Cid Alencastro
A inflação vai corroendo as
finanças dos brasileiros, especialmente dos mais pobres. É um fato.
Economistas de peso têm
analisado o problema e concluído que, unida à estatização desvairada, uma
irracional política dita “social” vai destroçando a economia do País,
prejudicando a todos, sobretudo os economicamente menos favorecidos.
Até aí nenhuma novidade. Onde
quer que se implante, o socialismo funciona como um câncer que vai putrefazendo
os tecidos do organismo, a caminho da morte. Não vamos nos deter nesse
fenômeno, por demais conhecido de nossos leitores.
Ora, o autointitulado
Movimento Passe Livre (MPL) tem procurado agitar o ambiente, sobretudo em São
Paulo, organizando manifestações de protesto contra o aumento das passagens,
que está na ordem de R$ 0,30.
Navegando numa contradição
ululante, o MPL defende o governo do PT, causador da degringolada econômica e,
portanto, também da inflação, e critica um subproduto menor dessa inflação que
é o aumento nas passagens dos transportes coletivos.
Conseguindo arrebanhar apenas
um contingente reduzido (parece que os sanduíches de mortadela e as gorjetas
não estão muito atrativos), os organizadores têm procurado compensar o pequeno
número com a promoção de arruaças, quebra-quebras e outros mimos, a fim de atrair
a atenção de um público cada vez mais desinteressado, crescentemente enfastiado
e mesmo hostil.
Tão hostil que mesmo certa
imprensa, que vinha publicitando as manifestações e criticando a Movimento
Passe Livrepolícia, mudou de bordo e, para não perder leitores, passou a
criticar o MPL.
Foi nesse contexto que se
descobriu o óbvio. Ou seja, que o interesse do MPL não estava centrado no
aumento das passagens — mero pretexto — mas sim em produzir agitação social, a
serviço de forças escusas.
Veio a público então um
Manual, no qual o MPL “instrui seus militantes e simpatizantes sobre
como bloquear vias importantes e empregar outras táticas truculentas” (“O
Estado de S. Paulo”, 14 e 17-1-16). “Surge a imagem de um grupo
aguerrido, frio e calculista, que não hesita em apelar para o emprego de
métodos violentos para atingir seus objetivos”, diz a reportagem.
Ou seja, cai por terra a falsa
ideia de que a violência nas manifestações seria fruto da ação de infiltrados,
apelidados de black-blocs. Na verdade, todos fazem parte da mesma
panela.
Nesse Manual, o MPL deplora o
fato de não estar conseguindo adesões dos trabalhadores: “Não podemos
fazer essa ação isolada. Temos que convencer os trabalhadores”.
O Manual elenca sete passos
para travar as vias da cidade com 50 militantes a fim de “provocar
efeitos tão interessantes quanto os de um ato com mil”.
O fracasso das manifestações
do MPL constitui apenas um exemplo do que vem ocorrendo ultimamente com as
investidas das esquerdas, ao menos no Brasil. Não conseguindo convencer a
opinião pública, e muito menos atrair grandes contingentes para suas ações de
rua, as esquerdas se veem na contingência de avançar por meio de golpes de
força das autoridades. Estas impõem, em nome da modernidade e outras balelas do
gênero, leis, decretos, sentenças judiciais, regulamentos, injunções
policialescas e o que mais se queira para forçar a população a engolir suas “modernidades”.
Tal sistema é eficiente a
curto prazo, pois quem está com o poder nas mãos impõe e está acabado. Mas a
longo prazo caminha-se para uma explosão. Memento União Soviética.
Título, Imagens e Texto: Cid Alencastro, Revista Catolicismo, Nº
783, Março/2016, via ABIM,
12-3-2016
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