sábado, 10 de setembro de 2016

[Minha Pátria é a Língua Portuguesa] Saudade!...

Valdemar Habitzreuter

A palavra saudade é uma palavra misteriosa, mas gostosa. Gostosa, porque ela nos faz bem, embeleza e conforta nossas vidas. Ela só existe na língua portuguesa e difícil de definir.

É claro, o dicionário nos dá uma definição: “Sentimento mais ou menos melancólico de incompletude, ligado pela memória a situações de privação da presença de alguém ou de algo, afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável” (dicionário Houaiss).

Até podemos concordar com essa definição, mas soa um tanto artificial; melhor mesmo é senti-la e saber de per se o que se passa quando a saudade nos bate à porta; cada qual sabe muito bem o que é saudade quando este sentimento o assalta. Como diz em verso Maria Feijó:
“A saudade? Quem se atreve,
Neste mundo, a defini-la?
Quando muito o que se deve
É mesmo poder senti-la”...


É uma coisa inusitada e curiosa de em outras línguas não haver uma palavra do mesmo teor sentimental profundo como a palavra saudade em português. Não é que os falantes de outras línguas não sintam saudade, mas têm expressões que não condizem com o termo saudade.

Quando um alemão, por exemplo, diz sehnsucht significa um desejo de ver; quando se diz em inglês missing denota falta de alguém ou de alguma coisa; não há, portanto, em qualquer idioma do mundo uma palavra que expresse o mesmo sentimento quando digo em português: estou com saudade. As outras línguas teriam que fazer malabarismos e traquejos verbais para chegar ao ponto que a simples e única palavra saudade em português expressa e abarca.

Supõe-se que a origem da palavra Saudade venha de saudah (melancolia) do árabe, já que o povo árabe fazia-se presente na península ibérica desde o século VII ao XIV; ou talvez provenha de solidad (solidão) de raiz latina. O certo é que esta palavra transformou-se num milagre cultural em que os falantes do português se sentem enlevados quando dizem: estou com saudade, porque esta palavra engloba sentimentos de amor, mesmo que estes sentimentos estejam envoltos em tristeza, mas é uma tristeza benfazeja.

O Rei D. Duarte de Portugal, na Idade Média, já se exprimia assim: “Suydade he sentida mais com prazer do que com tristeza”. ...“Pa¬rece-me este nome de suydade tam próprio que o latym, nem outra linguagem que eu saiba, nom he para tal sentido semelhante”. (atentem para o português arcaico)

Portanto, nós, os falantes do português, somos agraciados com uma palavra que nenhum outro idioma tem. Mas, há uma leve diferença entre Portugal e Brasil quando seus respectivos habitantes falam em saudade: a saudade portuguesa realça mais o sentimento negativo, o sofrimento; enquanto a saudade brasileira é mais positiva, realça a alegria.

Como diz Osvaldo Orico em ‘A Saudade Brasileira’: “A saudade portuguesa é mais um “morrer de amor”, triste muita vez e provoca dor. A brasileira é mais alegre, imaginativa, é mulher moça (...) Saudade que não chora, canta; saudade que não punge, exalta; saudade que não abate, enaltece; saudade que não fere, vivifica”.

Exemplos: Trova portuguesa:
“Meu amor foste pro céu Gozar mais felicidade. Pede ao senhor que alivie A dor da minha saudade”! “As saudades, quem puder Enterre-as logo ao nascer. Sim, as saudades não matam, Mas ajudam a morrer”.
Brasil: “Esta ausência que me excita, Tenho-te à minha vontade, Numa vontade infinita... Distância, sejas bem bendita! Bendita sejas, saudade”. (Gilka Machado, poetiza brasileira).

Vale a pena ler a dissertação de Leonardo Lucena Pereira Azevedo da Silveira: “Em busca do tempo querido: um estudo antropológico da saudade”. (PUC Rio)
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 10-9-2016

NdE: A dissertação “Em busca do tempo querido…” pode ser baixado aqui.


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21 comentários:

  1. Sem dúvida, "SAUDADE" é a palavra 'par excellence' da língua portuguesa.
    O adjetivo, em francês, li-o há quase meio século, no jornal 'Le Monde', em Brazzaville. Nunca mais esqueci.

    Aliás, falando em 'Le Monde', também foi neste jornal que li um comentário sobre Fernando Pessoa, que também me marcou indelevelmente.

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    1. Vou reproduzi-lo, tanto quanto me lembre, no primeiro post desta série.

