domingo, 18 de dezembro de 2016

[O cão tabagista conversou com…] Aloisio: “Atribui-se muito a queda da RG a uma situação política, mas sabemos que houve má gestão e desvios também...”

Nome completo: Aloisio de Azevedo Santos

Nome de guerra: Aloisio

Onde nasceu: RJ

Onde estudou:
Colégios Impacto e Bennett

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro?
Sim, nasci no Rio.

Quando começou a trabalhar?
Comecei a trabalhar como autônomo em 1981, na Varig em 1986.

Em que área?
Moda, turismo, intérprete.

Moda masculina, feminina? Intérprete de que idioma? Trabalhava no Rio de Janeiro?
Moda masculina, trabalhava como maneco em feiras de moda e fiz algumas matérias como modelo fotográfico.

Fui intérprete de língua inglesa em uma representação de um banco americano que já não existe mais, Bankers Trust Company, recepcionando executivos que vinham dos EUA.

Trabalhei como advogado, também como autônomo, durante dois anos, antes da RG.

Por que procurou a Varig?
Procurei a RG porque queria segurança, trabalhar como comissário, conhecer lugares, aprimorar a minha cultura, etc...

Então, você ingressa na RG em 1986. Lembra do primeiro voo?
Sim. Comecei na ponte aérea e meu primeiro voo no jato foi um Montevideo com "perdia".

Diga lá, o quer dizer (ou queria dizer) “perdia”?
(Risos...) Então, você não sabe que os tripulantes, de um modo geral, denominavam "perdia" o pernoite que se realizava durante o dia? Era um período em que para aguardarmos o voo da volta íamos descansar em um hotel... geralmente umas seis ou oito horas, para não ficarmos esperando no aeroporto ou na aeronave.

Ih! Sabia não… J
Bom, e você fez muitos “perdia”? Ficou ‘perdendo’ até quando?
Na vida perdemos mas também ganhamos, Jim... rsrsrs.
Aliás, às vezes, para ganharmos é necessário perdermos um pouco… penso dessa forma.

Sim, verdade.
Presumo que nessa época você estava no 727…
Quando foi promovido a equipamento ‘superior’?
Fiquei no jato até 1988, quando fui promovido a Chefe de Equipe, onde permaneci até 1989. Então, voei por um ano o B-767. E em 2000 fui promovido ao DC-10.

Enfim, na Internacional, certo?
Pode-se dizer que sim, mas, na realidade, se considerarmos que a Nacional também fazia voos para a África e América Latina…

A propósito, o meu segundo voo foi para Abidjan... Depois de ao todo três anos na "nacional" fiquei o ano de 1989 no B-767 e em 2000 fui para o DC-10. Inclusive na minha Carteira de Habilitação Técnica, que possuo até hoje, constam todos os equipamentos da empresa, incusive o B-757 que foi o único que não cheguei a voar, e nem ninguém... mas fiz o curso...

B-757?! Isso foi quando?
Pouco antes de a RG encerrar as atividades, talvez uns dois meses antes, não me lembro ao certo...

Então, de 2000 a 2006 você voava o DC-10 e o B-767, que eram os equipamentos que faziam as rotas internacionais... não me recordo agora se ainda existiam os MD-11…
Não, eu só voei o B-767 durante o ano de 1989, a partir de 2000 o DC-10, e depois os MD-11 e B-747, também não me lembro a partir de quando, mas desde que os MD-11 chegaram eu os voei também...

Teve uma época que quem voava DC-10 não voava o jumbo, pois este era promoção, mas depois ficou tudo junto. Lembras?

Particularmente, os voos que os DC-10 faziam eu achava mais aprazíveis... Paris, Madrid, Lisboa. Nessa época Roma era rota e era feita só com o Jumbo mas depois foi realizado até com o B-767-300 também… era de acordo com as necessidades da empresa…

Quais os pernoites de que mais gostava?
Madrid, Paris e Buenos Aires.
Na Nacional, Salvador, Recife, Porto Alegre, São Paulo, Belém e Manaus.

Mas, o que mais lhe agradava nessas cidades?
Principalmente o fato de eu me sentir muito bem nesses lugares, basicamente isto.

Tá bom. Mas, por exemplo, sei lá!, Toronto, Chicago, Lisboa… você não se sentia bem nessas cidades?
Por que não?
Não foi isso que eu quis dizer, até porque Lisboa assim como Porto e todo Portugal eu adoro.

