quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Deveres & Legados

José Manuel

Passado:
Túneis, metrô, bondes (VLT), intervenções e revitalizações de praças e áreas degradadas, são deveres e prioridades dos governantes, portanto, não podem ser considerados como legados de um evento mundial, se formos analisar com honestidade. São apenas obrigações de qualquer governante realizá-las para o desenvolvimento de uma grande cidade, e a todo o momento.

Os últimos túneis inaugurados aqui no Rio, foram os da Linha Amarela em 1997 portanto há dezenove anos.



O complemento por metrô da zona sul do Rio com a Barra já deveria estar pronto há, no mínimo, vinte anos, visto a alta densidade populacional da zona oeste atualmente e os enormes engarrafamentos há décadas.

Os bondes foram retirados de circulação em 1966 depois de ter o Rio, a maior malha de trilhos do mundo, com 400 Km de extensão.

Portanto, o atual, com nome pomposo VLT já nasce defasado até no nome, pois o certo é Metrô de Superfície, pela sua estreiteza estrutural e limitada com a pequena rede em operação, mais parecendo uma obra Disney para turistas.

Em Portugal, por exemplo, esse meio de transporte tem quase o dobro de largura, com evidente comodidade aos usuários e grande volume de passageiros transportados.

15 de julho de 1999, foto: Lhoon
A revitalização de áreas degradadas como a praça Mauá e a Rodrigues Alves teria que ter sido uma preocupação constante e chegam atrasados meio século, pois aquela área foi e continua sendo a entrada da cidade aos navios de passageiros antes e de turismo agora, há décadas.

O sistema BRT (bus rapid transit) foi lançado há quarenta anos em Curitiba e portanto o Rio está atrasado quatro décadas nessa modalidade com o consequente caos nos transportes que infernizam a vida dos cariocas diariamente.

Grandes cidades são dinâmicas e quando se fazem as obras que foram feitas somente por causa de uma olimpíada, isso tem cheiro de oportunismo, com intenções obscuras e ao mesmo tempo claras. O que será que os nossos governantes têm feito nos últimos quarenta anos?
Os deveres estão aqui bem claros.

Futuro:
Dois hospitais com tecnologia de ponta e com 300 leitos cada, foram inaugurados, um na zona oeste e outro na zona norte da cidade. Eles vêm complementar e facilitar o trânsito de pacientes e emergências na cidade do Rio de Janeiro, atendendo inclusive possíveis emergências durante a olimpíada sem necessidade de que se retirem pacientes já instalados.

A despoluição da baía de Guanabara foi realizada com sucesso, após dez anos de trabalhos ininterruptos, com o retorno da fauna marinha e a retirada de embarcações à deriva evitando assim derramamento de combustíveis e outros materiais pesados.

Os mangues, no entorno da baía, foram totalmente reconstituídos em sua flora e fauna, não existindo mais uma sequer ligação clandestina de esgoto, e o lixo que infestava a nossa baía desapareceu completamente de suas águas, voltando, por exemplo, a ilha de Paquetá a ser o paraíso e trajeto turístico imperdível do Rio.

As raias para a competição olímpica estão livres de lixo e coliformes fecais, trazendo beleza e segurança às competições.

Há trinta anos vêm sendo feitas intervenções nas favelas cariocas, nos moldes do que foi feito com enorme sucesso em Cingapura e hoje a cidade está livre dos cortiços e antros de marginais.

Essas comunidades foram priorizadas com projetos de segurança, educação, cidadania, objetivando a colocação de seus habitantes no mercado de trabalho, sendo modelos para todo mundo de como reverter situações de miserabilidade e criminalidade antes existentes. De tão bem sucedidas essas medidas serão mostradas aos turistas e atletas que nos visitarem nesta olimpíada.

Por sua vez, a cultura e o paisagismo em áreas degradadas também foram priorizadas, como por exemplo o complexo da Quinta da Boa Vista, o seu palácio, museu Nacional, o zoológico e suas áreas de recreação com seu lago maravilhoso.

