quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

[Aparecido rasga o verbo] Babacas travestidos de cordeiros ou desordeiros fantasiados de bobos da corte?!

Aparecido Raimundo de Souza

Senhoras e senhores, acreditem, fiquei pasmo. Depois de assistir a um infindável número de manifestações e protestos em várias capitais brasileiras, juro que baixou em mim o espírito de Tomé. Ainda bem que foi de Tomé. Imaginem se fosse o espírito de porco! Pois bem. E qual seria o espírito desse simpático Tomé?  Para quem não sabe, vamos dar uma mãozinha e explicar em rápidas pinceladas, de quem se trata Tomé. Em hebraico Tomé significa “junto”, ou “gêmeo”. Biblicamente falando, Tomé era aquele apóstolo de Cristo, entre os doze, que só acreditava naquilo que via na frente de seu nariz. Seus amigos o chamavam de homem de pouca fé (cacofonia braba se lida às pressas. “De-po-café”. Resumindo, Tomé se assemelhava a um bule). Em face disso e diante de tantos fundunços, mil outros ouvimos dizer, desdizer, comentar, descomentar, até prova em contrário, tudo o que me apresenta de forma não muito clara, é pura balela. Sou, portanto, um cidadão “junto” a Tomé, ou “gêmeo” dele. Sigo seus passos. Não importo que me alcunhem ou me rotulem desse recipiente que as pessoas servem chá ou café as visitas, às cinco da tarde, o tradicional  e populesco bule.

Dessa forma, daqui pra frente na figura de bule, quero tratar dos nossos queridos e inflamados manifestantes. O nome certo, para esses párias, seria não manifestantes - baderneiros, ou, quem sabe, soaria melhor -, “idioteiros”. Para ilustrar, a palavra idioteiros nasceu do entrelaçamento de idiotas com baderneiros. 

Voltando à figura rústica, pastoril e bucólica de  Tomé (hoje São Tomé), quero deixar patente que só acreditarei ou levarei a sério esses confrontos mentirosos e falsificados manifestantes idiotas e babacas, quando eles, os “idioteiros” provarem que toda essa balbúrdia, toda essa confusão, a que estão dando causa tiver algum efeito prático e politicamente legal. Ou por outra, que tal sublevação, de alguma forma, ainda que capenga, venha a fortalecer não só a vontade férrea de reduzir as tarifas dos transportes públicos, de lutar pela segurança da população, de extirpar os corruptos de Brasília, kikikikikikikikikiki, de forçar a Câmara dos Deputados a parar de meter as mãos nos bolsos do povo. Igualmente que o Senado Federal mudasse os artistas de seu grande circo e o judiciário de achar que todo cidadão brasileiro tem cara e nariz de Girafales. Num derradeiro momento, que as manifestações deixassem cristalinamente transparentes as melhoras de nossa fracassada e indigesta soberania.

Soberania neste país de picaretas se traduz, por merda. As instituições existentes estão metidas até os colhões num grande buraco negro. A Constituição Federal é um enorme cagalhão. As leis existentes, um calhamaço de papagaiadas que servem apenas para encobrir os crimes dos vadios que dizem nos representar. A Suprema Corte é uma orquestra de músicos “malnascidos”, destoados de suas respectivas partituras. Todo mundo toca a bel-prazer, de ouvido. O maestro que rege a cambulhada parece ter enfiado a batuta no pescoço, em francês. As leis que figuram em nossos códigos, como um feixe de varas pontiagudas, visto pelo lado do Zé Povinho, não fazem outra coisa senão colocar na cadeia os pretos, os pobres e os trabalhadores.

Nesse fluxo maligno, enquanto essa galera pouco habilidosa, e desnorteada estiver por aí, envolvida em brados e clamores, reivindicações e queixas notadamente sem causa, e sem energia motivadora, alimentando, em paralelo, uma insatisfação acumulada, todavia difusa, prolixa, excessiva e fastidiosa, promovendo aos quatro cantos passeatas (maquiadas, travestidas, disfarçadas e encobertas por falsas bandeiras  pacíficas), carreatas coloridas com cartazes e apitaços, panelaços e piscações de luzes em apartamentos e pardieiros, unicamente com o empenho de atrapalhar o trânsito, dilapidar o patrimônio público,  quebrar vidros de casas e churrascarias,  amassar carros de cidadãos que pagam seus impostos em dia,  jogar pedras em prédios particulares,  saquear lojas, colocar fogo em caçambas de lixo, queimar pneus, ônibus ocupar prefeituras, escolas, depredar trens,  machucar pessoas inocentes, bem sabemos, tudo não passará de fuzarca, de patuscada, de folia, de bacanal, de farra e troça. Apesar disso, tem gente que acha o que aqui esmiudo, um simples “alarmismo” de minha parte. Dizem que sou maluco e o que escrevo alimenta a famosa “teoria da conspiração”.