Não é que eu não me sentisse bem nos outros lugares. Na realidade cada lugar tem seus atrativos. Você me perguntou quais as cidades da minha preferência e eu as citei, e me identificava melhor em tais cidades mencionadas, só isso.

Portugal então, eu tinha uma sensação gostosa parecida com aquela sensação de voltar ao lar natal... bem isso.



Agora, Madrid, Paris e Buenos Aires eu gostava muito mesmo.

Muito bem. O que mais gostava de fazer nos pernoites?
Passear, visitar os pontos turísticos assim como os museus, sair com alguns colegas para jantar e ou almoçar, descansar, (sim, porque quando eu estava no Rio na época tinha uma vida muito intensa), ler, fazer compras, basicamente isso.

Você ainda voava quando a RG fechou as portas, certo? Como você lidou com essa triste situação?



Sinceramente, na ocasião não me dei conta da gravidade da situação, pois havia seis meses (maio de 2006), meu amado pai tinha falecido e eu estava muito ocupado, tentando resolver e organizar a vida de minha mãe. Que veio a falecer quatro anos depois (em junho de 2010), uma vez que ela apesar de ser uma mulher muito preparada e culta, não funcionava sem o marido...

De uma hora para a outra, já aos 44 anos tive que assumir responsabilidades que até então eu desconhecia, pois meu pai cuidava de tudo, dos meus assuntos e dos dele. Pode-se dizer que até então eu tinha uma vida de playboy internacional da zona sul do Rio.

Minha vida começava a mudar bastante. Após os seis primeiros meses de encerramento da RG eu fiquei meio anestesiado. Só então um dia me dei conta de tudo. Eu estava tão catatônico naquele fatídico dia, 2 de agosto de 2006, lá na FRB, que alguém me perguntou se eu havia ingerido algum ansiolítico.

Alguns colegas e amigos é que me orientaram sobre como eu deveria proceder para realizar os trâmites referentes à rescisão (que, por sinal, não aconteceu), enfim, seguro desemprego, ação trabalhista, etc... 

Você é filho único?
Não. Eu sou o primogênito de três irmãos, somos três homens. A diferença de idade entre nós é de um ano e alguns meses.

Sente saudades do voo?
Sim, naturalmente, afinal, foram quase vinte e um anos no exercício da profissão. Nos primeiros tempos não. De uns anos para cá sim. Na realidade, quando penso em tornar a pôr os pés em um avião me desanimo, afinal, a aviação mudou muito e voar na RG era muito bom. Nem como turista sinto vontade.


Ficar sentado dez, doze horas em uma aeronave me deixaria ansioso, fora os translados. Acho que viajei bastante, aliás, nem de carro sinto vontade de viajar, ando muito caseiro e sossegado. Claro que sinto saudades de alguns lugares, de certas comidas e do convívio com os colegas, era muito bom e diversificado. A aviação me acrescentou muito, mas acho que só cresci como ser humano depois que vim morar em minha chácara e cuidar sozinho da minha vida.

Abraçou outra atividade?
Após esse periodo de seis meses que fiquei em "recesso" distribuí CV em hotéis, lojas de moda masculina, me preparei para concursos públicos nos quais passei mas não fui classificado.

Trabalhei por dois meses como gerente em um café badalado de uma famosa livraria do Leblon, cheguei a ser chamado pela Gol e TAM, mas como em ambas o baseamento deveria ser em São Paulo se tornou inviável para mim na ocasião, uma vez que minha mãe começou a adoecer e eu não tinha a menor condição de deixá-la à mercê das funcionárias que contratei para cuidar dela... Até porque achei um absurdo o processo de seleção da Gol, que não considerou o fato de termos sido comissários da RG, enfim, cheguei até a fazer uma ponta em um filme francês através da Aliança Francesa, um capítulo de um seriado, no qual tinha uma fala.

Após a morte de minha mãe, ainda fiquei um ano em seu apartamento para organizar tudo, e então resolvi me mudar para a minha pequena chácara nessa cidade mesmo.

Precisava agora consertar, organizar, abastecer, limpar, etc... uma casa que ficou praticamente fechada durante cinco anos, de 2006 a 2011.Tive muito trabalho mas também consegui reorganizar a minha vida que estava de “pernas para o ar".



Dois anos após a mudança, finalmente me aposentei por tempo de serviço.

Então, atualmente exerce a função de… Fiscal da Natureza?
Não, até porque não sei ficar parado. Cuidar da casa e da saúde, da vida, toma tempo... mas me permito ter uma qualidade de vida boa, afinal, são 55 anos e uma hora temos que dar um tempo... achar trabalho também não está fácil.

