Almir Papalardo
A tão propalada reforma da
Previdência foi adiada para uma nova oportunidade. O governo interino de Michel
Temer tem receio de meter a mão num vespeiro e numa hora inoportuna, o que
certamente trará inconformismo popular e maiores dificuldades para a aplicação
das correções necessárias.
O início da discussão no atual
momento de transição iria causar muita celeuma, muitas dificuldades para achar
soluções que agrade ao maior número possível de trabalhadores ativos e também
trabalhadores inativos, estes, covardemente discriminados e castigados por má
vontade política, sendo muito claro a torpe intenção dos governos de reduzir
todas as aposentadorias do setor privado ao nível do salário mínimo!
Os aposentados há muito
servindo de “bode expiatório”, não aceitam mais irreverências ou
arbitrariedades na atualização dos benefícios previdenciários. Jamais
concordaram com a política esdruxula do governo de atualizar as aposentadorias
com o mesmo índice do salário mínimo para os aposentados que têm proventos
neste valor, e aumentos com percentuais menores para os aposentados que recebem
benefícios acima do salário mínimo (?!). Dois índices diferentes na atualização
das aposentadorias? Violação de direitos? Só mesmo no Brasil vemos sandices
como esta!
Se recusam a concordar que a
continuidade da cota de sacrifícios seja imposta somente a determinadas
categorias e/ou a segmentos específicos de trabalhadores, até porque, por força
de suas contribuições maiores para o INSS, durante 35 anos, obtiveram de forma
legítima e merecida aposentadorias acima do salário mínimo. O governo não
concorda? Por então sempre concordou que o trabalhador descontasse para o INSS
conforme o salário recebido? "Venha a nós e ao vosso reino nada?"
Esta reforma jamais precisaria
ser realizada se houvesse paridade nas aposentadorias, com direitos iguais
entre aposentados do setor público e aposentados da iniciativa privada, tendo
os dois regimes em vigência (RGPS e RPPS) os mesmos direitos e deveres. Da
mesma maneira jamais poderia haver desvios de recursos dos cofres da
Previdência, para outros fins, já que a verba gerada através de contribuições
dos trabalhadores, juntamente com o empregador que contribui ao dobro, deveria
ser utilizada somente em benefício destes trabalhadores! Se a Previdência
Social arca com déficits sempre crescentes como alegam, a culpa exclusiva é das
próprias equipes econômicas governamentais que sempre se mostraram
incompetentes, pouco inspiradas e desonestas também para administrar verbas de
tamanho vulto!
Qualquer reforma da
Previdência que no futuro vier a ser implementada jamais será completa e
perfeita se o massacre em cima dos aposentados que ganham mais de um salário
mínimo, continuar. O governo terá que abandonar essa excentricidade de
atualizar as aposentadorias com dois percentuais diferenciados! E melhor: o
governo tem a obrigação moral de reparar a enorme defasagem imposta
arbitrariamente a estes aposentados, que já perderam, indevidamente e de modo
covarde, mais da metade do número de salários mínimos que tinham no início da
aposentadoria...
Título e Texto: Almir Papalardo, 26-7-2016
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Um dos principais temas da reforma é a ISONOMIA de direitos entre os dois sistemas.
ResponderExcluirIsso é necessário.
Já perdemos muito , e os outros com aposentadorias integrais precisam entrar no jogo com paridade de direitos.
Infelizmente perdemos muito, mas perder muito mais com a quebra do sistema, seria muito mais prejudicial.
Os arautos da previdência que falam de superavit, fazem cálculos apena sobre o RGPS, esquecem dos militares, juristas, políticos e funcionários públicos que é altamente deficitária. Cerca de 370 mil militares ganham mais que 3,5 milhões de aposentados do RGPS.
Esse é o principal ponto da reforma, assim como uma contribuição de 5% a 10% dos que ganham aposentadorias integrais.
