sábado, 11 de fevereiro de 2017

[Aparecido rasga o verbo] O "Nada" de Pitágoras

Aparecido Raimundo de Souza

Perguntaram, certa vez, ao famoso matemático e filósofo Pitágoras, o que ele tinha visto no Templo Egípcio, por ocasião de seu exórdio, na Grande Pirâmide, e o simpático e iniciado respondeu simplesmente: “NADA!”.

Houve, na época, muitos comentários a respeito de tal declaração, na tentativa férrea de encontrar uma explicação plausível e concreta para ela, se ouvindo, nessa confusão à boca miúda, as mais variadas e intrincadas interpelações.

A resposta lacônica e contrária ao que se esperava, como que feriu rudemente a imaginação “ostética” (o mesmo que assombrada) de todos, ficando, no ar, a interrogação antagônica e dissidente: porra, caralho! Como não viu nada?!

Como não viu nada, se lá estavam os irmãos reunidos em Loja Aberta, com as suas indumentárias, com os seus instrumentos de trabalho, sob um dossel estrelado, traduzindo na linguagem dos símbolos, o mundo maravilhoso da fraternidade e do amor?! Como não viu nada? Pitágoras era cego do nariz?

Mesmo que o criador dos Teoremas tivesse os olhos vendados de escuridão e labirinto, ainda assim, veria muita coisa, posto que o “iniciado” não vê, ou não enxerga somente com os olhos físicos, mas com os olhos da alma também.

À guisa de esclarecimento, traçamos em rápidas pinceladas o significado de “iniciado”. O que é ser “Iniciado?”.  Ser “Iniciado” é buscar a verdade, lutando pelo seu triunfo, combatendo o fanatismo intolerante, e continuando para o progresso do Gênero Humano.

Esse progresso constantemente estorvado pela ignorância bretã e, sobretudo, pela superstição idosa e arcaica daqueles seres que desconhecem o que nunca viram pela frente tirando, em face disso, conclusões precipitadas diante da imbecilidade que lhes impedem de ver além do que a realidade coloca diante de seus narizes.

Ser “iniciado” é ainda trazer na alma um desígnio inabalável. É assumir uma atitude perante a vida – a ousadia de laborar constantemente e com resolução, para a consecução da Fraternidade Universal. É não se esquecer, nunca, de que o extremoso do amor afável e amistoso se encontra na Liberdade, na Razão e no Direito – trindade sacrossanta da sublime Democracia predicada pelo grande iniciado JESUS.

Ser “Iniciado” é finalmente conceder a marcha evolutiva do ser humano, com fé e garra no Grande Arquiteto do Universo, ou seja, DEUS.

Muito bem: falando mais seriamente, seria como uma reafirmação cindia (concreta) e diária da promessa flamante de guardar meticulosa e zelosamente os segredos “urporicos” (secretos ou insondáveis) da religião.

Por outro lado, evidentemente, ninguém será bastante idiota e aluado, para supor, de modo taxativo, que o filho da mãe do Pitágoras fosse como certos pamonhas insensatos e broncos. Pedras brutas, escuras, impuras, que, transpondo os umbrais do Templo, não veem nada, por palermices e culpas exclusivas de suas atarantadas lerdezas espirituais.


Grosso modo (e como exemplo simples), um abestalhado de um Tiririca surge do nada, lhes tiram as vendas e os sujeitos continuam obtusos, embotados, acorrentados em cordas de oitenta e um nós.  Fazem então, como o inábil, ou como o tapado, que contemplando o céu e não vendo estrelas, porque é meio dia, deduz que no céu não há estrelas.

Assim, senhoras e senhores, agem os incompetentes e jacobinos, continuando sós, com seus egoísmos, seus vícios, seus defeitos, tristezas, agonias e incertezas, olhando sempre para o chão de esquecimento, presos a terra nórdica (fria, gelada), como novos e infelizes Prometheus.

Pitágoras, pois, dizendo que não viu merda nenhuma no templo egípcio, queria dizer, como, aliás, disse, não encontrou coisa alguma em si mesmo, em seus desejos e ilusões. Não descerrou, ou não descortinou uma saída, uma viela, um caminho, um atalho, para se enveredar em busca do seu “eu” interior e alcançar os objetivos que trazia dentro do coração.

Nessa ótica um tanto quanto neófita ou embrionária, bateu as botas com todas as suas imperfeições e contrafeitos. Morreu e muito tempo depois de se foder de verde amarelo, renasceu, ressurgiu, com novos e límpidos ideais. Enverdeceu. Na verdade, se repaginou, se remoçou à luz da verdadeira inteligência e Sapiência.

Em resumo, senhoras e senhores, que os templos quer sejam católicos, crentes, budistas, protestantes, espíritas, enfim, não importa a crença ou a seita. Que todos eles, continuem não significando nada aos olhos dos que não tem capacidade para Buscar e Achar.

Quando sinalizamos Buscar e Achar, nossa intenção não é outra senão a de elevar o espírito à suprema tranquilidade recôndita, para então, compreender com fundamentos lógicos, o significado dos sonhos, desejos e vontades aos quais aqui nos referimos.

É necessário, acima de tudo, para se Buscar e Achar algum objetivo, ter, antes de qualquer coisa, força de vontade, perseverança, dignidade, coragem, dinamismo e idealismo. Aquele camarada fraco, aquela criatura sem o desvairamento, sem a eclosão das coisas, aquele simplório que não possuir esses quesitos, fatalmente caminhará a largos passos em direção à derrota e a própria autodestruição.

Mais uma vez voltamos a frisar: que os templos, sinagogas ou mesquitas, continuem não significando nada aos olhos insensíveis e mentecaptos dos que não tem capacidade para Buscar e Achar.

Isso, na verdade, se constitui na maior prova de que elas (as basílicas e as torres-de-vigia) são, em verdade, sagradas e invioláveis, inatacáveis e sacrossantas. 

Como um TODO EXISTENTE, esses LUGARES IMACULADOS estariam “amarrados”, cercados, hipoteticamente falando, velados (e aqui nos dirigimos especificamente aos leigos, aos desinformados, profanos e forasteiros), como a imaginável Linha do Equador.

AVISO AOS NAVEGANTES:
PARA LER E PENSAR, SE O FACEBOOK, CÃO QUE FUMA OU OUTRO SITE QUE REPUBLICA MEUS TEXTOS, POR QUALQUER MOTIVO QUE SEJA VIEREM A SER RETIRADOS DO AR, OU OS MEUS ESCRITOS APAGADOS E CENSURADOS PELAS REDES SOCIAIS, O PRESENTE ARTIGO SERÁ PANFLETADO E DISTRIBUÍDO NAS SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUÍ-LO EM MEU PRÓXIMO LIVRO “LINHAS MALDITAS” VOLUME 3.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista, de Vila Velha no Espírito Santo, 11-2-2017

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2 comentários:

  1. Gostei! O iniciado é autoconfiante no "Buscar e Achar" e dispensa as superstições provenientes de cultos religiosos a que a massa se atém... Nada contra as religiões que também podem servir de subsídio para que alguém seja iniciado na busca da verdade...
    Valdemar

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