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  2. Prezados, realmente é uma palavra que nos toca profundamente, e incluiria uma outra, apesar de existir em outras Línguas: Esperança!
    Ter Saudades e ter Esperança são sentimentos de imenso valor a cada um de nós!
    Heitor volkart

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  3. Bem amigos, como sou pouco sentimental.
    Fico com a definição da filóloga portuguesa "Carolina Michaelis de Vasconcellos", que a origem da palavra está no latim "solitate", que no português arcaico teve 3 formas:
    Soidade
    Soedade
    Suidade
    Entre várias formas.
    Vejam que o espanhol trata como "soledad" tal e qual o Latim.
    Quanto a definição que damos, ela não é insólita nas línguas de origem latinas.
    Os romenos tem na palavra "durere" também uma definição que só pode ser comparada na nossa língua com saudade.
    Como várias outras vezes, eu acho que saudade não é um termo dispersivo comum às coisas materiais. Se pensarmos que solidão é um conceito social de sentir-se sozinho, saudades é um sentimento relativo às pessoas que conviveram conosco.
    Eu não tenho saudades da VARIG, tenho saudades das pessoas. Os lugares, os pernoites não teriam importância sentimental se estivéssemos sozinhos.
    Todo meu voo para Nova Iorque eu jantava no" Carmines", por vezes solo, outras vezes acompanhado. Sempre sentava de frente para a Broadway, e admirava o vai vem dos solitários, eu adorava aquela solidão, sinceramente gostaria de voltar uma última vez.
    Porém isso não é saudade, é PRAZER.
    A saudade que tenho de meu pai, se confunde na tristeza da solidão que eu por vezes penso que causei, nos anos que vivi longe dele exercendo minha profissão.
    Eu acho que saudades combina com amor, afeto a determinadas pessoas.
    As coisas, os locais materiais ainda estarão de pé para que possamos vê-los novamente, mas com pessoas diferentes.
    fui...

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    1. Rochinha, imagina se você fosse sentimentalista! Kkkk. Muito bom seu comentário! Ah! que saudades de NYC, sim. Saudades é também sentir Prazer dos momentos que convivemos com
      Pessoas das quais sentimos Saudades.
      Abs,
      Heitor Volkart

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    2. Também tenho bastantes saudades de locais e de pessoas = MOMENTOS.
      Momentos que passei com pessoas em locais. Por exemplo: do Carmine's e da Cabana Carioca, ambos em NYC.

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  4. “Em busca do tempo querido: um estudo antropológico da Saudade”

    Começo a ler… E a tese começa diferenciando a saudade portuguesa da brasileira…

    “A saudade, embora pouco falada como um dado da identidade brasileira, é um sentimento crítico para quem vive em nossa sociedade. Impossível ser brasileiro sem saber e, sobretudo, sem ter sentido saudade.

    Ademais, a saudade é um sentimento compartilhado entre os povos colonizados por Portugal, pois é uma particularidade herdada do fato de serem os portugueses os fundadores (ou ‘descobridores’, como falamos) do nosso país. Por isso a saudade primeiramente foi inventada e sentida em Portugal, mas isso não significa que aqui e lá a saudade seja sentida da mesma maneira.

    Como veremos mais adiante, o modo que a saudade é sentida entre ex-metrópole e excolônia possui diferenças suficientes para podermos separá-las em duas categorias: saudade portuguesa e saudade brasileira. Ambas são expressão do que definiremos ao longo deste trabalho como saudade, mas com diferenças tais entre elas, que é necessário a divisão para o seu correto entendimento, mesmo que ainda possamos falar da saudade como um conceito único valendo tanto para uma ‘cultura portuguesa’ quanto para a brasileira.”

    E vamos nós. Em alguns momentos (não) percebo que o autor entenda que a saudade brasileira seja ‘melhor’ do que a saudade brasileira… Não sei o que o autor pensa das outras saudades da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

    Mas, por disciplina, continuei lendo. Chego ao segundo capítulo “Tempo, tempo, tempo…”

    3. Capítulo 2: A saudade 3.1. Em torno das origens: um debate

    A etimologia da palavra saudade gerou grandes controvérsias entre estudiosos portugueses. Já os brasileiros que escreveram sobre a saudade contentaram-se apenas em tangenciar o assunto. Mais recentemente, a portuguesa Maria Paula Lamas1 resumiu muito satisfatoriamente as tentativas de definir uma suposta origem para o conceito: “Na realidade, a saudade está intimamente ligada ao povo português, embora não seja exclusiva deste.

    No entanto, trata-se de um assunto mais completo do que aparenta à partida. Devido a este fato, muitas têm sido as definições e contradições, múltiplos os contextos e respectivas implicações, sem se conseguir um resultado conclusivo (Lamas, pág.10)”.

