sexta-feira, 15 de julho de 2016

A calça de veludo e o rabo sujo

José Manuel
Hoje, 15 de julho, mais uma vez estamos perplexos com mais este atentado terrorista na França, com mais de oitenta mortos e uma centena de feridos.

Não é só um atentado contra uma nação, mas acima de tudo um atentado bárbaro contra a vida, enfim, contra a humanidade.

Ficamos, obviamente, perplexos com as notícias que nos chegam do exterior, mas não nos importamos muito com as notícias aqui mesmo dentro de nossa casa. Aliás, certos fatos nem são do nosso conhecimento por pura falta de interesse da sociedade que deveria prestar mais atenção.

Lá fora é um atentado terrorista, mas aqui dentro o terror não é seletivo, é constante, bárbaro e não comove.

Somente no Estado de Pernambuco, em junho de 2016 foram trezentos e trinta e três seres humanos assassinados, sendo trinta e sete mulheres. Um atentado terrorista muito maior que o sucedido ontem na França. Não vem ao caso se é político ou criminalidade urbana. São assassinatos bárbaros.

O que acontece durante quarenta e oito horas no Rio de Janeiro é o equivalente a uma guerra civil: corpos na calçada, tiroteios, execuções. Na Cidade Maravilhosa, a morte violenta virou banalidade. Os gatilhos da barbárie estão nas vias que à noite se tornam rota exclusiva de bandidos, nos arrastões que espalham o terror, na fuzilaria entre quadrilhas, na polícia mal equipada, encurralada, ausente e brutal. Com oito duplas de repórteres, VEJA acompanhou as ocorrências policiais das 20h da sexta-feira, 1º de julho, às 20h do domingo. O saldo: vinte e sete mortos, vinte feridos, dezenove tiroteios, sete arrastões. (Última revista Veja em 09/07/2016).



Isso em apenas quarenta e oito horas e só no Estado do Rio de Janeiro.

Se não é terrorismo então o que é essa barbárie em que a população assiste atônita todos os dias, sem saber o que fazer, a quem recorrer, mas também não toma nenhuma atitude. E elas existem, muitas, principalmente cidadãs.

A calça de veludo, brilhante, cara, uma NewMan de marca, são as olimpíadas num país cercado pelo terror por todos os lados, onde como sempre se maquiam dados, se escondem favelas para que os turistas se sintam pseudo protegidos.

Lá no exterior, as forças de combate ao terror estão sempre em prontidão com equipamentos de última geração, roupas e alimentação adequada, coisa de primeiro mundo.

Aqui, a Força Nacional é chamada para aparentar uma tênue vigilância, com salários atrasados, equipamentos atrasados, são "hospedados" em pocilgas onde não há camas, nem água, o básico diário, e ameaças de greve ao evento da calça de veludo. Coisa de submundo.

A calça de veludo são as olimpíadas, onde se gastam bilhões em eventos passageiros, mas se deixam milhões morrer à míngua e à margem da sociedade.
O rabo sujo é tudo isso aqui em cima.
Título e Texto: José Manuel, 15-7-2016

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2 comentários:

  1. A "Força Nacional" está sendo monitorada e constrangida pelos milicianos - bandidos da polícia disfarçados de polícia - que dominam os conjuntos onde a FN foi alojada! Essa é a segurança? Sorte se o terrorista deixar o Brasil de lado!

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  2. Em QUATRO ANOS, na SÍRIA morreram 256 MIL pessoas,
    no RIO morreram 279 MIL !

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