Mas, você ainda gostaria de trabalhar para outrem?
Dependendo da atividade e dos termos, sim.

A dificuldade em achar trabalho você atribui a quê?
Aqui no Brasil pelo menos, o fator idade conta muitos pontos... e existe uma "crise", conheço pessoas altamente capacitadas que tinham muitos anos de empresa e foram demitidas.
Agora se readequar ao mercado de trabalho é difícil…

A propósito, como você lê a situacão político-econômica do Brasil?
É tudo tão inacreditável o que está acontecendo que na realidade já nem dá para ser descrito apenas como político-econômica.

Quando estudei Direito na faculdade, tive a oportunidade de estudar filosofia, sociologia geral e jurídica, antropologia, ciências políticas e outras matérias da área das ciências humanas e estas não sofreram alterações... já os códigos alguns foram refeitos. Atualmente na área do Direito em si estou completamente desatualizado em algumas modalidades.

Eu vejo toda essa situação como uma inversão de valores e deterioração de princípios morais. Tem a ver também com conceito de família, ética, é tudo muito complexo e envolve um somatório de fatores. Houve uma época em que geralmente os jovens tinham mais atenção dos pais, o tempo rendia mais.

A vida atualmente está muito rápida, as famílias quase não dispõem de tempo para convivência mais assidua.

Os padrões do que é certo ou errado agora divergem muito, uma vez que o exemplo deve sempre vir em uma escala hierárquica. Falta disciplina, organização. A era da internet, ao contrário do que deveria ser, só agravou o que já não estava bom.

Você deve estar acompanhando todos esses casos de corrupções, é inadmissível tanta ganância, o uso errado do poder. Em suma, instaurou-se um caos geral, no meu entender, irreversível.

Veja bem: não sou pessimista, sou realista. Se toda a minha vida não estivesse organizada aqui nesta terra e eu fosse pelo menos vinte anos mais novo e meus parentes não vivessem aqui, já estaria me organizando para viver fora do Brasil. Quando penso que até tive essa oportunidade... mas também não poderia prever que tal situação piorasse tanto. Só lamento que muita gente insista em achar que vai melhorar, acho muito difícil. Só uma mudança drástica e radical pudesse resolver, ainda assim sabemos que isso seria uma calamidade, tipo reforma da casa, derrubar para reformar depois.

Essa tal mentalidade que a maioria do povo brasileiro tem da "lei de Gerson" (o importante é se dar bem em tudo e o resto que se dane) e essa maneira de pensar que tudo sempre acaba em pizza, não ajuda nada.

Controle de natalidade resolveria a longo prazo, mas aí veio esse PT com essa tal de bolsa família justamente incentivando a reprodução em massa de uma camada muito pobre… Tudo para angariar votos com o intuito de instaurar uma ditadura comunista. Percebes, Jim??

Percebo sim.
Quando você afirma “Eu vejo toda essa situação como uma inversão de valores e deterioração de princípios morais” infiro a sua discordância com o ‘politicamente correto’…
Sim, exatamente. De politicamente correto não tem nada.

Agora, com a devida distância temporal, como você narraria esse ano de 2006?
Bem, acredito que você tenha se referido ao aspecto RG, mas no geral, é claro que foi um ano péssimo. Sabe, Jim, eu acredito que a vida é composta de ciclos, para mim foi um ciclo que se encerrou, apenas isso.

Na ocasião em que fui admitido na empresa, em março de 1986, meu falecido pai ainda trabalhava como auditor na diretoria financeira do Citibank, aqui no RJ. Me lembro que coincidentemente na ocasião a empresa pediu ao citado banco um empréstimo e naturalmente antes de conceder tal empréstimo o banco mandou seus auditores para verificarem os livros da requerente empresa, no caso a VARIG... Os executivos responsáveis da RG dificultaram e tentaram persuadir o banco de que não seria necessário tal feito, daí obviamente o banco negou o empréstimo. Na ocasião, meu pai comentou o ocorrido comigo, dizendo ter achado muito estranho tal procedimento...

Muitos anos depois disso, talvez por volta de 2003 ou 2004 um irmão meu trabalhou na diretoria financeira da RG durante uns oito meses e pediu demissão após esse período, uma vez que, se sentia acuado em ter acesso a informações "top secret" de que a empresa não estava nada bem. Ele trabalhava em um setor no prédio da fundação que só quem entrava eram os que possuiam um crachá especial.

