua, tornou-se impenetrável a linha de defesa Nogueira, Arménio e Avoila, impossibilitando o remate à baliza de Costa, o guarda-redes de volumetria abundante e efectivamente ricocheteante que trouxe a temática do bem-estar para a esfera pública, acabando com maleitas que descambam em manifs e cantorias nas apresentações de erratas às erratas das adendas à versão corrigida do documento sério e extremamente cuidado que é o orçamento Centeno na sua 18ª versão após correcção e revisão por Bruxelas.

Desde que se tornou possível que uma criança tenha dois pais e uma ama virgem, passamos a dedicar tempo e atenção a essa forma de alívio da austeridade que não se aguenta e elimina necessidade de cantorias despropositadas, a amplamente desejada e democraticamente exigida eutanásia. Quem ainda não está convencido da necessidade de terminar a vida a chatos indesejáveis que gemem em vez de grandolar, tem agora Adão e Silva na televisão pública, uma forma humana de assistência ao suicídio sem custos para o utilizador.

O governo anterior, na sua irresponsabilidade, nunca se lembrou de assegurar tranquilidade ao povo que sofre através da legalização da morte por homicídio assistido. Cambada de amadores. Agora sim, a troika esquerdona, o esquadrão de esquerda, a frente unida da explosão de bondade humanista esquerdalhante, finalmente e definitivamente, conseguirá eliminar o sofrimento de um povo inteiro através de massagens a funcionários públicos e extermínio de velhos heterossexuais chatos que mijam os lençóis de seda. Limpeza de listas eleitorais e reforma da segurança social ao mesmo tempo. Bem hajam. 
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 6-3-2016

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