Aparecido Raimundo de Souza
O Pastor de ovelhinhas Silas
Malavaia está furioso, possuído, enraivecido, trombeteado com a justiça. Coisas
do tinhoso devorador, sem sombras de dúvidas. Esse nobre foi alvo, dias atrás,
de uma operação cognominada pela Policia Federal de “Agnaldo Timóteo”. Nome de
um cantor gospel conhecidíssimo, se não nos enganamos inserido nas Escrituras
Sagradas em 1982, como deputado federal
pelo Rio de Janeiro, encobertado pela sigla
PDT (Partido dos Timóteos). Pois bem. Dão conta, as notícias, que o
cidadão Malacaia, se apresentou na sede da Polícia Federal, Zona Oeste de São
Paulo, onde prestou depoimento durante uma hora e meia.
Esse “se apresentou”, a nosso
entendimento, está meio inteiro capenga destoado da realidade. Se apresentar de
livre e espontânea pressão, digo vontade, não se configura condução coercitiva.
E o que venha a ser condução coercitiva? É aquela forma carinhosa, elegante,
gentil, meiga e afetuosa de levar qualquer cidadão (menos os ricos e os bons de
bolsos) a um determinado lugar, seja na presença de uma autoridade policial ou
judicial, enfim, independentemente de sua vontade. A contra gosto.
Vamos dar um exemplo mais
abrangente. Já que citamos o cantor Agnado Timóteo, vamos nessa linha.
Hipoteticamente, Roberto Carlos, é convidado para comparecer à presença do
doutor delegado de polícia da delegacia da 37ª DP da Ilha do Governador. Por
qualquer motivo, o artista não vai. O delegado, por se tratar do Rei (e não de
um Zé Mané), manda uma segunda solicitação e a figura igualmente não dá as
caras. O delegado se encarniça, se arrouba e se inflama e manda buscar o
elemento onde ele estiver e o leva à sua beira, na força, na marra, no tapa,
não necessariamente nessa desordem. No geral, condução coercitiva se resume
nisso. Trazer na aba, no tête-à-tête do agente da lei, de forma impositiva,
qualquer do povo, independentemente do seu credo religioso, idade, sexo, raça
ou posição social. Pelo menos é o que reza, ou melhor, o que ora a lei.
A condução coercitiva está
prevista no (CPP) Código de Processo Penal, como forma de obrigar qualquer um,
pobre rico (rico temos cá nossas dúvidas) feio, bonito, amarelo, verde ou
negro, que deva comparecer a ato do poder público (não importa o motivo desse
ato), para o qual o convocado não o fez, e pior, não dando a mínima importância
a quem o mandou sindicar.
No caso do Pastor Malaraia o
religioso, dono da pobríssima Assembleia
de Deus, é suspeito de emprestar contas bancárias de sua instituição para
ajudar a ocultar dinheiro. “Isso é uma safadeza, é uma molecagem” berrou o
homem de Deus frente às câmeras de televisão, num show psicodélico (desculpem
pirotécnico), transmitido Brasil e mundo afora em cadeia nacional. “Foram na
minha casa, minhas netas estavam a meus cuidados – fungou o Endeusado – enraivecido, bufozo,
lacrimoso, pê da vida –, com a Polícia
Federal, as pequenas chorando, a quem interessa isso?”.
Se fosse um Zé Cagado, morador
da Favela da Rocinha, ou do Complexo do Alemão, da Mangueira, da Penha, São
Carlos ou da Serrinha, essa mesma condução coercitiva não daria tanto alarde,
tampouco IBOPE. Não chamaria a atenção. Não venderia jornais, nem revistas.
Contudo, senhoras e senhores -, vejam bem, se tratava da pessoa bem apessoada
do senhor Bispo (bispo não, cavalo, porra, o certo é torre, não, não, é torre,
é líder) líder religioso, me perdoem, pela gafe, líder religioso Silas
Malavolta. Silas não é um borra botas, um pudrico qualquer. Não estamos aqui
tratando de um boçal do Complexo do Alemão, mas de uma Divindade que carrega,
nas costas, um título honorífico, de solenidade respeitosa, um líder religioso,
como os demais de outras denominações, como o Padre Marmelo Tossi, da Igreja
Católica, Missionário David Debanda, da Deus é Amor, Pedir Maicedo, da Universal, apostolo
Valdemiro Semtiago, da Poder de Deus, bispa Sonia Hernandes, da Renascer em
Cristo...
Condução coercitiva para esses
Adorados e Intocáveis, provoca polêmica, discussão, controvérsias, um problema
do caralho. Como, de fato, gerou fofocas e picuinhas. Seria como trazer em
baixo e vara Desmond Tutu, Wayne Dyer, Deepak Chopra, Rhonda Byrne, Thich Nhat
Hanh Dalai Lama, Tiririca, o magro Paulo Caolho, e outros idolatrados que
alimentam diariamente a mídia escrita, falada, televisada, conclamada,
desesperada, etc. etc. Essa galera de peso vende no escuro, motiva a somas
enormes de grana viva, dinheiro a rodo, ao passo que o pobretão e fodido “Nego
Cabeçudo”, do Pavãozinho, daria porcamente, uma notinha de rodapé, se muito.
