sábado, 18 de junho de 2016

[Estórias da Aviação] Sem tempo para chorar

Alberto José

O majestoso DC-10, já aliviado de parte de mais de 500 mil libras de peso, cortava os céus da Europa com velocidade superior a Mach 0.85 com destino a Roma. Dentro do avião, o "breakfast" já havia terminado para os passageiros ansiosos em chegar ao destino. Eu era o Chefe de Equipe e, ao passar pela galley junto às portas 3 ouvi um choro convulsivo. Abri a cortina e vi que uma colega nossa estava sentada sobre a mala pequena e chorava bastante. 

Ao seu redor, colegas procuravam acalmá-la. Perguntei o que havia acontecido com ela. Ainda chorando ela explicou que a sua filha, de 16 anos, prestou exame para bailarina do Teatro Municipal mas não foi aprovada!

Eu perguntei: “Mas quando foi isso?”
Ela respondeu: "Foi na terça-feira"
Então, eu retruquei: "Mas hoje é sábado… agora que você resolveu chorar?”
Ela respondeu: "Pois é, eu precisava chorar na terça-feira mas a escala não deixou… com essa escala não dá nem tempo de chorar em casa!"
......................................

O Chefe de Equipe era famoso pelas suas conquistas. Um dia, depois do jantar, a comissária abriu a geladeira da Primeira Classe, viu a bela sobremesa e, olhando para o mencionado Chefe, perguntou:
"Fulano, você comeu a Charlotte?”
Sem perceber que ela estava falando da sobremesa, ele respondeu:
"Olha, de nome eu não lembro, mas devo ter comido!"
Texto: Alberto José, 17-6-2016

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