A organização Repórteres sem Fronteiras
está “aterrada” com o encerramento de 102 meios de comunicação na Turquia. As
últimas detenções incluem 17 jornalistas que vão aguardar julgamento na prisão
Manuela Goucha Soares
A organização Repórteres Sem
Fronteiras (RSF) denuncia a “liquidação de 102 meios de comunicação pelas autoridades turcas”, cerca de duas semanas
depois da tentativa de golpe de Estado ocorrida a 15 de julho.
A RSF diz no seu site
que está “aterrada” com a “purga” que atinge toda a sociedade turca, sendo
“ainda mais dramática” na área da comunicação social. Só este sábado foram
detidos 17 jornalistas, acusados de pertencerem a um "grupo de
terror".
Ontem, sexta-feira, 21 jornalistas
foram presentes a julgamento e ouvidos até perto da meia-noite; deste grupo,
quatro foram libertados, e 17 foram colocados em detenção pré-julgamento,
acusados de "pertencerem a um grupo de terror", segundo avançou a
Anadolu, a agência de notícias estatal. Entre os detidos estão o jornalista
veterano Nazli Ilicak e também Busra Erdal, o antigo correspondente de uma
publicação pró-Gullen.
A onda de detenções e
demissões compulsivas está a ser condenada pela comunidade internacional, o que
levou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, a dizer aos responsáveis
europeus para "se meterem na sua vida". Erdogan aproveitou um
discurso feito no palácio presidencial ao fim do dia de sexta-feira para enviar
este recado ao Ocidente: “Algumas pessoas dão-nos conselhos. Dizem que estão
preocupados. Metam-se na vossa vida, olhem para os vossos próprios atos”.
45
JORNAIS, 16 TELEVISÕES E 23 RÁDIOS ENCERRADAS
Na última quarta-feira, um
novo decreto-lei adoptado ao abrigo do estado de emergência “ordenou o
encerramento e expropriação de 45 jornais, 16 estações de TV, 23 estações de
rádio, três agências de notícias e 15 revistas, e 29 editoras. A lista,
publicada no Diário Oficial da Turquia, está disponível aqui”, alerta o site da organização
Repórteres Sem Fronteiras: “São todos suspeitos de colaboração com a irmandade
de Fethullah Gulen, designado pelas autoridades como responsáveis pelo golpe
fracassado de 15 de Julho”.
A agência Lusa refere que Erdogan fez saber que está a “levantar vários
processos judiciais contra pessoas acusadas de o insultar”, escreve a
agência Lusa.
Título e Texto: Manuela Goucha Soares, Expresso,
30-7-2016
Grifos: JP
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