    Vamos tentar esboçar as duas correntes mais significativas desse debate. De um lado temos os estudiosos que defendem uma origem árabe da palavra saudade como saudah e do outro os que afirmam ser a saudade originária do latim solidad. No primeiro caso correspondem o brasileiro José Antônio Tobias e o português Antônio Borges de Castro, enquanto no segundo temos a conhecida estudiosa portuguesa D. Carolina Michaelis de Vasconcellos. Vale aprofundarmos um pouquinho nas possíveis traduções.

    Para o brasileiro José Antônio Tobias, que infelizmente não leu nem Joaquim Nabuco, nem Roberto DaMatta, as palavras de outros países como souvenir (francês), sehnsucht (alemão), nostalgia (grego) e remembrance (inglês) não traduzem a saudade portuguesa, pois embora o autor reconheça uma certa universalidade na palavra, ele afirma que a saudade está revestida de profundidade em todas as suas acepções.

    O autor destrincha os termos acima para mostrar a diferença com a saudade. O sehnsucht alemão é preso só às pessoas; o souvenir francês não depende somente do amor podendo ser ligado à mais antipáticas das coisas, a nostalgia grega é somente a falta da pátria e o remembrance inglês é a lembrança em geral, com ou sem a presença do amor.

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  5. Tobias, embora acredite na origem árabe, que chama de herança possível, nos apresenta ser a palavra saudah uma melancolia, padecimento empático, depressão, dor de coração. Não é a tradução perfeita da palavra, mas o autor adverte que nenhum termo começou como saudade, pois tanto o termo quanto o sentimento não nasceram feitos todos de uma vez, mas aos poucos foram entrando na língua portuguesa, até aparecer o que é hoje.

    Para o autor, no território brasileiro a saudade aparece com mais força no Nordeste e em lugares como Bahia, Ceará, Minas Gerais, que em outras regiões como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Isso se explica pela colonização italiana e alemã divorciando-se da tipicamente portuguesa do Nordeste. Manuel Bandeira corrobora esta idéia em seu poema Evocação do Recife ao dizer numa estrofe: “Atrás da casa ficava a rua da Saudade...” Um lugar onde a saudade é mais sentida, onde aparecem ruas, rios e pontes com seu nome estampado em placas pelo caminho.

    Assim, o autor define a saudade como “o sentimento amargosamente gostoso de um amor ausente” (Tobias, pág.28). O ensaísta português Antônio Borges de Castro preferiu se aprofundar na língua alemã para mostrar quais palavras seriam necessárias para formar um vocábulo semelhante: “Para traduzir ao alemão este termo, além da já conhecida palavra “sehnsucht” (desejo de ver), precisaria unir ainda dois termo, “heimweh” (desejo de regresso) e “wehmut” (sentimento de dor)” (Castro, pág.12)”. Então, para o bom entendimento da palavra saudade em alemão, seria necessário o amálgama de três termos.

    Este mesmo autor defende a origem árabe da palavra ao se opor à origem latina, já que esta seria de significado individual. O ensaísta afirma ser a suposta origem do latim solitate ou solidad, que significam solidão, um erro, já que a saudade se trata de um sentimento coletivo, “não é só de que parte que tem saudades é mais de que ficam, são muitos que sentem a ausência do ente querido” (Castro, pág.15). É através do ditado português “Quem parte leva saudades, quem fica saudades tem”, que o autor afirma ser a saudade um sentimento coletivo, “pois se é solitário o que parte, não são solitários os que ficam, e, geralmente, estes sentem mais saudades pelo que vai” (Idem). Para corroborar sua tese o autor enfatiza a presença árabe na península ibérica desde o séc. VIII ao XIV, e que muitas palavras portuguesas têm origem árabe como chafariz, enxaqueca, alfazema, fulano e a saudade com suas variantes: saudoso, saudosismo e saudosista.

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    1. “Isto quer dizer que, no Brasil, a pessoa é obrigada a sentir saudade, já que é ensinada a ela quando criança esse sentimento que se torna tão caro com a chegada da vida adulta e acentuada com a velhice” (?!)

      “A saudade é associada às lágrimas, dor e tristeza, ou seja, ao sofrimento. Osvaldo Orico afirma que para os portugueses existe mais poesia em sofrer do que gozar, em esperar do que possuir e nos dá como exemplo o próprio Camões exposto acima, onde Orico acredita que seus sonetos são o exemplo perfeito de uma antologia do sofrimento e submissão à amada, por quem se deprime, se atormenta, se rende e se acaba. Mas também temos coisas em comum. Mesmo sendo algo dolorido, os portugueses também definem a saudade como sendo um Bem. Prato cheio para a psicologia, onde se apresenta a exaltação do sofrimento como positividade. Isto é o oposto no caso brasileiro, onde a saudade exalta a felicidade e a alegria.