Prezado Almir, nós Aposentados do RGPS (INSS) estamos realmente ferrados, e creio que para sempre, alguma Reforma se houver será somente para angariarem mais Fundos e evitar uma falência total, por uma correção a nosso favor está muito difícil, pois os reais motivos do déficit, não somos nós, e sim "A Máquina" dos governos, este e outros, que virão. Veja bem como que pode se Aprovar um PL no Congresso, se os julgadores, ou seja os que Votam, podem ser prejudicados com suas Aposentadorias Gordas de todo Funcionalismo Público, e estes Congressistas com 8 anos de Mandato, se aposentam na íntegra de seus Laudos Salários, e vitalícios.
ResponderExcluirFica difícil não ter déficit, e sabe quando vão mudar isto? Nunca! O nosso destino é termos no futuro um salário mínimo como teto! Sempre fui na vida muito Otimista, mas em relação a esta minha Aposentadoria, tenho que ser realista.
Por uma longa e gorda contribuição, descontadas em Folha, aposentei-me pelo Aerus também, e só peço a Deus que esta venha ser vitalícia.
Ah! Ainda não perdi a esperança de receber meus Atrasados, de Abr/06 a Set/14.
Pois somos credores Privilegiados, e a Ação Tarifária da VARIG é nossa, dada como Garantia, Judicialmente!
Abs,
Heitor Volkart
Prezado amigo Heitor Volkart: É com pesar que concordo com as suas dolorosas lamúrias. Acho que tenho carradas de razão quando digo sempre que os aposentados do RGPS, que obtiveram por força das suas maiores contribuições aposentadoria acima do salário mínimo, pertencem a categoria mais humilhada, desprezada e prejudicada da sociedade. E pior, sem chances de se defender judicialmente! Até porque o governo não comete o que seria uma inconstitucionalidade, porque, conseguiu numa indecorosa sessão plenária do Congresso, a desvinculação do aumento das aposentadorias versus correção do salário mínimo. Com este ato desleal e covarde, com certeza, não está cometendo uma ilegalidade e sim, uma grande imoralidade! E é duro ter que engolir goela abaixo as desculpas esfarrapadas de que os cofres da Previdência estão falidos, não sendo culpa dos aposentados, e sim, por culpa própria pela incompetência e irresponsabilidade de desviar 3,5 TRILHÕES de reais dos cofres da Previdência e que jamais retornaram! Por culpa também dos bilhões de reais que são destinados a diversos países, em prejuízo de todos os trabalhadores e, por culpa ainda, dos contumazes devedores e caloteiros da Previdência. Soma-se a tudo isto a administração diferenciada entre os aposentados do RGPS e RPPs, quando são dadas todas as regalias e benesses aos primeiros, enquanto para os segundos, que mantém a sua previdência superavitária, a carga total de sacrifícios e remédios amargos... Não dá para aceitar!!
ExcluirUm grande abraço.
Almir Papalardo.
Caro Almir, também concordo com você, em suas colocações, mas onde você diz "dolorosas lamúrias" eu diria, dolorosas constatações.
ExcluirÉ muito triste para nós Aposentados, convivermos ou sobrevivermos, à tantas barbáries cometidas contra nós.
Um Abraço Forte,
Heitor Volkart
Perfeito, amigo Heitor. A expressão correta seria "dolorosas constatações". Aproveito o ensejo para corrigir também uma inversão de valores cometida no final do meu texto, o qual transcrevo devidamente corrigido: -"Soma-se a tudo isto a administração diferenciada entre os aposentados do RGPS e RPPS, quando são dadas todas as regalias e benesses para os segundos, enquanto para os primeiros, que mantém a previdência superavitária, a carga total de sacrifícios e remédios amargos... Não dá para aceitar!! Peço desculpas pelos enganos cometidos dado ao meu estado emocional de um aposentado bastante ultrajado e revoltado!
ExcluirAlmir Papalardo.