Uma noite ele me telefonou, enquanto ainda estava trabalhando lá e me preveniu que a empresa não estava indo nada bem e que eu me preparasse para exercer outra atividade…

Na ocasião, não dei muita atenção a esse alerta, pois eu tinha uma vida muito intensa tanto na aviação como fora dela, enfim… não lhe dei muito crédito e hoje só não me arrependo disto porque eu não tinha a menor intenção de me demitir.

Atribui-se muito a queda da RG a uma situação política, mas sabemos que houve má gestão e desvios, também... Acho muito cômodo quando atribuem essa falência principalmente ao quadro político da época e poucos sequer citam os dirigentes que tivemos, como aquele tal senhor que tinha o hábito de pintar os cabelos em um tom "acaju" (de péssimo gosto por sinal), que casou a filha em grande estilo com direito a festa no Copacabana Palace, que tinha mais seguranças particulares que qualquer chefe de estado, todos sempre de guarda ao redor dele, que, segundo relatos, possui uma propriedade cinematográfica em algum lugar da Europa e por aí vai... assim como outros executivos do mesmo escalão...

Não sei se você se lembra de um acidente que houve na ocasião também com um sobrinho de um determinado alto executivo da RG que fazia parte do colégio deliberante, no aterro do Flamengo, no qual o rapaz foi fechado por um carro preto, provocando seu óbito, que simplesmente desapareceu e o caso foi dado por encerrado e nunca mais se falou nisso, mas eu não me esqueci… Pois é, Jim, são essas coisas que me fazem repensar se de fato a queda da RG foi devido apenas à questão da defasagem tarifária... Pronto, falei!

Duvido que alguém tivesse coragem na época de promover uma "lava jato " na VARIG. Sabemos que isso jamais aconteceria... resolvi relatar isto em memória de nossos falecidos colegas que morreram à míngua, esperando os benefícios de um plano de previdência privada que, consequentemente com a queda da RG desmoronou e de seus dependentes que ficaram da noite para o dia sem o amparo da Fundação, que foi idealizada pelo visionário senhor Rubem Berta [foto]. "Uma empresa para todos os funcionários".



Você acreditava mesmo nisso?
Nisso exatamente o quê? Que o senhor Rubem Berta fundou a Instituição da FRB com essa filosofia? Bem, me lembro bem do discurso, que inclusive estava afixado em vários locais da empresa que dizia: "A FRB é uma instituição que foi criada com o intuito de fazer que os funcionários desta empresa nos ajudem a lhes ajudar. A VARIG é uma firma cujo principal objetivo é oferecer serviços de primeira qualidade com o objetivo meramente comercial. Uma e outra atuam de formas diferentes ", mais ou menos isto... Sempre pensei que fosse isto a menos que eu esteja enganado ou tenha interpretado de outro modo.

A menos que você tenha se referido ao fato dos desvios que nunca foram provados mas que circunstancialmente, provavelmente aconteceram. Isto pode ser feito de várias maneiras... Esta hipótese eu considero sim. Na realidade, houve um somatório de fatores que contribuiram para a queda da empresa. O momento político só agravou mais a questão, se a RG estivesse financeira e economicamente pelo menos equilibrada, seria mais difícil a queda. Não que fosse garantia, pois outras empresas também declinaram.

Nosso sindicato nunca foi forte, devido inclusive à natureza da profissão "aeronauta". Cada membro tinha seus próprios interesses e não colocava à prova, em sua grande maioria, as reinvidicações do grupo pois na realidade os interesses eram diversos.

Me referia à frase "Uma empresa para todos os funcionários"…
Ah! Simmm, então acho que respondi. Bem, pelo menos se não era, não era esse o propósito do idealizador da Fundação, acredito que de certa forma era sim... eu, pelo menos, tinha na RG a continuação do meu lar. Só o Serviço Social, o Departamento Médico, e outras facilidades, inúmeras por sinal, faziam com que a produção fosse bem satisfatória.

Eu notava que de um modo geral os funcionários tanto em terra como no ar se sentiam muito felizes em trabalhar lá.

Você faria tudo de novo?
Sim! Eu faria tudo de novo! Adorei ter sido comissário de bordo da VARIG!!

Foi um ciclo que se encerrou mas (foi) um ciclo maravilhoso... tive momentos pessoais no decorrer da carreira que não foram nada bons, acredite, mas ainda assim até nisso a aviação me ajudou muito.

Muito obrigado, Aloisio.