      Como se pode ver herdamos a saudade em parte e transfiguramos o outro lado, ficamos com as características da volta do passado ao presente, re-vivência do passado e com a manipulação da distância espacial e temporal. Também herdamos a saudade como um bem do passado, algo necessário para se pensar o ser. Mas repensamos e re-configuramos o lado que herdamos da negatividade da saudade. Ao invés de recebermos passivamente uma qualidade portuguesa, mudamos seu significado. Em Portugal a saudade é necessária, mas negativa, machuca e corrói aos poucos, e ainda mata! Mas no Brasil, embora também seja vista como algo necessário, ela não se passa por negativa, ela é positiva, é vangloriada, é desejada, é necessária para o ser, para compreensão e percepção do ser quanto ser brasileiro, dotado de características próprias, intrínsecas e singulares da cultura brasileira. E como veremos mais à frente, em alguns de nossos poetas, ela até revive os mortos.

      As diferenças também ocorrem na forma como as duas culturas sentem a passagem do tempo. No Brasil, o tempo da modernidade é sentido de uma forma mais linear e menos tradicional do que em Portugal. O tempo brasileiro contém com mais força a ameaça do esquecimento, da indiferença, característica do tempo linear que permeia a cosmologia moderna.

      A saudade brasileira, assim, herdaria essa concepção menos linear de tempo, relativamente a Portugal - o tempo ibérico de Freyre. Mas não somente este tempo-considerado, mas uma mistura de tempo cíclico com a linearidade moderna. Um tempo, poderíamos dizer, semi-cíclico, onde o medo do esquecimento gradual pelos anos e datas festivas que se repetem é apaziguado pela saudade que marca na memória da pessoa acontecimentos que são revividos pelo sentir saudade.

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    2. Um tempo que está no meio dessas duas correntes de tempoconsiderado, a ponte sugerida por DaMatta (1993). As semelhanças são mais que o suficiente para chamarmos de saudade o que se sente em Portugal e no Brasil com um único termo. Mas isso só parece certo até analisarmos mais de perto o que se reflete através da poesia nas obras de poetas importantes tanto portugueses quanto brasileiros.

      Existe uma diferença sutil entre suas expressões de saudade, uma que sente a saudade pelo lado da felicidade e outra pela dor de saber-se um tempo já perdido, mesmo que em ambas a saudade seja sentida como um Bem. No Brasil, a saudade é um meio caminho de marcar o tempo, entre duas concepções tão opostas; já em Portugal, temos apenas a parte tradicional de se marcar e sentir o tempo, que entra em conflito com o tempo linear da modernidade.

      Ao contrário da saudade brasileira, que trafega nos dois pólos, na verdade, ela própria é a passagem entre essas duas concepções. Devemos atentar para o fato de que a expressão da saudade nesses dois países não é estanque e inflexível como a priori poderia nos parecer através dessa argumentação.

      Estou trabalhando e comparando a expressão da saudade como tipos ideais. Na verdade, as formas de se expressar à saudade nos dois países se interpenetram continuamente. Tanto Camões quanto Bilac podem expressar a saudade oposta ao que me refiro aqui.

      O que chamo a atenção é que há um padrão na expressão desse sentimento e que, normalmente, os brasileiros a expressam de uma forma positiva e os portugueses de uma forma negativa.

      Um melhor estudo sobre essa diferença seria analisar a expressão da saudade nas músicas populares brasileiras e portuguesas. De como aparece a saudade no samba e no fado. Fica a sugestão para quem quiser entrar neste caminho.”

      Parei por aqui.
      Existem vários tipos de fado: castiço, de Coimbra, desgarrada, corridinho…
      Fado corrido: https://www.youtube.com/watch?v=ILNlbLZkvPc

      Existe um fado, “Meu primeiro amor”, que quando o escuto em ambiente ‘adequado’ me vêm as lágrimas aos olhos: pela belíssima letra.

      Ai quem me dera
      Ter outra vez vinte anos
      Ai como eu era
      Como te amei, santo Deus!
      Meus olhos
      Pareciam dois franciscanos
      À espera
      Do sol que vinha dos teus

      Beijos que eu dava
      Ai como quem morde rosas
      Quanto te esperava
      Na viva que então vivi
      Podiam acabar os horizontes
      Podiam secar as fontes
      Mas não vivia sem ti

      Ai como é triste
      De o dizer não me envergonho
      Saber que existe
      Um ser tão mau, tão ruim,
      Tu que eras
      Um ombro para o meu sonho
      Traíste o melhor que havia em mim

      Ai como o tempo
      Pôs neve nos teus cabelos
      Ai como tempo
      As nossas vidas desfez
      Quem me dera
      Ter outra vez desenganos
      Ter outra vez vinte anos
      Para te amar outra vez!