Todos os prédios da época do Império como o paço imperial na praça XV foram revitalizados e até a belíssima estátua equestre de D.João VI, ofertada por Portugal e que estava relegada a um canto da praça, foi recolocada no centro da área, mostrando o esplendor de uma época, assim como o também monumento equestre, obra de arte, do General Osório e que teve todos os seus bronzes feitos com os canhões da guerra do Paraguai, roubados em décadas de abandono.

Também as igrejas, como a Candelária [foto] por exemplo e que são monumentos extraordinários de arquitetura do Rio antigo foram todas revitalizadas.


Hoje não temos mais no Rio de Janeiro a criminalidade absurda de épocas de abandono, as crianças e adolescentes não são vistas nas ruas, pois estão nos colégios e a cidade está pronta cultural e intelectualmente para receber os milhares de pessoas que virão para a nossa olimpíada.

Tem sido um trabalho por parte dos governantes, árduo, honesto e com o foco de melhorar a vida dos cidadãos, trazendo à tona todo o verniz da cidade conhecida mundialmente como maravilhosa.

Este é o grande legado que tanto a copa mundial de futebol em 2014 como a olimpíada agora em 2016 traz para a cidade e seus habitantes. 
Título e Texto: José Manuel, um olhar crítico do certo e do errado. Rio de Janeiro, 3-8-2016

4 comentários:

  1. O Rio sempre foi majestoso em suas belezas.
    O gigante adormecido com eu costumava chamar quando criança.
    A única coisa que sempre me irritou no Rio foi a semelhança que a cidade tem com cidades interioranas brasileiras em geral.
    O Rio é em sua estrutura funcional tal e qual IVOTI, Vacaria ou Bom Jesus e outras tanta cidades brasileiras.
    Apenas uma entrada e uma saída.
    Uma rua que liga a cidade ao resto do Brasil.
    Melhorou quando fizeram a ponte Rio-Niterói, mas o problema era chegar até a ponte ou sair dela. Nada contra Ivoti e seus moradores, a cidade é uma belezura, mas começava onde terminava na BR 116.
    Sou do tempo do "beco da fome" onde você comia um bife de alcatra maior que o prato num alá-minuta muito barato.
    Caminhávamos do Bar Veloso, hoje "Garota de Ipanema", nem sei se ainda existe, até o Fiorentina no Leme, bebendo nossos chopinhos no caminho , entre os inúmeros bares da orla,.
    Eu gostava do Cabral 1500, alem é claro do ensopado de frutos do mar do Fiorentina.
    Tinha o Le Bateau na Sezerdelo Correia, e o emaranhado do "Beco das Garrafas.
    Morei em Copacabana 10 anos no famoso Edifício Master, na Domingos ferreira 125, apto 1223, aliás o último do último andar.
    Era um prédio de negros, brancos, gays, contraventores que tinha um único problema.
    Você não podia gritar meu bem atira a chave, porque cairiam 276 em sua cabeça.
    Não havia mendigos, nem prostitutas, o máximo era ver lindas mulheres no entra e sai da boite "Barbarella" do hotel que a Varig ficava, cujo nome não me vem agora, enquanto escrevo.
    Espero que com essas obras tenha ficado digno de ser a eterna capital do Brasil, o grande gigante adormecido, que deita eternamente nas areias da orla carioca.
    Peço ao Jim que publique a foto desse Link ou outra que achar melhor.
    Eis o gigante que dorme:
    https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwis0Nj7zafOAhURmJAKHaoJCHIQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fthoth3126.com.br%2Fbrasil-o-gigante-desperta%2F&psig=AFQjCNEFoN6o1FmR7Tyc-d_eddaaJxFQHg&ust=1470394874992430

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  2. Será este o link?
    http://thoth3126.com.br/wp-content/uploads/2014/11/gigante-desperta-praiadoleme.jpg
    (Copie e cole na barra de enedereços do seu navegador – IE, Firefox, Chrome...

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