Conversas anteriores:

17 comentários:

  1. Desculpem. Mas depois de trocentas leituras ainda descubro um erro: "incusive" na pergunta "Enfim, na Internacional, certo?"

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  2. Caro Aloisio bom dia, li com interesse sua narração concordando com alguns posicionamentos e discordando inteiramente de outros. senão vejamos;
    Em uma empresa sem dono caso da VARIG mas que pertencia a Fundação Rubem Berta, existia um grupo maior de "gestores" chamados de curadores que "geriam" a VARIG dando as diretrizes para os caminhos a serem seguidos pela administração através de sua estrutura funcional.
    Que havia desvios a grande maioria sabia, mas os maiores desvios não foram os causadores reais do que ocorreu com a VARIG, pois somente sucumbiu com o estabelecimento da política econômica de controle de preços (tarifas) enquanto o de combustível ficava na mão do governo. o fato ocorrendo por anos e anos causou o grande enfraquecimento da VARIG que tendo que continuar a voar com baixos preços acabou em um vermelho incomensurável e a partir da falta de apoio "interesseiro" por parte do governo ocorreu a falta de crédito para combustível e outros pagamentos sufocando a empresa até o final.
    Aludir que o principal problema foi causado pela falta de equilíbrio nas suas contas indica apenas que suas informações partiram de informações contábeis que apenas relatam a situação da empresa e não a causa real dos seus problemas.
    Conhecer os péssimos dirigentes que tivemos, me lembra apenas que mesmo assim era uma empresa que atendia ao mundo inteiro com bases que eram uma referência do BRASIL onde pode se dizer que eram até consideradas embaixadas do BRASIL.
    Assim resolvi escrever que a VARIG era um pouco maior do que sua descrição e estaria viva se não tivesse sido destruída e meu caro um dia a história revelará.
    Sua história de um empréstimo por parte do CITY e do seu parente que trabalhava na área financeira, bem como os gastos de um presidente indicam informações pontuais e sem expressão dado aos valores reais envolvidos visto que a VARIG gerava divisas de milhões e milhões de dolares para o BRASIL só por parte do exterior, sendo o gasto comentado por parte do presidente sem expressão no balanço de uma empresa do tipo VARIG e nem por isto nós funcionários concordaram na época com tal fato.
    Criar a hipótese de isenção do governo me soa estranho, inclusive pois até o próprio governo foi obrigado a reconhecer sua culpa.
    Caro Jim não pude deixar de me colocar.

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    1. Perfeitamente Thomaz , todo e qualquer posicionamento e ou esclarecimento é muito bem vindo. Saudações.

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  3. Cara Aloisio, tem pontos altos e baixos em sua entrevista, a meu ver, claro!
    Sou obrigado a concordar, após ler atentamente seu depoimento, com o comentário de Thomaz.
    Sim, tivemos maus gestores, muitos desvios, maus leasings de aeronaves, e outras mais, mas o brilhantismo dos funcionários da VARIG, era tal, que estes erros eram encobertos, mas a forma de atuar dos governos, Color e Lula foi fatal, isto sim, fez sucumbir a nossa VARIG.
    Parabéns pela entrevista!
    Creio que não tive o prazer de voarmos juntos, pois tivemos uma Aviação diferente. Lhe desejo Saúde e Paz,
    Um abraço.
    Heitor Volkart

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  4. THOMAZ foi muito educado, eu não vou colocar minha opinião pois eu devolveria a ofensa de dizer que a culpa foi de gestão, mais do que a omissão governamental.
    Minha família junto com os parentes de minha esposa tem mais de 350 anos de VARIG, não são reles 10 ou 15 anos.

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    1. Li e reli a entrevista de Aloisio. Em nenhum momento li alguma, por menor que fosse, ofensa contra a "família com mais de 350 anos de VARIG". Nem com 350 anos, nem com 35, nem com 5.
      Aliás, se família éramos que tal amar todos indistintamente, independente do... tempo de casa?