      Sim, é triste. A gente imagina a decepção e TRISTEZA de quem viveu este retrato. E o mundo do fado está cheio de tristezas, decepções, angústias… sempre assim foi. Podemos comparar com a ‘sofrência sertaneja’ (brasileira), me refiro ao tipo de canção, não à poesia.

      Contudo, porém, todavia, não julgo que os fadistas (quem escreve e quem interpreta) tenham saudades desses momentos tristes, nostálgicos…

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    3. Parabéns pelo interesse nas pesquisas e de socializa-las! Abs
      Habitz

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    4. Ora, Valdemar, de parabéns aqui está você!
      Olha só o que você ensejou, além de dois ou três posts correlatos.

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  6. Você nesta excelente pesquisa tratou saudade com a semântica que deve ter.
    Eu como escrevi não sentimental.
    Nós ligamos muito a palavra saudade com pessoa amada que partiu.
    Está nas poesias e nas músicas, encontra-se nos fados.
    Acontece que na minha opinião isso é telúrico, tal e qual a religiosidade, ou torcer para o time do pai.
    Admiro muito como Bilac e Camões as usam, seria com dizer "tempestade em copo de água" ou "chorar leite derramado".
    SAUDADE POR SI SÓ NÃO PASSA DE UM AFORISMO.

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  7. Os vídeos de Nelson Gonçalves e Zélia Duncan cantando "Naquela mesa" (sambinha) "ligam muito a palavra saudade com (a) pessoa amada que partiu."
    Continuo querendo ouvir um fado que 'ligue a palavra saudade a quem partiu/morreu"...

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    1. Fico com "SAMBÃO" e chamar de "sambinha" o que se produz hoje em dia no Brasil.

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  8. "Saudade" é uma palavra da língua portuguesa, com certeza!

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  9. Mais de saudade e com essa rica língua portuguesa
    Quando se fala em saudade me vem música

    https://www.youtube.com/watch?v=dNVrdYGiULM

    lp

    lp

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  10. Nossa!
    Com Cesária Évora é... 'covardia'!

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  11. Sodade

    Cesária Évora

    Quem mostra' bo esse caminho longe?
    Quem mostra' bo esse caminho longe?
    Esse caminho pra São Tomé
    Quem mostra' bo esse caminho longe?

    Quem mostra' bo esse caminho longe?
    Esse caminho pra São Tomé
    Sodade sodade

    Sodade dessa minha terra, São Nicolau
    Sodade sodade
    Sodade dessa minha terra, São Nicolau

    Si bô 'screvê' me 'm ta 'screvê be
    Si bô 'squecê me 'm ta 'squecê be
    Até dia qui bô voltà

    Si bô 'screvê' me 'm ta 'screvê be
    Si bô 'squecê me 'm ta 'squecê be
    Até dia qui bô voltà, sodade
    Sodade sodade

    Sodade dessa minha terra, São Nicolau
    Sodade sodade

    Sodade dessa minha terra, São Nicolau
    Quem mostra' bo esse caminho longe?
    Quem mostra' bo esse caminho longe?

    Esse caminho pra São Tomé
    Quem mostra' bo esse caminho longe?
    Quem mostra' bo esse caminho longe?
    Esse caminho…

    Júlio Mesquita

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    1. ‘Sodade’ é a crioulização da palavra da língua portuguesa Saudade.

      “Cabo Verde tem o português como língua oficial, que é usada em toda a documentação oficial e administrativa. É também a língua das rádios e televisões e, principalmente, é a língua da educação escolar.

      Porém, nas restantes situações de comunicação principalmente a fala oral entre os habitantes do arquipélago, é feito em crioulo cabo-verdiano (que é a língua quotidiana), uma língua crioula que mescla o português arcaico com as línguas africanas.

      Este crioulo é dividido em dois dialetos com algumas variantes em pronúncias e vocabulários: os das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de Sotavento, ao sul.

      Apesar do crioulo ser a língua do quotidiano, quase todos os cabo-verdianos também falam o português fluentemente.”
      (Wikipédia)

      Lembro de muitas vezes ver em reportagens de estrangeiros a palavra saudade grifada ou entre aspas. Depois, o autor explica o significado dessa palavra utilizando-se, naturalmente, dos seus vocábulos nativos.

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