A realidade, senhoras e senhores, é bem cristalina e perceptível. Ao mais simplório observador, é fácil notar e não só notar, deduzir, que esses imbecis gritando palavras de ordem (que ordem?!) não passam, na verdade, de um punhado de marionetes, ou como diria Thompson de Panasco, poeta e pensador de rua (atualmente instalado na saída da Estação Sé do metrô, centro de São Paulo, “verdadeiros paus mandados”). Por trás dessa gentalha, alguém de um posto de comando invisível aos olhos dos trouxas (de ordens vindas de prisões de segurança máxima), está desembolsando, às custas de partidos políticos as mais variadas siglas, para que as tribos de vândalos e bárbaros venham para as ruas e avenidas e brinquem de destruir as cidades em nome de uma falsa guerra de bandidos e vilões saídos dessas revistas de histórias em quadrinhos que  costumamos  comprar nas bancas de revistas...



Por assim, os atos de terrorismo e costumes considerados anormais, a que estamos assistindo praticamente todos os dias, pelas chamadas em edições especiais dos telejornais, levados a efeito nas principais capitais, não provam absolutamente nada. Não levam a lugar nenhum. Só mostram horizontes desiguais, norteiam a incompetência e a ignorância de braços dados com a degenerescência e a fúria ímpar de um coletivo enorme de pássaros de asas quebradas, de moleques salafrários e patifes desonestos, aproveitadores, que não são homens suficientes (se fossem não usariam toucas ninjas por sobre a cabeça mantendo os rostos encobertos), para fazerem algo de bom, de útil e de aproveitável em sintonia não só da sociedade em que vivem como para o resto da nação onde vegetam como leões disfarçados de cordeiros.



Alguém, hoje, acaso se lembra das eleições “Diretas Já?” dos idos de 83 e 84? Quem ainda traz na memória os inesquecíveis “Caras Pintadas” da era “Fora Collor?”. Em que ano tal fato aconteceu? Na mosca quem disse 1992. Naquele tempo se lutava por vários estandartes, como o descaso com a saúde, a corrupção, a incompetência dos partidos políticos, a ineficiência da máquina pública, o emperramento do judiciário, e, no geral, pelos valores de uma sociedade mais robustecida e justa. Nos dias atuais, pouca coisa se acrescentou. Porém, as perguntas: agora, presentemente, se batalha, se combate, se disputa pelo quê? Qual o segmento, dito de outra maneira, qual a situação dentro de um quadro político “honesto”, que tenha sofrido alguma modificação (por pequena que seja) digna de ser trazida à baila desde os tempos de Fernandinho do Pó até os atuais de Lula Tríplex, Dilma Roubousset e agora, mais recente, Michel Jackson Temer? Acaso botaram fim à inflação? Reformaram a previdência irreformável? Emendaram a Constituição?  Houve alguma mudança na política do ensino? Estancaram a quebradeira que o país atravessa? Findaram com a recessão?

Notem, senhoras e senhores, não temos em prática, ou em evidência, nenhum consenso útil, transparente e lícito. Muito embora grupos extremistas e radicais pugnem, pelejem, esbravejem por uma suposta “abertura mais ampla”, rotulada, via paralela, por uma forma de “ditadura menos disfarçada de ditadura”, não há viva alma que consiga enxergar, por mais que se olhe a limpidez, a precisão, a obcecação ou o fanatismo por melhores dias, onde realmente a verdadeira democracia almejada pelo povo sofrido e agastado prospere de forma imbatível, invencível e insuperável. 


Pelo sim, pelo não, e tudo pelo que aqui trouxe à carga, notadamente pelo eixo da história que gira diante de meus olhos, só acreditarei, repito, nesses grupos de baderneiros, quando os conhecidos líderes de movimentos, ou cabeças de grupo encararem a policia militar, no braço, no pau a pau. De igual forma, só aplaudirei esses embusteiros, charlatões de meia tigela, e darei a eles algum crédito, quando frente às câmeras de televisão, perante os repórteres e jornalistas os amotinados e insubmissos invadirem o Senado Federal, a Câmara dos Deputados, os Ministérios, os Palácios do Planalto e Alvorada, e, de contra peso, os imponentes prédios onde os ladrões do povo (de ternos e sapatos de grifes) se reúnem a altos salários, para botarem com força, sem dó nem piedade, no rabo de todos nós brasileiros.