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    2. Ah, e se temos uma opinião diferente do primo ou da tia, que tal expô-la com a mesma tranquilidade que fazemos quando estamos em... família?
      Aliás, a quadra temporal tem tudo a ver, well ;)

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    3. É OFENSIVO PARA MIM, PONTO.
      O sonho de Ruben Berta era o mesmo de Robert Owen, basta ler a história.
      Ambos destruídos pelos próprios trabalhadores em conluio com os governos de cada época.
      A VARIG foi destruída pelos governos corruptos, junto com alguns pelegos do colégio concordante, não digo todos porque alguns puxa-sacos achavam que iam um dia serem diretores também.
      Alguns ainda esperam o recebimento da defasagem da tarifária em prol da fundação Rubem Berta.
      A VARIG para Ruben Berta era a NEW HARMONY de Robert Owen.
      Os 350 anos significam muito, a VARIG sempre foi de pai para filhos. Na Nova gestão depois de mudanças nos estatutos, contratou gente que não era VARIG "family", a promiscuidade tomou conta da irrelevância.
      A casa que fui criado na infância foi construída pela VARIG, que vendeu aos funcionários.
      Meus vizinhos, foram O f/e Campany, e um comissário que foi chefe dos comissários cujo nome não lembro.
      Nessas casas um morador foi demitido, e sua casa nunca foi tomada.
      Qualquer palavra que desabone a VARIG sem admitir que houve corrupção do governo para mim é ofensa.
      Foi mais fácil negar 350 milhões de dólares do BNDES, para a VARIG do que 7 bilhões de dólares ao Eike Batista.

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  5. Como disse em e-mail para o Jim, sou uma pessoa extremamente transparente. Só disse o que eu havia tomado conhecimento no meu âmbito.

    A minha intenção foi a melhor de todas, podem acreditar. Primo por justiça, apenas isso.

    Até porque fui criado com estes valores e minha formação acadêmica em Direito consiste nisso. Por acaso, meu avô paterno foi juiz em uma época em que ser juiz era um cargo de uma responsabilidade extrema.

    Aloisio Santos

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  6. Então Aloísio, também não me senti ofendido! Apenas discordo em relação ao sucumbir da VARIG!
    Creio que mesmo hoje ser um Juiz, ainda é de uma Extrema Responsabilidade!

    Heitor Rudolfo Volkart

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  7. Na verdade conforme escrevi para o Jim, não existe ofensa e sim desinformação além de falta de visão do que afetaria uma empresa do tamanho da VARIG sendo que o momento que pássamos não deveriamos estar expondo este tipo de pensamento que serve de desculpa para um governo sem vergonha que conseguiu com seus interesses destruir a VARIG, AERUS e causar um sofrimento imenso nas trinta mil ou mais famílias da VARIG bem como as empresas que trabalhavam para ela. Lamentei e lamento a colocação no momento que nos encontramos.

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  8. Muito boa e oportuna , a entrevista com o Aloísio . Por tudo o que narrou, seus pontos de vista pessoais , seu modo de agir ...; teve uma passagem brilhante e honrada dentro da "Pioneira" .
    Como disse , certa vez, um ex-chefe de aeroporto:
    "- Na aviação não há lugar para amadores ! "

    Qualquer relação envolvendo duas partes sempre conterá a responsabilidade dividida em 50 % de cada um.
    O governo contribuiu com seu quinhão fechando os olhos , desdenhando a empresa desde , digamos, o início da década de 90 ( Era Collor) . A globalização começava a se encorpar com mais força.
    Lá atrás, em 2006/2007 , houve uma entrevista na mídia, em que Mantega, Lula e Dilma estavam juntos. Perguntado aos dois homens o que o governo faria para salvar a Varig , a resposta de um deles foi que " o governo não moveria uma palha pela empresa" ; ela deveria sair da crise com as "próprias pernas" .
    No entanto o governo ajudou os bancos Marka e Fonte Sindam. (Dois pesos, duas medidas).
    Agora vamos à outra metade: a responsabilidade da empresa aérea.
    Não foi um nem dois gestores que cometeram/praticaram irregularidades e/ou descaminhos, visando somente se locupletarem da situação propícia na ocasião . A Varig ficaria em segundo plano. Muitos episódios foram de ampla divulgação aos quatro cantos ...
    Disse Rubem Berta uma vez que a Varig iria sucumbir , SOMENTE se os empregados assim o permitissem ...
    Mas, e o que eram diretores , senão empregados do alto escalão ?
    Entretanto não se pode generalizar . E nem se deve.
    Outrossim, parece que tudo na vida culmina para atingir um "ponto de mutação".
    A Varig foi a maior , enquanto durou... a física pode esclarecer ; tudo o que sobe , um dia desce ...assim também é conosco rsrsrsrsrs
    Contudo, as boas lembranças , o trabalho árduo, profissional, de qualidade , e com a melhor tecnologia e a essência AAA do ser humano ficarão na memória de todos para a posteridade!

    Grande abraço a todos ;

    Sidnei Oliveira
    Assistido Aerus - RJ

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