quinta-feira, 28 de julho de 2016

A herança da Olimpíada

José Batista Pinheiro
O Rio de Janeiro está mudado. Obras importantes em todos os quadrantes com supervias expressas ligando zonas da cidade nunca antes imaginadas, o metropolitano ligando o Leblon à Barra da Tijuca rasgando as entranhas da terra e dos morros, com transporte moderno em trens bonitos e confortáveis.

Os cariocas estão ajoelhados de mãos postas (iguais aos atacantes do Flamengo quando assinalam um gol) agradecendo ao fenômeno olímpico, responsável por essas maravilhas herdadas pela cidade.

Tudo bem articulado. Os 31 enormes edifícios de mais de 30 andares podem alojar os 40 mil atletas e comitivas participantes do evento de quase todas as partes do mundo. A segurança está impecável, até um Boeing 767 de última geração foi fretado para transportar tropas militares de um lado para o outro.

O dinheiro está sobrando apesar de o governador do Estado declarar que o mesmo está quebrado financeiramente. Para pagar o funcionalismo estadual teve de fazer um empréstimo ao governo federal.

Todo esse fausto municipal poderia ter sido realizado para o bem-estar do povo e da cidade sem necessitar dessa farra da olimpíada.

Fica provado que quando os governantes cumprem bem a sua obrigação de governar tudo funciona às mil maravilhas.

Todavia, quando a fantasia acabar, a herança deixada pela Olimpíada aos brasileiros é de muita tristeza.

As favelas incham por falta de moradia para os mais necessitados, a violência aumenta por falta de segurança, os pais de família perdem os seus empregos e suas famílias ficam sem o leite das crianças. Um belo assunto para reflexão. 
Título e Texto: José Batista Pinheiro – Cel Ref EB, Rio de Janeiro, 27-7-2016

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