Enquanto isso não acontecer, o que acho pouco provável, e falo nesse tom porque essa galera de comandantes de bosta, não tem peito, não tem colhões, não tem objetivos, o Brasil vai viver assim, à sandice de uma turma de medrosos, de covardes, de bufões, de maus paridos, vermes  criados, como ratos de esgoto fugindo de um sem número de gatos de apetite aberto a  filés de carne fresca temperada a esmero pelo excelente chefe de cozinha conhecido como Renan Galheiros. Por certo estamos diante de um anunciado déjà-vu.

Em linhas gerais, vocês todos, meus caros e queridos manifestantes feitos nas coxas, vocês todos, para mim, são figurinhas fora do álbum, página virada de uma aventura que nunca será escrita. Como a revolução de 1964, onde nenhum tiro foi disparado e as forças militares no final da enorme ostentação ridícula, ou tola chocarrice, enfiaram seus tanques e canhões no meio do cu. A vocês, pois, palhaços de vitrine falta à coragem dos brabos, a teoria prílica (prílica é a mesma coisa que correta e séria) dos violentos e valentões, a competência dos que tem sangue nas ventas, e a moral inabalável dos que não levam desaforos para casa. Vocês, meus meninos mimados, meus piás de chupetas e mamadeiras, acreditem: aos enxergues e divisas daqueles que têem vergonha na fuça, seus asseclas e arruaceiros, seus desordeiros e anarquistas não passam de um bando de fanfarrões. Uma tropa de malfeitores e frouxos da pior laia.  É por isso, só por isso que esbravejo, com veemência descomedida, para que a polícia militar de cada Estado onde esses confrontos se concentram, metam o pau em vocês, desçam o ferro e quebrem a todos, nas bordoadas nos tapas, nas pancadarias. Ou, via outra, meus amados e queridos golpistas provem a mim que estou errado. Fica aqui, desde agora, lançado publicamente o desafio. Quem se habilita?

Enquanto vocês não se decidem, continuo montado no cavalo da vida, como São Jorge, disfarçado de Dragão. Tragam mudanças, acabem com a incapacidade gerencial de nossos governantes, ponham um ponto final no que está errado. Retornem com o Brasil aos trilhos. Enquanto vocês não me apresentarem melhoras, ao meu torrão amado, ao Brasil em coma,  seguirei meu caminho como o apóstolo São Tomé, só dando crédito e valor, aquilo que se planta diante de meus olhos como Jesus diante de Lázaro.

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COMO? SE PRETENDO CALAR A BOCA? SIM, MEUS AMADOS, QUANDO MORRER...
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, 63 anos, jornalista, 10-12-2016

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6 comentários:

  1. De fato, há uma incongruência na atuação desses pseudos Manéfestantes.
    Evidenciado que são dirigidos e que buscam levar às ruas denominação partidária e interesses de alguns caciques dessas agremiações delinquentes.
    Parabens ao jornalista Aparecido por sua coragem e enfrentamento.
    Luiz Muzi

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  2. Este e o meu amigo que eu conheço há 15 anos. Ele é incrível, fala sem dó sem piedade tudo aquilo que muita gente gostaria de falar. Posso dizer que eu tenho um pouquinho dele, por isso que nossa amizade perdura até hoje. Parabéns pelo belo texto, como sempre arrebentando.

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  3. A crônica está ótima ; narra tudo o que , de fato, vem acontecendo .
    A maioria dos que arrebentam com tudo , metem fogo nos coletivos e praticam agressões a transeuntes não estão de fato protestando mas , sim, fazendo jus a um "pro-labore" de algum patrocínio para disseminar a baderna .
    No último protesto contra a corrupção onde a grande massa populacional na maioria das capitais , saiu ás ruas vestida de verde e amarelo, não se viu nenhum confronto , quebra-quebra ou atos de vandalismo. Salvo algum caso isolado , tudo transcorreu dentro da pacificação.
    Os que saem ás ruas com o rosto coberto e praticam toda a sorte de insanidade , são como "mulher de malandro" : gostam de apanhar !
    Tem horas que faz falta um general de testículos roxos ... ( não é um desejo da volta da ditadura, mas de alguém para por ordem na quitanda...)

    Grande abraço.

    Sidnei Oliveira
    Assistido Aerus - RJ

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