Almir Papalardo
É muito estranho que a
senadora Kátia Abreu - PMDB/GO, que administrava o Ministério da Agricultura,
fosse desligada da sua função como ministra para retornar à sua antiga condição
de senadora, para tornar-se numa das principais e irritantes defensoras da afastada
presidente Dilma.
É óbvio que sendo uma
parlamentar vitoriosa, uma das principais responsáveis pela derrubada da
nefasta CPMF, quando foi a Relatora do processo, elaborando um consistente
relatório conseguiu a proeza de derrotar os petistas que naquela ocasião eram a
maioria absoluta, o bastante para aprovar somente as matérias de puro interesse
do ex-presidente Lula. E Kátia Abreu, conseguiu derrubar a CPMF... Dilma, pelo
inegável valor da senadora, desejou incluí-la como nova defensora na Comissão
do Impeachment, fortalecendo a sua defesa e aumentando o número de votos
favoráveis para a sua absolvição (vinte e sete votos será preciso para
safar-se).
Naquele histórico episódio
quando ela prestou um notável benefício à nação, conquistando o respeito e a
admiração da população, livrando-a de um imposto injusto e execrado por todos
os cidadãos, ela pertencia ao DEM, portanto, fazendo total oposição ao Partido
dos Trabalhadores e com repulsa pelo desprezível imposto! O que teria
ocasionado essa misteriosa metamorfose naquele seu correto proceder? Mesmo
sabendo que um dos principais objetivos de Dilma seria a recriação da CPMF, fez
total silêncio ao aceitar a nova missão e, naturalmente, sobre a ressurreição
de um imposto que com bravura ajudou a derrubar? E agora, teria coragem de
retroceder, ajudando na recriação da CPMF? É difícil acreditar!
E como fica agora, senhora
senadora Kátia, a sua célebre frase robustecida de coerência e devidamente
registrada nos anais do Congresso:
"A volta da CPMF seria um
'estelionato eleitoral'.
Com sinceridade, senadora, não
entendemos a metamorfose ocorrida, manchando uma brilhante vitória parlamentar
ocorrida no passado. Para muitos, um pesaroso e lamentável retrocesso! A
senhora tem a certeza de que está do lado certo?
Título e Texto: Almir Papalardo, 7-8-2016
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