A condução coercitiva carrega
em seu bojo alguns melindres. Não pode isso, não pode aquilo. Inclusive, o
“conduzido”, pode ser algemado, com direito, claro, a tapar o rosto, com a
cueca, caso a vergonha a que estará exposto seja de grande porte e lhe venha a
acarretar futuros constrangimentos.
No caso do Líder religioso
Silas Malavolta um tal de Jader (seria o Jader Caralho ... Barbalho?! depositou
em sua conta, em nome da salvação da alma espúria, uma ofertinha boba, besta,
ínfima, pequena, insignificante de R$ 100 mil. Pelo amor de Deus, amigo pastor
Michael Aboud, da Igreja Embaixada do Reino, em Balneário Camboriú, nos apresente
a esse seu amigo Jader. Estamos carentes e privados da bem aventurança, o
espírito quebrantando, precisando de uma doaçãozinha para ajudar na
sobrevivência dos filhos. Vosmicê tem plena consciência de que a vida está uma
merda, com tantos ladrões em Brasília metendo as mãos em nossos bolsos. De
qualquer forma, se o prezado for tocado pelo Altíssimo, R$ 100 mil está de bom
tamanho. Sem contar que, se preciso, lavamos dinheiro. Papo federal. Sem a
Polícia Federal de olho, disfarçada pelos cantos, na figura jactanciosa do
Japonês. Trouxemos da Zona Franca de Manaus umas máquinas “maneiras” que lavam
dinheiro, secam e passam sem estragarem as notas. Uma beleza!
A patacoada do senhor Silas
Malacheia, suas declarações a altos brados e clamores, põe em cheque se Jesus
Cristo (a quem ele jura de joelhos no chão, amar acima de qualquer coisa, e a
quem apregoa sua vida ostoporicamente religiosa e reta, sem curvas e desvios),
o Primogênito de Deus, nosso Emanuel morreu na cruz. Morreu meu caro Silas?
Comparado com a maioria das pessoas do seu tempo, Jesus teve uma vida bem
documentada. Tácito, um historiador romano que escreveu no início do segundo
século menciona que “Christus foi sentenciado à morte pelo governador romano
Pôncio Pilatos. Sua morte, não fez cessar a “superstição perniciosa” de seus
seguidores”, assim como não fez, amigo Silas, após a sua sublevação, ou
explosão quando do regresso da condução coercitiva de sua pessoa à Policia
Federal. O que uma coisa tem a ver com a outra?
Diga o senhor, o dono da verdade. Lembra, porém, que voltando a morte de
Jesus, e, de contrapeso, seu suposto envolvimento com picaretagens, fontes
judaicas igualmente concisas, com exceção de Flavius Josephus, historiador do
primeiro século, deixa no ar certo uma pontinha de suspeita. Josephus relata
como, depois de condenado à crucificação por Pilatos, Jesus “parecia... ter
ganho nova vida, pois os profetas de Deus haviam visionado isso e inúmeras
outras coisas maravilhosas sobre ELE”.
Oxente, meu amado Silas,
minhas queridas senhoras e meus nobres senhores. Um morto que volta à vida não
pode ser considerado um detalhe biográfico de pouca importância. Ainda mais em
se tratando de Jesus. Fica difícil imaginar que Tomás nuca ouvira falar nisso,
ou que se esquecera de mencionar em seus escritos a morte desse Homem tão
importante e a sua volta triunfal do sepulcro, no terceiro dia. Sendo assim,
muitos autores concluíram que a ressureição foi uma invenção, não de Jesus ou
seus seguidores, contudo, de cristãos que surgiram mais tarde, provavelmente no
reinado de Marcos. Estamos certos ou errados? O senhor tem a palavra... Foi
intriga da oposição, ou... sua condução coercitiva continha, ainda que distante
um pequeno fundo de verdade??!!
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PANFLETADO E DISTRIBUIDO NAS SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUI-LO EM MEU PRÓXIMO LIVRO
“LINHAS MALDITAS” VOLUME 3.
Título, Imagens e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, 63 anos, jornalista, Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, 17-12-2016
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Quando vi Malafaia discursando contra a corrupção pensei; um que se salvou, engano meu e de muitos, é tão safado corrupto com todos que estão nessa panelinha, nosso Brasil está assim, se correr os corruptos te roubam, se ficar os corruptos te roubam não tem escapatória nosso Brasil esta tendo uma morte por falência múltiplas. Carla Rejane -RJ
ResponderExcluirObrigado, Carla, pelo seu carinho, e, sobretudo, pela divulgação dos meus trabalhos.
ResponderExcluirGostei do texto ! Voce disse tudo que estava atravessado na minha garganta.
ResponderExcluirExcelente texto que traduz em sua narrativa a realidade dos fatos, ninguém está acima da lei, Deus e só, como está expresso no artigo 5 da cf/88, somos todos iguais perante a lei ou não????
ResponderExcluirGostei do reinado do Marcos Nanhay kkkk
Meus parabéns ao brilhante autor Raimundo Aparecido de Souza
Falou tudo migo ..
ResponderExcluirSabias palavras
ResponderExcluirTodos os políticos são iguais independente de ser evangélico ou não,por isso,não se refira a religião e sim corrupção de todos os políticos.
ResponderExcluirEste meu texto foi traduzido para a língua inglesa por Eric Nepomuceno.
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza, de Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo.