Juliana Carreiro
Passadas as festas de final de
ano, ficam os resquícios dos alimentos que costumam compor os cardápios
festivos. É o caso das oleaginosas, como a castanha de caju, a castanha do
Pará, conhecida também como castanha do Brasil, as nozes, as amêndoas e as avelãs.
A tradição é mais uma herança do inverno do hemisfério norte para o nosso
verão. A sua principal safra é no inverno porque são alimentos calóricos, bons
para nos aquecer. É mais uma prova de que a natureza é muito sábia.
Elas costumam me acompanhar
durante todo o ano, compõem a granola do café da manhã, entram nas receitas de
pães, bolos, biscoitos, em saladas e até em molhos, como o pesto. São também
uma boa opção para os intervalos das refeições principais, pois ajudam a
controlar a nossa fome ou a vontade de comer. É bom mantê-las por perto porque
elas têm uma alta concentração de vitaminas e minerais. A castanha do Pará é
rica em selênio, um nutriente que fortalece o nosso sistema imunológico. As
nozes e a castanha de caju são fontes de zinco, um mineral que, entre outras
funções, ajuda a prevenir a anemia. E ambos exercem a função de antioxidante. Já
as amêndoas contêm cálcio, magnésio, cobre e vitaminas B1 e E. E estes são só
alguns exemplos.
Suas principais qualidades
giram em torno dos ômegas, que são conhecidas como “gorduras do bem. O Ômega 3,
presente em praticamente todas as oleaginosas, ajuda o nosso organismo a
utilizar a gordura como fonte de energia, ajuda a diminuir as taxas do mau
colesterol (LDL) e a aumentar as do bom (HDL). O Ômega 6, presente nas nozes,
também tem esta função e ainda auxilia no controle dos sintomas pré-menstruais.
O Ômega 7, presente na macadâmia, ainda é pouco conhecido, mas pesquisas
recentes mostram que ele pode ser antioxidante, ajudar na regeração da pele, aumentar
o bom colesterol, prevenir a diabetes tipo 2 e a resistência à insulina, e
diminuir os riscos de problemas cardíacos, como enfarte e de acidente vascular
cerebral, o AVC. O Ômega 9 presente em castanhas, nozes e amêndoas e auxilia na
produção de hormônios sexuais como estrogênio e testosterona e auxilia no
transporte e na absorção das vitaminas A, E D e K, entre outras funções. Todos
eles ainda colaboram com o fortalecimento do nosso sistema imunológico e da
formação e ação do nosso sistema nervoso central e periférico.
As oleaginosas podem ser
usadas ainda como matérias-primas para os leites vegetais, excelentes substitutos
para o leite de vaca, principalmente em preparações doces. No mercado já
encontramos leites de amêndoa e de castanhas. Mas podemos também fazer em casa.
Basta fervê-las por cinco minutos, batê-las com outra água no liquidificador e
coar a mistura.
Como tudo na vida, elas têm
aspectos positivos e negativos, entre os negativos, estão o seu alto potencial
alergênico. Por conta dele, devem ser evitadas por pessoas que costumam ter
problemas de pele regulares, como dermatites e eczemas. Para controlar este
potencial alergênico, o ideal é variar o tipo que será consumido e comer
pequenas quantidades por vez. Também é bom evitar que os bebês com menos de 1
ano entrem em contato frequente com elas, para que eles não desenvolvam
alergias imediatas ou tardias.
Elas podem ser prejudiciais
para quem tem algum tipo frequente de herpes, pois possuem um aminoácido
chamado ‘arginina’, que serve de alimento para esse vírus. Por serem muito
nutritivas, também podem atrair fungos e por isso devem ser evitadas por
aqueles que têm candidíase de repetição ou vermelhidão e escamação na região da
virilha, das mãos e dos pés e escamação nos pés, por exemplo, que já indicam a
presença de fungos no organismo. Muitas vezes conseguimos até perceber que elas
estão um pouco esbranquiçadas, isto indica a presença excessiva deles, neste
caso devem ser descartadas. É bom comprá-las sempre frescas, não armazená-las
em casa por muito tempo e consumi-las em preparações que passem pelo fogo.
Também devem estar fora do cardápio de quem tem transtornos intestinais, como
diarreia.
Como têm uma grande
concentração de gordura, elas são bastante calóricas, uma porção de 100gm tem
cerca de 600 a 800 calorias, por isso não devem ser consumidas em altas
quantidades de uma vez só. É muito fácil acabarmos com um pacotinho de 50gm,
por exemplo, desses que encontramos no supermercado, mas assim já estaremos
ingerindo de 300 a 400 calorias. Isto não é motivo para as evitarmos, basta
prestar atenção às quantidades que serão ingeridas por vez. Este é um bom
exemplo de alimentos muito calóricos e muito bons para a nossa saúde – por isso
nas próximas semanas vou escrever um post mostrando que os alimentos não podem
ser resumidos às suas calorias.
Título, Imagem e Texto: Juliana Carreiro, Estadão, 2-1-2017
Título, Imagem e Texto: Juliana Carreiro, Estadão, 2-1-2017
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